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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

CARTÕES DE CRÉDITO



ESTADO DE SÃO PAULO - Quarta-feira, 30 janeiro de 2008

CGU investigará ministro da Pesca por despesas com cartão corporativo

Controladoria-Geral da União informa que a solicitação da apuração partiu do próprio titular da pasta

Sônia Filgueiras, BRASÍLIA

Além das despesas com cartão corporativo realizadas pela ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial, a Controladoria-Geral da União (CGU) vai investigar os gastos feitos pelo secretário especial da Pesca, Altemir Gregolin. Pelas normas do governo, o controle das despesas desses órgãos cabe à Secretaria de Controle Interno da Presidência. A CGU acompanha os gastos com cartões corporativos dos ministérios e órgãos não ligados à Presidência.

Por determinação da Comissão de Ética Pública, porém, a CGU já está examinando as despesas com cartões de Matilde. O Ministério Público Federal também está investigando gastos desse tipo feitos por ministros. Um procedimento administrativo com essa finalidade foi aberto na semana passada.

A CGU informou que o pedido de verificação foi feito pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, por solicitação do próprio Gregolin. À noite, a assessoria do secretário informou em nota que, segundo comunicado de Dilma a Gregolin, “não houve pedido de investigação das contas do cartão do ministro. Houve sim, uma disposição do ministro em apresentar suas prestações de contas à Controladoria-Geral da União, para que não restassem dúvidas a respeito dos seus gastos em viagens oficiais”.

Segundo a secretaria, Gregolin está tranqüilo, pois os gastos envolvem agendas de trabalho e estão em conformidade com a lei. Sua assessoria informou que ele gastou R$ 21,6 mil em 58 roteiros de viagens realizadas ao longo de 2007, que incluíram visitas a 85 municípios. E argumentou que viagem idêntica realizada por um funcionário de escalão intermediário acarretaria despesas com diárias de R$ 23 mil.

A secretaria explicou que os técnicos da CGU examinaram ontem mesmo os gastos do ministro e não encontraram nenhuma irregularidade. As despesas incluem hotéis, restaurantes e um jantar de R$ 500 que, segundo a assessoria, foi oferecido a uma comitiva de 30 representantes do governo chinês em visita ao País. Há, ainda, um gasto de R$ 70 em uma choperia, que corresponderia a uma refeição sem consumo de bebidas alcoólicas.

Matilde Ribeiro gastou quase sete vezes mais que Gregolin no cartão. Em 2007, ela pagou dessa forma R$ 171,5 mil em despesas de viagem . Na média, os gastos equivaleram a R$ 14,3 mil mensais, mais do que seu salário, de R$ 10,7 mil. As despesas incluíram hotéis, restaurantes e aluguéis de carros, a fatia mais pesada da fatura: R$ 121,9 mil, sempre pagos à mesma empresa de locação de veículos. A ministra também pagou com o cartão uma conta de R$ 461 em um free shop.

Sua assessoria informou que ela cometeu um “engano” e devolveu o dinheiro relativo à despesa. O ressarcimento ocorreu em janeiro, três meses depois do gasto. Sua assessoria também alegou que no ano passado Matilde intensificou contatos nos Estados, o que elevou o número de viagens. Afirmou ainda que, ao contrário de outros ministérios, o órgão não tem estrutura regionalizada e, por isso, as despesas com locomoção são mais elevadas.

O SENADO DOS SEM-VOTO


Comentário sobre a notícia:

Publicado na FOLHA DE SÃO PAULO em 29 de Janeiro de 2008
Publicado no JORNAL DO BRASIL, em 31 de janeiro de 2008

Ouvir a palavra "senado" já causa revolta na maioria da população. A enxurrada de escândalos que envolveram nos útlimos tempos a maioria dos senadores é de arrepiar qualquer cidadão que tenha um pouco de lucidez. A eleição de Garibaldi Alves no lugar de Renan Calheiros foi uma cortina de fumaça para acobertar a maioria de oportunistas que vão continuar dominando o Senado Federal. Vinte por cento dos senadores que lá estão não receberam um voto siquer. Nenhum eleitor no Brasil sabia da existência desses elementos. Foram para lá por meio de arranjos financeiros. Não importa se são honestos ou não. São intrusos, numa casa onde só deveria existir representantes eleitos pelo povo. E lá estão porque ? Porque os que foram eleitos pelo voto popular boicotam há dez anos a votação de uma lei que acabe com essa pouca vergonha. E fazem isso porque levam a tiracolo os suplentes que patrocinaram suas campanhas, ou que são seus parentes.
WILSON GORDON PARKER (Nova Friburgo, RJ)

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Folha de São Paulo - 20 DE JANEIRO DE 2008

"Lobinho será o 174º suplente a ocupar a vaga sem voto algum
De Adriano Ceolin



Edison Lobão Filho (DEM-MA) será o 174º suplente a exercer o mandato de senador sem ter conseguido um voto sequer, segundo dados registrados pelo Senado nas últimas quatro legislaturas -entre os anos de 1995 e 2008. Ele vai assumir o lugar do pai, Edison Lobão (PMDB-MA), nomeado novo ministro de Minas e Energia. Lobão Filho assume sob suspeita de envolvimento em irregularidades - é acusado de sonegação de impostos

Essa troca de cadeiras reproduz uma prática que se tornou comum no Congresso ao longo dos anos: parentes e financiadores de campanha -alguns deles alvos de denúncias de processos na Justiça- tornando-se senadores sem passar pelo crivo das urnas. Quase sempre, a vaga de suplente é uma moeda de troca entre partidos ou a garantia de que o mandato permanecerá com a família."

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CORREIO BRAZILIENSE

Domingo, 27 de Janeiro de 2008

Senador sem voto gera nova polêmica


Levantamento mostra o perfil dos suplentes de senador. As escolhas mais comuns são políticos, grandes empresários, parentes, pessoas de confiança e vários apadrinhados dos parlamentares

Helayne Boaventura

Brasília – Até alguns anos atrás, quando os escândalos de corrupção ainda não abalavam o Senado Federal, políticos costumavam dizer em tom jocoso não haver posto melhor do que o de senador. O eleito desfrutava de oito anos de mandato com o objetivo principal de elaborar sonolentos discursos em plenário. Parlamentares ainda mais irônicos acrescentavam existir situação mais confortável: a dos suplentes de senador, que sem um voto podiam chegar ao paraíso político. Sem precisar fazer campanha, o perfil dos substitutos só vêm à tona quando o titular se afasta do posto. É o caso recente de Edison Lobão Filho, que assumirá no Senado no lugar do pai, novo ministro de Minas e Energia.

