.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

CACCIOLA CHEGOU SORRIDENTE E OTIMISTA COM O BRASIL


CHARGE DO IQUE NO JORNAL DO BRASIL DE 19 de julho de 2008

Comentário sobre a notícia:

Publicado no ESTADO DE SÃO PAULO em 18 de julho de 2008

Cacciola chegou lépido e fagueiro. Sem algemas, sorridente, gesticulou muito, e insistiu na tese de que não é fugitivo, pois saiu do Brasil com autorização do ministro Marco Aurélio de Mello.

Lembrou a todos que os outros elementos acusados como ele, que ficaram aqui no Brasil, continuam livres, sem problema nenhum. E como ele também é filho de Deus, vai entrar com um habeas corpus para poder participar deste alegre bloco da impunidade.

Cacciola não está com cara de quem pretende passsar mais de uma semana numa prisão especial. O estranho nessa história toda é a ausência no noticiário do ministro Marco Aurélio de Mello.

Será que sua excelência passou o caso Cacciola para o presidente do STF, Gilmar Mendes ?


Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo - RJ

*

ESTADO DE SÃO PAULO em 17 de julho de 2008

Entenda o caso do ex-banqueiro Salvatore Cacciola


Condenado a 13 anos de prisão no Brasil, Cacciola foi preso em Mônaco e será extraditado para o País [CLIQUE AQUI PARA LER MAIS...]

*

Folha de S. Paulo Sexta-feira, Julho 18, 2008

Eliane Cantanhede

Cordãozinho de ouro


O banqueiro Salvatore Cacciola chegou ontem ao Brasil saudável, otimista e com um forte espírito patriótico: "Eu confio na Justiça brasileira!". [CLIQUE AQUI PARA LER MAIS...]

OLHA ÊLE AÍ ...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

ELE ACERTA E ERRA POR ÚLTIMO


CHARGE DE IQUE, NO JB, SOBRE O HABEAS CORPUS CONCEDIDO A DANTAS

Comentário sobre a notícia:

Publicado no ESTADO DE SÃO PAULO em de 16 julho de 2008


Do altar iluminado das suas funções, ungido pelo poder concedido ao seu cargo em passado distante, Gilmar Mendes mandou um recado firme aos que ousam duvidar do seu poder:

"ÊLE acerta e erra por último".

O ÊLE quer dizer o SUPREMO que é presidido por ÊLE.

Todos os poderes no Brasil são sempre associações altamente corporativas, e quando um dos membros faz alguma coisa, seja certa ou errada, o restante aceita, em detrimento de qualquer verdade que esteja fora do mundo corporativo de suas idéias.

Vivem trancafiados dentro de vícios antigos, outrora aceitos por sociedades que viviam na escuridão da informação. Os tempos mudaram, a informação chegou para todos, mas eles continuam tentando legislar e julgar sempre a favor da velha ordem de interesses.

Caro Gilmar Mendes, o cidadão comum já não se preocupa mais com as abstratices constitucionais porque a informação concreta está sendo jogada diáriamente dentro da sua cabeça. Dantas, Nahas e Pita, não são suspeitos abstratos, são ladrões reais.

A informação que comprova esta afirmação chega aos neurônios de toda a sociedade de hora em hora.


Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo - RJ

*

ESTADO DE SÃO PAULO, 16 de Julho de 2008

Contra o abuso e o descontrole

Não será com entrevistas bombásticas, nem com manifestos de solidariedade e desagravo, que avançará o debate sobre as normas às quais se deve subordinar o comportamento de magistrados, procuradores e agentes policiais no País.


CLQUE AQUI E LEIA MAIS ...

CASTIGO

OS 'ab$tRATOS' CACCIOLA, DANTAS e GILMAR


FOTO : Os atuais abstratos mais famosos e poderosos do Brasil

Comentário sobre a notícia:

"Em tempos de embustes universais, dizer a verdade se torna um ato revolucionário" [George Orwell]

O ministro Gilmar Mendes acompanha os negócios de Daniel Dantas desde o tempo das privatizaçoes das empresas telefônicas, quando foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (1996-2000), no período Fernando Henrique.

Ele sabe tudo sobre a vida do Dantas, que sabe tudo sobre a vida do Gilmar. Os dois sempre se deram, e se conhecem muito bem.

Gilmar é famoso por seus livros que falam sobre o 'Controle Abstrato de Constitucionalidade'. Como não sou jurista em Direito Constitucional, vou logo entendendo, e aceitando a existência dos 'ab$tRATOS' na nossa Constituição.

Aliás, eu tenho a impressão que o Brasil é o país dos "ab$tRATOS ".

Pelo menos tenho a certeza que é o único país no mundo onde o "Abstrato" se trasnforma em 'Ab$tRATO'.