O Estado de Minas pesquisou o perfil dos dois suplentes de cada um dos 81 senadores e descobriu que a composição da chapa segue principalmente dois critérios. O primeiro é político: os suplentes são empresários que financiam as campanhas eleitorais e nomes escolhidos pelo partido ou pela coligação. Existem pelo menos 55 suplentes com perfil político e 30 grandes empresários. O segundo é pessoal: os candidatos escolhem uma pessoa de confiança, como parentes e ex-funcionários.

Menos de um quarto dos suplentes teve alguma experiência política antes de candidatar-se a substituto de senador. No caso deles, a escolha ocorreu devido a uma imposição do partido ou para compor uma coligação com chances de vitória. Foi o que ocorreu, por exemplo, na chapa encabeçada por Alfredo Nascimento (PR-AM), atual ministro dos Transportes. Ele já tinha ocupado o posto e havia grandes chances de retornar à função. A perspectiva ajudou a atrair o PT para a aliança. “A militância do PT embalou, na perspectiva de ter um senador do partido”, relata o senador João Pedro (PT-AM), primeiro suplente na chapa. O segundo substituto é o chefe de gabinete do ministro, Aluisio Augusto de Queiroz Braga, secretário de Finanças de Manaus na gestão de Nascimento na prefeitura.

Outro grupo numeroso é o dos empresários. Para formar as chapas foram escolhidos pelo menos 30 donos de grandes patrimônios. É o caso do senador Adelmir Santana (DEM-DF), proprietário de uma de rede de farmácias com mais de 20 lojas no Distrito Federal e presidente do Instituto Fecomércio. Ele ganhou quatro anos de mandato, pois o titular Paulo Octávio renunciou para ser vice-governador do DF. Muitos desses empresários-suplentes financiaram a campanha. Santana garante não ter sido o seu caso: “Não sou nem parente nem financei a campanha. Não sei quantos votos agreguei nem quantos tirei da chapa”, reconhece. Há quem tenha financiado, porém, metade da campanha, como foi o caso de Wellington Salgado (PMDB-MG), suplente do agora ministro das Comunicações, Hélio Costa.

Apadrinhados

Em terceiro lugar nos grupos de suplentes estão os técnicos que já exerceram cargos em governos, apadrinhados por políticos. Eles são pelo menos 16. O atual diretor do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, por exemplo, é o primeiro suplente do senador Jayme Campos (DEM-MT). Alguns desses técnicos chegaram a se envolver em escândalos de corrupção, como Uilton José Tavares, segundo suplente do senador Papaléo Paes (PSDB-AP). Ex-secretário de Saúde do Amapá, foi preso pela Polícia Federal por envolvimento em um esquema de fraude em licitações.

Além de Edinho Lobão, há pelo menos sete suplentes que fazem parte da mesma família dos titulares: o senador João Tenório (PSDB-AL) é cunhado e sócio de Teotônio Vilela, governador de Alagoas; Adalgisa Carvalho é esposa do senador Mão Santa; Geovani Borges é irmão do titular Gilvam Borges; Euclides Mello e Ada Mercedes de Mello são primos dos ex-presidente Fernando Collor; Antonio Carlos Júnior é filho do ex-senador ACM, já falecido; e o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que também teve como suplente o tio Eraldo Macedo, falecido em 2006. Há ainda pelo menos sete suplentes com experiência no sindicalismo, sete com cargos no Judiciário, três esposas de políticos, três pastores da Igreja Universal do Reino de Deus e quatro com outras profissões. Na lista de 162 suplentes, 18 não foram localizados.

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JB e Gazeta Mercantil - 28 de janeiro de 2008

Senado - A República dos sem-voto
Weiller Diniz Brasília


As denúncias de corrupção envolvendo o filho e primeiro suplente do ministro Edson Lobão (PMDB-MA), Edson Lobão Filho (MA), além da questão ética, ressuscitaram no Congresso Nacional o debate sobre a necessidade de eleição também para os reservas de senadores, proposta que se arrasta há uma década. Do time de 81 senadores, quase 20% do plenário - 15 senadores - alcançaram o paradisíaco salão azul do Congresso com a responsabilidade de decidir o futuro do país sem terem tido um voto sequer. Só para se ter uma idéia, cinco suplentes votaram contra a CPMF e foram decisivos no resultado da votação mais importante de 2007.

- Esta regra anômala expressa bem a indigência moral do sistema político brasileiro. São senadores clandestinos que precisam ser extintos na reforma política. São tão biônicos quanto àqueles criados pelo pacote de Abril da ditadura militar - criticou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Brito.

Morte ou renúncia

Pela lei, um candidato a senador só é registrado com dois suplentes que assumem em caso de impedimento definitivo ou temporário do titular mesmo sem serem votados. Há suplentes já efetivados no cargo porque o titular renunciou ou faleceu e há aqueles que são provisórios em função do afastamento temporário do dono da camisa como os suplentes de ministros. Nove já assumiram definitivamente - a maioria com quatro anos de mandato - e outros seis estão esquentando o banco. Normalmente os suplentes são parentes ou financiadores de campanha:

- O sistema atual desloca a fonte de legitimidade do voto do cidadão para as relações pessoais, de parentesco e, mais grave, às vezes, para o caixa da campanha - ressalta o professor de Ciências Políticas Paulo Kramer, da Universidade de Brasília e da Kramer e Ornelas Consultoria.

As deformações

O Rio tem o caso raro de um segundo suplente - espécie de regra três - Paulo Duque (PMDB), ser içado ao cargo depois da eleição do titular Sérgio Cabral (PMDB) ao governo do Estado e a nomeação do primeiro suplente, Regis Fichtner, como secretário de Estado. Os recordes de reservas no time principal estão no Distrito Federal e no Pará onde dois senadores - de um total de três por Estado - estão no exercício do mandato.

O microempresário Adelmir Santana (DEM) deixou o balcão da botica e vestiu a camisa de titular depois que o empreiteiro Paulo Octávio (DEM) foi eleito vice-governador de Brasília e renunciou ao Senado. O senador Gim Argello (PTB) é outro felizardo. Envolvido no mesmo rolo de corrupção que provocou a renúncia de Joaquim Roriz (PMDB-DF), escapou da ressaca da cassação e agora tem mais quatro anos pela frente sem ter obtido um voto. Exatamente como ocorreu com o ex-senador Valmir Amaral (DF) que herdou sete anos de mandato depois que o empresário Luis Estevão foi cassado por denúncias de irregularidades nas obras superfaturadas do TRT paulista.

No Pará, o empresário Flexa Ribeiro (PSDB) também ganhou o posto de senador por seis anos depois que Duciomar Costa (PTB) venceu a prefeitura de Belém. Mesma sorte teve José Nery (PSOL) que herdou um mandato longo depois da vitória da petista Ana Júlia Carepa ao governo do Pará.

[ 28/01/2008 ] 02:01

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

A menos santa das ceias


Comentário sobre a notícia:

Publicado no JORNAL DO BRASIL em 29 Janeiro 2008

Augusto Nunes, em sua coluna, reproduziu as frases de Lula na Santa Ceia tupiniquim realizada em Brasilia. "Sentamos a esta mesa aqui, e parece a Santa Ceia: todo mundo amigo". Parece, mas não é, Lula. "Mas depois passamos um ano sem conversar entre nós". Os discípulos não se suportam, Lula. "Há quase meses e meses que vocês não trocam idéias". Idéias ? Que idéias, Lula ? Devo lembrar ao Novo Cristo estabelecido leigamente em Brasília, as palavras proferidas por Jeremias, 48:10 : "Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente." Abre o olho, Lula.
Wilson Gordon Parker, Friburgo (RJ)

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Jornal do Brasil, 27 de janeiro de 2008

SETE DIAS

Augusto Nunes
augusto@jb.com.br


A menos santa das ceias

Em vez de 12 apóstolos espalhados pela mesa retangular, acomodavam-se na mesa redonda presidida pelo mestre 37 devotos, todos sem chances de canonização. O futuro dirá se, como há quase 2 mil anos, o grupo incluía dois traidores.

O passado informa que ali não faltavam pecadores, alguns com mais contas a acertar com a justiça divina que Judas Iscariotes. Não seriam distribuídos pão e vinho, só sanduíches de presunto.

Mas o homem de barba na cabeceira da mesa decidiu que essas diferenças eram irrelevantes. E caprichou no papel de Jesus Cristo.

As palavras de abertura avisaram que, aos olhos do presidente da República, a 16ª reunião do ministério promovida desde 2003 tinha tudo a ver com a passagem bíblica que inspirou o célebre quadro de Leonardo da Vinci.

"Sentamos a esta mesa aqui, e parece a Santa Ceia: todo mundo amigo", disse Lula a seus discípulos na penúltima quarta-feira deste janeiro.

Transformados subitamente em amigos de infância, todos sorriram uns para os outros. Edison Lobão e Dilma Rousseff pararam de trocar pontapés sob a mesa. Marina Silva acenou para Mangabeira Unger.

"Mas depois passamos um ano sem conversar entre nós", continuou o pregador. (A Santa Ceia de verdade foi, para Cristo, também a última. Mortos não conversam. Os sobreviventes deixaram de encontrar-se para escapar da cadeia e da forca. Pelo jeito, Lula não sabe disso).

"Há quase meses e meses que vocês não trocam idéias", repreendeu Lula.

Bilhetes rabiscados às pressas comprovaram que a turma captara o espírito da coisa. Num deles, Celso Amorim comunicou a Carlos Lupi que vê com simpatia a instalação de uma Casa do Trabalhador em cada embaixada. Noutro, Guido Mantega prometeu a Geddel Vieira Lima liberar no dia seguinte aquele dinheiro que deveria ter saído no ano passado. Luís Marinho convidou Matilde Ribeiro para acompanhar a seu lado, num camarote na Sapucaí, os desfiles das escolas de samba. Nelson Jobim perguntou a Tarso Genro como é mesmo o nome do ministro da Agricultura.

E ficou combinado que todos estarão juntos no Natal.

Até lá, tratarão de obedecer aos mandamentos do mestre. Devem celebrar as proezas do governo. Devem controlar o Congresso. E vencer a eleição deste ano. Nada tem de surpreendente a constatação de que o católico Lula ignore o que foi a Santa Ceia.

Quem acha leitura pior que exercício em esteira sai em desabalada carreira quando vislumbra um exemplar da Bíblia. Espantosa é a descoberta de que o homem enviado pela Divina Providência para salvar o Brasil já se sente à vontade para brincar de Cristo. Não para salvar a Humanidade, mas a própria pele.

Se Deus não fosse brasileiro, se não tratasse Lula com a camaradagem de compatriota, o mais tremendo dos raios teria fulminado a menos santa das ceias.

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domingo, 27 de janeiro de 2008

Morre mulher de envolvido em fraude com a Petrobras


Comentário sobre a noticia:

Lamentável, e chocante, a morte da empresária Lillian Rose Mac Dougell Sterea. Aparentemente, suicídio. Mesmo não querendo, ou não sabendo, ela vivia muita próxima da corrupção. Tenho certeza que a polícia tentará descobrir porque uma mulher doente, fugitiva de uma clínica, que pretende se suicidar, pensa em levar consigo anéis e cordões, e ainda tem a tranquilidade de escrever um bilhete de próprio punho determinando a partilha de seus bens entre os dois filhos. Essa tragédia é um chocolate muito amargo para todos os que procuram entender a vida como ela é.

Wilson Gordon Parker, Friburgo (RJ)

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JORNAL DO BRASIL

25 de janeiro de 2008


Morre mulher de envolvido em fraude com a Petrobras

A Operação Águas Profundas, realizada pela Polícia Federal em julho de 2007 para desbaratar um esquema de fraude em licitações da Petrobras pode ter feito mais uma vítima anteontem, quando a empresária e artista plástica Lillian Rose Mac Dougell Sterea, mulher de Fernando da Cunha Sterea, um dos sócios da empresa Angraporto - envolvida no processo fraudulento - atirou-se do 15º andar do hotel Sheraton, na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca (Zona Oeste).

De acordo com informações da 16ª DP (Barra), Lillian chegou ao hotel às 11h50 e pediu um apartamento que estivesse disponível no andar mais alto do prédio. Portando apenas uma bolsa, ela subiu, solicitou à camareira papel e caneta e fez uma refeição. Por volta das 15h, Lillian encostou uma cadeira na varanda e pulou. A notícia, e especialmente as circunstâncias, chocaram a alta sociedade carioca, na qual a empresária, oriunda de família tradicional e respeitada, era muito querida.