Só depois de conhecermos algo sobre o 'Abstrato Constitucional', é que notamos a enorme quantidade de 'ab$tRATOS' que existem aqui no Brasil .

Gilmar foi para a Alemanha em 1988, onde cursou o mestrado na Universidade de Münster, que concluiu no ano seguinte com a dissertação (Pressupostos de admissibilidade do Controle Abstrato de Normas perante a Corte Constitucional), desenvolvida sob a orientação do Professor Hans-Uwe Erichsen.

Vocês estão me achando um gênio, mas essa história toda eu copiei da WILKIPÉDIA, a enciclopédia livre ... VEJAM LÁ ...Wilkipédia...

Mas ATENÇÃO: a Wilkipédia não fala em 'ab$tRATOS'.

Tempos atrás, o Gilmar entrou em confronto com o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, e com a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça, por causa da operação da PF apelidada de Navalha, contra acusados de fraudes em licitações públicas federais.

Gilmar liberou todo mundo, com navalha na carne e tudo.

Qualquer dia desses não vão permitir que juizes de Primeira Instância autorizem a investigação da roubalheira no Brasil.

As vozes que foram seduzidas pela elegância das grandes fortunas conseguidas fora do trabalho honesto, acham que esses ladrões de casaca não deveriam estar sendo expostos na mídia de maneira tão humilhante.

É por essas e outras que o Cacciola não tem o mínimo receio em retornar ao Brasil. Aliás, ele estará chegando ao Brasil no amanhecer do dia 17 de julho de 2008.

Vem todo alegre e despreocupado, pois já tem um outro "letrado" em "abstratices Constitucionais", lá no SUPREMO, aguardando o pedido de habeas corpus para mais este este ladrão internacional. Já comprou até o ticket para retornar a Bella Itália, via Paraguai.

Os advogados deste ladrão italo-brasileiro já entraram com habeas corpus para que o mesmo na hora do desembarque não seja algemado, nem fotografado, nem colocado em nenhum camburão da polícia. Devem ter solicitado regalias de Chefe de Estado.

Cacciola é outro que conhece muito bem os 'ab$tRATOS' Constitucionais no Brasil, e sabe que o perigo por aqui é o Ministério Público, a Justiça de Primeira Instância e a Polícia Federal. Depois dessas barreiras, conforme falam em alto e bom som o Dantas e o Najas, a coisa fica fácil de resolver.

E ficou bem melhor com o sinal verde dado aos 'ab$tRATOS' pela cúpula do governo que afastou todos os delegados que comandavam as investigações da Operação Satiagraha. De lambuja, o Diretor da Policia Federal foi agraciado com 15 dias de férias.

Daqui em diante vai ficar muito mais fácil para os 'ab$tRATOS'.


Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo - RJ

MOTORISTA BÊBADO ATROPELA CICLISTAS


FOTO: O MOMENTO EM QUE O MOTORISTA ATROPELOU OS CICLISTAS

UTILIDADE PÚBLICA:

PLANETA NEWS:

03/06/2008


Inacreditável, no México motorista bêbado atropela ciclistas.
Por Eliane Paulo

Um campeonato de cliclismo no México teve a corrida cancelada de maneira trágica. Um motorista inconseqüente, totalmente bêbado, simplesmente atropelou e matou um participante e deixou outros 14 feridos. Um absurdo!

CLIQUE AQUI E LEIA NO PLANETA NEWS

Se beber não dirija. A sua imprudência pode custar vidas. Não arrisque a vida dos outros e nem a sua.

QUE PAÍS É ESSE MINHA GENTE ?


FOTO : Gilmar Mendes lança um olhar pensativo para o dinheiro e os 3 ladrões

Comentário sobre a noticia:

"Enquanto o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, concedia liberdade a quadrilha do Banco Opportunity, comandada por Daniel Dantas, acusado de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha, suborno, tráfico de influência, e outros, os senadores decidiram aprovar na calada dessa mesma noite, a criação de mais 97 cargos de assessores, sem concurso, com salários de R$9.970,00.

Foto : na mesma hora da noite em que Gilmar soltava os ladrões, o Senado aprovava os novos cargos de assessores.

Essas duas ações seguiram as normas legais vigentes no Brasil. Gilmar Mendes qualificou a prisão de Dantas e seus comparsas como "um quadro de espetacularização".

Existe um temor generalizado entre as principais figuras da República sobre o que pode vir a público nessa "espetacularização" que vasculha o submundo dos negócios financeiros no Brasil, onde Daniel Dantas e Naji Nahas são os grandes chefões.