Ainda segundo a polícia, Lillian deixou no apartamento do hotel, além de anéis, cordões e óculos, um bilhete escrito de próprio punho determinando a partilha de seus bens entre os dois filhos.

Lillian tinha 44 anos e estava separada de Fernando da Cunha Sterea desde que o marido foi preso pela PF. Segundo amigos, ela não conhecia os termos das negociações do marido com a Petrobras e ficou chocada quando agentes invadiram sua casa durante a operação Águas Profundas. Os dois se separaram logo depois. Depois de algumas semanas, Fernando foi libertado, segundo seus advogados por ordem do juiz da 4ª Vara Federal.

Deprimida, Lillian chegou a ser internada na Clínica São Vicente, de onde, segundo Fernando, ela teria fugido no último domingo.

- Somos casados há 22 anos, o que eu posso dizer? - afirmou Fernando. - Temos dois filhos. Foi algo tão contundente pra todos que não tenho nada a dizer. Foi um ato de uma pessoa doente. Ela fugiu da clínica, ninguém achava.

A carreira

Lillian iniciou sua formação nas áreas administrativa e comercial em 1982. Logo exerceu ascendeu no Grupo Chocolate. Passou por vários setores da empresa e aprimorou seus conhecimentos profissionais no período em que esteve nas lojas Bloomingdales de New York.

Paralelamente, apaixonou-se por encadernação. Com sensibilidade trabalhou cores, texturas e design durante aproximadamente 15 anos. Em 1990, criou a papelaria Fashion Lillian Rose, que rapidamente angariou uma clientela fiel. A loja de Ipanema deu origem às da Barra, Gávea e no hotel Copacabana Palace. Empresas grandes passaram a encomendar trabalhos, como brindes para clientes vips.

Em São Paulo, a não menos sofisticada Daslu tornou-se sua cliente e logo vieram representações em Brasília, com desdobramentos nos mercados de Santa Catarina e Minas Gerais. A etapa seguinte foi a exportação para os Estados Unidos e o sul da França.

Lillian também amava a pintura e cursou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Jardim Botânico, que formou artistas de nome no cenário brasileiro e internacional.

[ 25/01/2008 ] 02:01


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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Lobão vira ministro apesar de denúncias e crise energética


FOTO: Lobo pulando por cima dos carneirinhos. A carniça é o povo.

Comentário sobre a notícia:

A nomeação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para o ministério de Minas e Energia é a fotografia correta do governo. Sarney empurrou essa nomeação pela goela abaixo do Lula. Ele custou a digerir, mas como não tem condições de fazer aliança com pessoas mais dignas do que Sarney e Lobão, Lula assinou a nomeação. O suplente de Lobão no senado é o seu filho, que está sendo acusado de várias mutretas fiscais. A falta de pudor político que reina na Praça dos Tres Poderes parece não incomodar mais aos oposicionistas, com raras exceções.
WILSON GORDON PARKER (por e-mail, 18/01) Nova Friburgo, RJ

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O GLOBO, 17 de janeiro de 2008

- O senador Edison Lobão (PMDB-MA) foi confirmado ontem como o novo ministro de Minas e Energia num dia marcado por constrangimentos. O presidente Lula chegou a adiar a audiência com Lobão, mas acabou recebendo-o no Planalto, após pressão do PMDB. O próprio Lobão anunciou sua indicação. A posse será segunda-feira. Ele assume o cargo fragilizado devido a denúncias contra seu filho e suplente - acusado de usar um laranja à frente de uma empresa para fugir de dívidas fiscais -, que deverá assumir o mandato. A fragilidade de Lobão, porém, agrada ao Planalto, em especial à ministra Dilma Rousseff. Na briga com o PMDB, ele deverá manter o controle dos cargos no setor elétrico, num momento em que há a ameaça de racionamento de energia. (págs. 1 e 5)

DE ORELHA EM PÉ



Comentário publicado em 15 de janeiro de 2008 no Estado de São Paulo e Jornal do Brasil


O ministro Temporão descarta a idéia da existência de uma epidemia de febre amarela. O presidente Lula descarta qualquer possibilidade de ocorrer um novo apagão elétrico. Diante do fantástico histórico de mentiras que são ditas diariamente pelos integrantes do governo, a começar pelo presidente Lula, tenho certeza que ninguém acreditou nessas afirmações. Estamos todos de orelha em pé.

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

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JB - 14 de janeiro de 2008

Temporão nega que haja epidemia no Brasil

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse ontem em um pronunciamento feito em cadeia nacional de televisão que o país não passa por uma epidemia de febre amarela.

O ministro garantiu que está descartada a possibilidade de epidemia da doença e pediu que só se dirijam aos postos de saúde para tomar a vacina, pessoas que morem ou estejam indo visitar áreas de risco e nunca se vacinaram ou tomaram a vacina antes de 1999, mas alertou que a imunização deve ser feita pelo menos dez dias antes de viajar.

- O Brasil não tem casos de febre amarela urbana desde 1942. Os casos registrados de lá para cá foram todos de febre amarela silvestre, ou seja, de pessoas que contraíram a doença nas florestas - disse o ministro.

Segundo ele, desde 2003 a ocorrência de febre amarela silvestre em seres humanos vem caindo gradativamente e os atuais casos suspeitos estão localizados e restritos a áreas onde algumas pessoas não vacinadas entraram em florestas e matas nas últimas semanas.


ESTADÃO - segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Lula descarta risco de apagão energético no País


Em programa semanal, presidente afirma que gás é para produção de eletricidade, não só para consumo

Milton F.da Rocha Filho, da Agência Estado, e Agência Brasil

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no seu programa semanal de rádio, Café com o Presidente, reafirmou que não há o risco de apagão energético no país. Lula, que inicia nesta segunda-feira viagem para Guatemala e Cuba, afirmou nesta segunda-feira, 14, que o Brasil está seguro e que não faltará energia para dar sustentabilidade ao crescimento do País.


Lula disse que se reuniu com todo o setor energético brasileiro, inclusive com representantes da Petrobras, e que todo o esforço necessário será feito para que não falte energia. O presidente afirmou ainda que a preferência do uso do gás no País é para a geração de eletricidade, não para consumo da população, como no caso do abastecimento dos automóveis. "Se tiver sobrando gás, nós poderemos atender os carros, poderemos atender as empresas, mas é importante definir que a prioridade é servir, é produzir energia para atender aos interesses da sociedade brasileira."


Clique aqui para ver o link do comentário no Estadão

A medalha do pai da aviação aterrisou no tailleur da primeira dama Marisa Leticia



Passou despercebido a todos um fato incrível que aconteceu neste país surrealista no início de dezembro de 2007. O negócio foi tão vergonhoso que evitaram dar maior repercussão ao mesmo.

O fato é que a Aeronáutica entregou a medalha de honra ao mérito Santos Dumont a primeira dama Marisa Letícia.

Essa condecorção foi insituida para ser entregue à personalidades civis e militares, brasileiros ou estrangeiros "desde que tenham prestado destacados serviços à Aeronáutica brasileira ou, por suas qualidades ou seu valor, em relação à Aeronáutica, forem julgados merecedores"

Um informante meu em Brasília disse que a referida comenda foi "doada" a ilustrissima primeira dama Marisa Letícia porque ela decorou com muita "arte" e "bom gosto" o AirBus que o marido Lula mandou comprar com o nosso dinheiro.

As flores de plástico, em vermelho e rosa, espalhadas pelo luxuoso avião ficaram divinas.

É inacredtitável !

Decálogo dos Direitos do Blogueiro

Após 30 dias de férias, 20 de dezembro até hoje, eu digo ao povo que voltei, com muita preguiça e todas as farpas possíveis. Recomeço colocando aí o Decálogo dos Direitos do Blogueiro, de autoria do Idelber Avelar.

10. Toda blogagem se dará em paz e exercitará a liberdade de expressão inerente a qualquer democracia. A blogagem estará a salvo de perseguição política, religiosa ou doutrinária de qualquer caráter. O blogueiro será livre para dizer o que lhe venha à telha, desde que, obviamente, não cometa com a linguagem crimes de calúnia ou plágio.

9. Todo blogueiro terá o direito de passar um dia sem blogar e não receber mensagens alarmistas, preocupadas ou encheção de saco. Os blogueiros serão poupados de receber emails com gritaria ou esbravejação em letras maiúsculas e, no caso de recebê-los, serão livres para exercitarem o direito de ignorá-los ou apagá-los.

8. Todas as blogueiras terão direito de blogar em próprio nome, em pseudônimo ou em heterônimo como lhes apraza, de forma exclusiva ou simultânea. Assim como todos os outros direitos nomeados aqui preferencialmente no feminino, este também se aplica, evidentemente, aos homens que possam, saibam ou ousem exercitá-lo.

7. Sendo publicitário, funcionário público, palhaço, vendedor de seguro, jogador de futebol, aeromoça, professor universitário, paquita, lixeiro ou desempregado nas horas vagas, o blogueiro tem direito de não ser importunado, agredido, chantageado ou ofendido por sua escolha ou necessidade profissional fora das horas de blogagem.

6. Todas as blogueiras terão direito de livre associação em quaisquer grupos, incluindo-se aí grupos com objetivos e programas contraditórios. Entender-se-á a blogagem sobretudo como um direito à coexistência bizarra, insólita e feliz de diferenças na internet. Na blogosfera haverá paz de se retribuir as visitas ao blogs de cada um na devida temporalidade baiana que deve reger as coisas, sem pressa, sem culpa e sem cobrança. Ao visitar o blog alheio o blogueiro também temperará o natural desejo da recíproca com semelhante tranqüilidade.

5. Toda blogueira estará livre de qualquer responsabilidade sobre afirmações feitas por outras pessoas em seu blog. Nenhuma blogueira poderá ser interpelada, processada ou censurada por ofensas ditas por outrem em seu blog. Caso alguma pessoa se sinta ofendida por algum comentário e reclame, a blogueira terá amplo tempo para decidir qual a atitude correta de anfitriã que exercita seus direitos de cidadã numa democracia onde àqueles correspondem, é claro, deveres também.

4. A todo blogueiro será garantido o direito de promover votações, concursos, citações, retrospectivas, autolinkagem ou reciclagem sem ser acusado de estar ficando sem assunto.

3. Todo blog terá liberdade absoluta de linkar, deslinkar e relinkar como lhe preze, entendendo-se que a linkagem é ato livre, unilateral e jamais significa, por si só, um endosso de conteúdo do site linkado. Todo blogueiro terá paz para ir linkando aqueles que o linkam ou não, na medida em que ele vá viciando-se em blogs.

2. Todo blogueiro terá o direito de exercitar periodicamente o direito de dizer abobrinhas sobre assuntos que não entende, de tal forma que os blogs de futebol serão apoiados quando resolvam falar de música e os blogs de economia contarão com a compreensão geral quando decidam falar sobre a composição do vinho. Mais bobagem que certas revistas semanais blog nenhum conseguirá dizer.

1. Todo blogueiro terá o direito de propor decálogos incompletos – eneálogos, na verdade – e solicitar ser completado, corrigido ou auxiliado pela caixa de comentários. Esqueci de alguma coisa? Sejam bem-vindos.

Escrito por Idelber às 02:26 em Março de 2005| link para este post |


http://www.idelberavelar.com/archives/2005/03/decalogo_dos_di.php

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segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

No reino da Mentira


Foto: O Pinoquio só era mentiroso porque ele era cara de pau

Comentário sobre o Pinóquio :

Publicado no Estado de São Paulo em 06 de janeiro de 2008

REINADO DA MENTIRA

Não sei por que esse espanto com mais essa mentira do Lula, sobre o aumento do IOF. Esse modo de ser se tornou um hábito dos petistas e todos já deveriam estar acostumados. Ninguém mais se espanta quando um deputado, senador ou um colarinho-branco do Executivo está envolvido em alguma roubalheira. Isso já é considerado normal. Durante toda a campanha eleitoral o presidente pregou uma coisa e está fazendo outra desde a posse em 2002. É um mentiroso e contínuo. Não se iludam, nem se zanguem comigo, mas a mentira vai continuar e todos vão seguir assistindo à banda passar. Lula diz que não, mas vai fazer de tudo para conseguir o terceiro mandato. E toda essa mentira será pelo “bem” do Brasil, segundo ele e os petistas. O reinado da mentira vai continuar por um bom tempo, porque a oposição parece ter medo da verdade. Vivemos no país das meias-verdades, que nada mais são que grandes mentiras. A mentira dos petistas tem pernas longas e caminha para a eternidade.


Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

A triste realidade alucinatória para o ano de 2008


FOTO: O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e seu colega colombiano, Alvaro Uribe, tramaram muito para boicotar Chávez.


Publicado em 03 de janeiro de 2008, no O GLOBO.

Chávez x FARC

O ano de 2007 encerrou suas atividades transbordando com intensidade a realidade alucinatória que dominou os seus 365 dias. O alopramento surgiu de todos os lados. O surrealismo virtual tomou conta de todos os setores politicos e economicos da vida real do planeta Terra. Os alimentos vão subir mais de 50% porque as refinarias de combustivel precisam deles para produzir energia eterna e mais barata. Alguém deverá descobrir que os cadáveres dos humanos que irão morrer de fome poderão ser reciclados para a produção de combustivel "limpo". Para fechar 2007, os fanfarrões mais conhecidos da grande novela internacional, Bush e Chavez, expuseram para todos nós o valor da "menos-valia" da vida humana: em qualquer situação o ser humano não vale nada para eles. Como Lula nunca entendeu o real significado da teoria da "mais-valia", de Karl Marx, ele mandou o assessor para Relações Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, para a Venezuela, na esperança de repartir a carniça politicamente valiosa dos reféns da FARC. Não deu certo. Olhando atentamente o cenário internacional, descobrimos que a maioria dos paises está dominada por políticos que não dão o menor valor à vida humana. Essa é a triste realidade alucinatória para o ano de 2008.
WILSON GORDON PARKER (por e-mail, 02/01), Nova Friburgo, RJ


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O Globo Online

03/01/2008 às 19h04m

Helicópteros retornam da selva e indicam fracasso de resgate de reféns das Farc

Agências internacionais

BOGOTÁ - Os quatro helicópteros enviados à Colômbia para a operação de resgate de reféns das Farc deixaram o aeroporto de Villavicencio de volta à Venezuela nesta quinta-feira, em um mais um sinal de que o plano elaborado pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, fracassou. Os dois MI-17 e os dois Bell estavam na Colômbia desde o último sábado, prontos para entrar na selva do país, onde se esperava que as Farc entregariam os três reféns que haviam prometido libertar: Consuelo González, Clara Rojas e seu filho Emmanuel, nascido no cativeiro.

Depois de diversos adiamentos, no entanto, a operação foi suspensa na quando Chávez leu uma carta em que as Farc diziam não ter condições de entregar os reféns. A guerrilha esquerdista alegou que a Colômbia intensificou as operações militares na região desde que foram divulgadas provas de vida dos reféns, em novembro.

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, negou a realização das ações, e levantou a suspeita de que Emmanuel não estaria em poder da guerrilha. Nesta quinta-feira, o homem a quem a guerrilha teria entregado o menino disse que as Farc lhe deram um prazo até 30 de dezembro para devolvê-lo. O governo acusou as Farc de mentirem e de terem enganado o presidente venezuelano e a comunidade internacional. Em troca, Chávez acusou Uribe de mentir e de não colaborar com seu plano.

Agora, o alto comissário para a paz colombiano, Luis Carlos Restrepo, disse que a partida das aeronaves foi acertada com o ministro do Interior da Venezuela, Ramón Rodriguez Chacín, encarregado por Chávez de coordenar a libertação - oferecida pelas Farc como ato de desagravo ao presidente venezuelano depois que ele foi afastado por Uribe das negociações para libertar 47 reféns, entre eles, a ex-candidata à Presidência colombiana Ingrid Betancourt e três americanos. Marulanda pede que Farc preparem 'ofensiva geral' em 2008

O líder máximo das Farc, Manuel Marulanda, conhecido como - Tiro certo - ,
responsabilizou generais colombianos por bloquear a libertação de seqüestrados, segundo uma carta publicada pela Agencia Bolivariana de Noticias (ABN). Ele pediu que os guerrilheiros aproveitem o momento "acrise" do governo colombiano para preparar uma "ofensiva geral".

"É conveniente aproveitar a crise geral que o Governo atravessa e o cansaço refletido em algumas unidades militares para começar a preparar as condições para organizar uma ofensiva geral", diz o texto, datado de 24 de dezembro de 2007, mas publicado apenas nesta quinta-feira pela ABP.

Na mensagem, Marulanda acusa o governo do presidente Álvaro Uribe de comprometimento com grupos paramilitares de direita, "espalhando o terror em todo o país". Ele também fez críticas à "intervenção" dos Estados Unidos. Em referência a acordos de troca de presos por reféns, pediu que os membros das Farc motivem as "massas a lutar para conseguir o Intercambio Humanitário para evitar que guerrilheiros morram nas celas".

Marulanda afirma que os guerrilheiros "estão obrigados a conduzir as organizações de massa na direção da luta por suas reais reivindicações políticas, econômicas, sociais e por soberania". O líder de 77 anos, fundador da maior guerrilha colombiana, diz ainda que é necessário aumentar o número de membros da organização.


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03/01/2008 - 18h21
Farc anunciam "ofensiva geral" em 2008 na Colômbia
da Folha Online


O chefe da guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionários da Colômbia), Manuel Marulanda, também chamado de "Tirofijo", fez um apelo a uma "ofensiva geral" em 2008, em mensagem aos combatentes datada do dia 24 de dezembro e publicada nesta quinta-feira pela Agencia Boliviariana de Prensa (ABP), ligada ao grupo.

"É conveniente aproveitar a crise geral pela qual passa o governo e o cansaço refletido em algumas unidades militares para começar a preparar as condições voltadas para uma ofensiva geral", diz o texto, que não faz nenhuma alusão à operação humanitária montada pela Venezuela para recuperar três reféns, que tiveram a libertação prometida pelas Farc.

O líder rebelde, de 77 anos e que fundou as Farc em 1964, acrescentou que seus quadros "estão obrigados" a desenvolver "ações armadas em estradas, caminhos, florestas, centros urbanos, aldeias e quartéis, sem dar trégua ao inimigo, tal como o faz" contra a organização.

Manuel Marulanda reitera a principal exigência das Farc --a desmilitarização dos municípios de Florida e de Pradera, no sul do país-- para realizar uma troca entre 45 reféns, entre eles a ex-candidata à presidência Ingrid Betancourt, e cerca de 500 guerrilheiros presos.

"Se o presidente Uribe ordenasse uma retirada militar de Florida e Pradera, o problema estaria solucionado há anos. E assim, ninguém perderia, todos ganhariam", estima.

Uribe, conhecido pela firmeza em relação à guerrilha, opõe-se categoricamente a essa desmilitarização, estimando que permitiria às Farc ampliar suas posições.

A guerrilha colombiana das Farc completa 44 anos de existência em 2008, e em um clima de confronto total com o atual presidente Alvaro Uribe, que tem combatido a organização rebelde com maior tenacidade do que seus antecessores.

Extremamente influente no país, o movimento que nasceu como uma reação de um grupo de 48 camponeses à violência policial, no dia 27 de maio de 1964, em Marquetalia (sul), no planalto entre as serras de Iquira e Atá, ainda é liderado pelo mesmo homem, Manuel Marulanda Vélez, mais conhecido como "Tirofijo".

Desde então, as Farc sobreviveram a 11 governos, que alternaram políticas combate e de negociação. Neste sentido, os exemplos mais radicais foram os dois últimos presidentes Andrés Pastrana (1998-2002) e o atual Alvaro Uribe.

O confronto entre Uribe e as Farc é tão forte que quando o primeiro assumiu a presidência, em 7 de agosto de 2002, os rebeldes atacaram a sede do governo com bombas, um dia no qual 20 pessoas morreram.

O governo de Uribe prometeu continuar combatendo este grupo armado, que, por sua vez, nega-se ao diálogo, a não ser sobre a troca de vítimas de seqüestro por rebeldes na prisão.

E é justamente a prática de seqüestros, assim como ligações cada vez mais claras com o narcotráfico, que levaram a guerrilha ao desprestígio junto à população.

Repressão

O governo colombiano afirmou nesta quarta-feira que em 2007 morreram 2.963 membros de grupos guerrilheiros, organizações de narcotraficantes e criminosos comuns em confrontos com tropas do Exército.

Segundo relatório das Forças Armadas divulgado pela Casa de Nariño, sede do governo colombiano, outras 5.225 pessoas foram capturadas e 1.403 se entregaram às tropas.

Dos mortos, segundo o documento, 1.731 pertenciam às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), 239 ao Exército de Libertação Nacional (ELN), nove ao Exército Revolucionário do Povo (ERP) e três ao Exército Popular de Libertação (EPL).

Ainda segundo o Exército, houve 2.507 combates das tropas com organizações ilegais, com o desmantelamento de 1.968 acampamentos guerrilheiros.

Com France Presse


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Do G1, em Brasília

27/12/2007 - 13h18 - Atualizado em 27/12/2007 - 17h57

Reféns da Farc: Lula recomenda cautela a assessor que irá à Venezuela

Segundo Marco Aurélio Garcia, libertação deve ocorrer na sexta-feira.

Assessor participará como observador da ação mediada pela Venezuela.


Tiago Pariz

Marco Aurélio Garcia afirmou não ter detalhes técnicos sobre sua viagem, porém esclareceu que nesta sexta-feira (28) deve partir de Caracas de avião para uma outra base, da qual seguirá de helicóptero para encontrar os reféns em território colombiano. Ainda segundo Marco Aurélio Garcia, sua função no local será observar a operação, acompanhando uma missão internacional.

"É um ato humanitário parcial. Acreditamos que seja o primeiro passo para a continuidade de um programa de libertação de outros reféns o que, talvez, possa abrir caminho para a paz na Colômbia, que é uma coisa desejada por todos nós", declarou o assessor presidencial.

Ainda segundo Garcia, a atuação do Brasil na questão colombiana já ocorre há muito tempo por meio de conversas por parte dos governos."Não somos convidados de última hora. Há muito tempo discretamente desenvolvemos iniciativas para que se chegue a essa negociação", declarou.

Marco Aurélio não confirmou o dia que retornará de viagem, mas afirmou que pretende passar a virada do ano em São Paulo.

Segundo o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, a libertação ocorrerá "provavelmente na sexta-feira (28)". Marco Aurélio Garcia disse que irá ao local onde os reféns serão colocados em liberdade.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

2008

Jornal do Brasil - 01 de janeiro de 2008

Ives Gandra Martins
PROFESSOR


Evtuchenko, poeta russo, visitou, quando jovem, uma vila de seu país, sendo recebido pelos maiores da cidade. Quando passava em frente a um cemitério, entrou para visitá-lo e ficou impressionado ao constatar que, nas lápides, não havia data de nascimento ou de morte, mas apenas a observação "viveu três", "viveu cinco anos" - a indicar que muitas daquelas pessoas haviam morrido muito jovens. Julgando tratar-se de um cemitério de crianças, manifestou interesse em conhecer onde eram enterrados os adultos. Foi informado, porém, que aquele era o único cemitério da cidade. Espantado com a resposta, perguntou por que, então, aquelas pessoas haviam morrido tão jovens, ao que seu cicerone respondeu: "Nesta cidade, os anos só se contam a partir do momento em que a pessoa compreende que está no mundo para servir, e não para ser servido, aprendizado que, muitas vezes, dura até a velhice".

Neste início de 2008, parece valer a pena refletir sobre a lição que Evtuchenko aprendeu naquela visita e perguntar-nos se aprendemos a ser solidários, a criar uma sociedade solidária, a viver os valores familiares, profissionais e sociais.

Como o Brasil avançaria se os nossos governantes estivessem mais preocupados em dedicar-se exclusivamente a servir e não a se manterem no poder, a qualquer custo, lembrando a triste constatação do saudoso Roberto Campos: "Na política brasileira, há dois tipos de pessoas, os incapazes e os capazes de tudo"!

À evidência, não acompanho o pensamento de meu querido amigo, cujo brilhantismo e raciocínio tanta falta faz ao país, pois sei que a sua observação, embora válida para parcela considerável de nossos políticos, não é válida para um núcleo de brasileiros idealistas, que vive a política como forma de servir à nação e está disposta a tudo para criar uma nação melhor. Entre estes, poderia citar, a título apenas exemplificativo: Marco Maciel, Pedro Simon, Eduardo Suplicy, Patrus Ananias, Jefferson Peres. As divergências que mantenho com alguns não modificam o profundo respeito pela sua busca do bem comum, cujos caminhos nem sempre convergem para as mesmas soluções.

Gostaria, neste início de 2008, que, efetivamente, a lição apreendida pelo renomado poeta russo valesse também para todos aqueles que, pertencendo à sociedade "não governamental", têm-se esquivado de participar da vida comunitária, quando poderiam fazê-lo engajando-se em organizações sociais do terceiro setor e contribuindo, assim, para reduzir os desníveis sociais existentes no Brasil.

Não apenas aos políticos mas à sociedade cabe a tarefa de lutar por um mundo solidariamente mais justo. Em palestra de Clinton, a que assisti, a convite de Fernando Henrique, por ocasião da inauguração do instituto cultural do ex-presidente, dizia ele que a fortaleza da democracia americana encontrava-se mais na força das ONGs do que na dos partidos, pois são elas que levam o povo a participar do fortalecimento da nação americana.

Se cada brasileiro dedicasse parcela de seu tempo a servir ao próximo, como voluntário, protestando menos e agindo mais, o país seria melhor.

Que aprendamos, todos, neste 2008, a exercer a cidadania. É o que este velho articulista deseja a todos os brasileiros.

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NOTA DE RODAPÉ 1:

[ 01/01/2008 ] 02:01


No livro "DEMOCRACIA PURA", de J. Vasconcelos, é possível seguir a história da verdadeira democracia e encontrar uma proposta detalhada para que a humanidade possa fazer ressurgir o governo popular e, sem a intermediação de políticos profissionais, criar um governo de todos, para todos




“DEMOCRACIA PURA”, de J. Vasconcelos.
Editora: Nobel
Edição: 1
Número de páginas: 188
Lançamento: 1/1/2007





NOTA DE RODAPÉ 2:

10/08/2007 - 16:05
Escrito por: Patricia Donati de Almeida
Veja os detalhes do livro "Democracia Pura" de J. Vasconcelos.

J. Vasconcelos, professor, filósofo, pesquisador, publicista pós-graduado em Direito Constitucional é autor do livro "Democracia Pura”, publicado pela Editora Nobel, em São Paulo, no ano de 2007. No livro, o autor exprime sua opinião sobre a história da verdadeira democracia e nos mostra caminhos para que o povo reconstrua um governo legitimamente popular.

Nessa conjectura, a obra permite ao leitor descobrir as origens da democracia pura: sociedades primitivas nas quais, por motivo de sobrevivência, os indivíduos atuavam de forma solidária, colaborando uns com os outros e, principalmente, com participação direta nos processos decisórios que envolviam a comunidade.

Trata-se de livro com 188 páginas, em que o autor nos propõe estudo sobre o verdadeiro conceito de democracia e se preocupa em analisar a viabilidade de sua aplicação na atual sociedade.


NOTAS DO AUTOR do livro "DEMOCRACIA PURA", J. Vasconcelos

De 1714 até 1746, mais de 200 navios levaram do Brasil ao Rei de Portugal, D.João V e seus cortesãos o seguinte:

- 681 arrobas de ouro em pó

- 315 marcos de prata

- 12 milhões em diamantes

- 392 oitavas de diamante

- 22 caixas de ouro em obra

Verbas essas que naquela época somavam quantias fabulosas foram utilizadas a bel prazer pela casa real em pagamentos altíssimos à cúria romana para, entre outras futilidades,

- que os seus serviçais religiosos pudessem usar meias de cor vermelha;

- que o rei de Portugal fosse tratado por Fidelíssimo;

- que a capela real tivesse estas e aquelas distinções vãs;

- que fosse permitida à igreja lusitana celebrar 3 missas no finado;

- que fosse permitida a Lisboa fazer suas procissões com as pompas e ritos das realizadas em Roma

Pois bem, gastaram toda a riqueza vinda do Brasil nessas frivolidades e Portugal naufragava na penúria, sem estradas, sem escolas, sem hospitais, sem academias de ciência, etc. Com tantas despesas inconseqüentes, o Rei propôs até criar impostos ao povo.

Ao Brasil, cabia apenas 120.000 cruzados.

Enquanto isso, na mesma época, as colônias americanas da Nova Inglaterra praticavam a democracia pura ( na sua forma direta) e usavam a riqueza do país para a sua construção; tinham a reclamar somente da imposição da Inglaterra sobre a obrigatoriedade de importação de manufaturados ingleses.

Realmente, quando o destino de um povo é comandado por um individuo, ou por uma família, ou por um grupo, ou por algumas classes, não adianta recordes de arrecadação fiscal, criação e aumentos de impostos, montões de tesouro, que

- tudo será encaminhado sob os caprichos e interesses de grupos;

- a riqueza se dissipará sofregadamente.

É o caso dos governos que temos, onde o Poder está com os políticos profissionais e outros privilegiados. Criação e aumento de impostos servem principalmente a benefícios e favorecimentos dos mesmos, com remunerações absurdas, aposentadorias milionárias, viagens, mordomias, super-aviões de luxo, palácios para desembargadores, ultra-sofisticados computadores para os parasitassenadores, churrasqueira palacial ao custo de 3,8 milhões de reais, reforma milionária para o galinheiro palaciano, doações demagógicas a outros países, etc. ( um dos quais goza de rendimentos mais confortáveis do que o Brasil, pois recebe royalties da extração do petróleo; se seu povo é pobre, deve-se ao fato de que é explorado por um ditador há 37 anos no Poder, com contas bilionárias nos paraísos fiscais, tal como o fizeram seus colegas, Idi Amin, Sekou Touré, e outros tiranos ) Agora o Brasil é um país com rodovias em frangalhos, trafego aereo em colapso, sofríveis transportes públicos e portos desaparelhados para suportar as crescentes exportações, com 55,7 milhões vivendo em estado de pobreza, com uma violência inconcebível empurrando os cidadãos a jaulas particulares, etc. ( no mês de junho de 2004, num dos Estados mais pobres da Federação, (Alagoas), com um salário mínimo de R$260,00, naquela época, os desembargadores reajustaram os próprios salários para R$ 17.200,00, retroativos a 6 meses atrás, proporcionando essa retroatividade um desembolso extra de 400 mil reais aos cofres de um Estado falido ).

O rei francês Luiz XIV tinha a mania de distribuir mesadas a príncipes e reis de outros países com o dinheiro da Nação gaulesa. Quando morreu, acrescendo outras puerilidades, o resto foi aproveitado para a luxúria e farras do próximo rei, Luis XV. A única coisa positiva de todas essas asneiras, foi que prepararam o terreno para o povo francês fazer a sua gloriosa REVOLUÇÂO.

A nossa única solução, para nunca mais termos esse tipo de OLIGARQUIA, é a implantação da Democracia Pura, substituindo de vez essa falsa democracia representativa.

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