Tendo em vista o amedrontamento da classe política brasileira, sejam oposicionistas ou governistas, é fácil perceber que uma boa parte dela está com o rabo preso com esses dois mafiosos. Todos eles defendem com veemência a atitude do presidente do STF.

Que país é esse minha gente ?"


Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo - RJ

*

O Globo EDIÇÃO DO DIA 10.07.2008

Quem tem medo do disco rígido?

Políticos temem conteúdo de computadores apreendidos no Opportunity

Gerson Camarotti e Adriana Vasconcelos


BRASÍLIA. Há forte clima de apreensão no Congresso com as informações, ainda não divulgadas, do disco rígido (HD) de um computador do Opportunity apreendido pela Polícia Federal em 2004, na Operação Chacal, quando se investigava o caso Kroll, de espionagem de membros do governo. Elas só foram analisadas agora, após autorização judicial. De forma reservada, integrantes de PT, PSDB e DEM temem que o HD contenha informações sobre aplicações e remessas ao exterior de investidores do grupo Opportunity e até sobre doações para campanha de políticos próximos ao banqueiro Daniel Dantas.

— Assim que essas informações forem divulgadas, muita coisa será esclarecida. Por isso, esse clima de nervosismo, tensão e ansiedade no Congresso — disse a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC).

Essa relação com políticos deu a Dantas grande influência no Congresso. Antes de ser preso, ele ameaçou até o Planalto.

A apreensão era tamanha que, na CPI dos Correios, um grupo de parlamentares, de vários matizes ideológicos, tentou impedir a análise do HD. Este fora apreendido na investigação do esquema de espionagem de membros do governo pela Kroll, contratada pelo grupo de Dantas na Brasil Telecom (BrT) entre 2000 e 2005. Mas ele conseguiu, na Justiça, manter as informações sob sigilo.

Pressionados com o episódio do mensalão, integrantes da base governista tentaram envolver a oposição no escândalo. Dantas sempre teve forte ligação com integrantes do DEM e do PSDB — ele obteve apoio político para participar da privatização das teles no governo FHC. O banqueiro acabou citado como pagador e beneficiário do esquema do mensalão, de Marcos Valério. E-mails de Dantas para o Citigroup relataram encontros com o então chefe da Casa Civil, José Dirceu, e do advogado Luiz Octávio da Motta Veiga, aliado de Dantas, com Lula, para tratar da BrT.

Outro fator de desconforto no Planalto foi a aproximação da BrT com a Gamecorp, empresa da qual Fábio Luís Lula da Silva, filho de Lula, é sócio. O presidente vetou a parceria.

LADRÕES DE CASACA


FOTO : OS LADRÕES DE CASACA - DANTAS, PITA E NAHAS

Comentário sobre a notícia:

Publicado no ESTADO DE SÃO PAULO, em 10 de julho de 2008

"A prisão de tres grandes corruptos internacionalmente conhecidos, marginais de colarinho branco, Dantas, Nahas e Pita, deixou o alto mundo político brasileiro de cabelo em pé.

Todo mundo sabe que esses caras além de serem ladrões de primeira grandeza, são verdadeiros arquivos da história da roubalheira no Brasil e no mundo. Eles sabem de tudo. Fizeram de tudo. Sempre deram uma boa gorgeta aos que os ajudaram a construir com o dinheiro roubado os seus impérios.

No Congresso Nacional, e no alto escalão do judiciário, ouve-se algumas vozes contrárias a colocação de algemas nos pulsos de ladrões tão elegantes.

Qualquer dia desses não vão mais permitir que juizes de primeira instância autorizem a investigação da roubalheira no Brasil.

Essas vozes que foram seduzidas pela elegãncia das grandes fortunas conseguidas fora do trabalho honesto, acham que esses ladrões de casaca não deveriam estar sendo expostos na mídia de maneira tão humilhante.

É por essas e outras que o Cacciola não tem o mínimo receio em retornar ao Brasil. Ele sabe que o perigo por aqui é o Ministério Público, a justiça de primeira instãncia e a Polícia Federal.

Depois dessas barreiras, conforme falam em alto e bom som o Dantas e o Najas, a coisa fica fácil de resolver."


Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo - RJ

*

ESTADO DE SÃO PAULO, 8 de julho de 2008

Dantas se antecipa e pede habeas-corpus ao STF antes de prisão

Diante do noticiário de que o banqueiro poderia ser alvo da PF, advogados protocolaram pedido no mês passado

FELIPE RECONDO - Agencia Estado


BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, pode decidir ainda na noite desta terça-feira, 8, se concede habeas-corpus ao sócio-fundador do banco Opportunity, Daniel Dantas, preso nesta terça-feira, 8, pela Polícia Federal (PF) na Operação Satiagraha. Também foram presos na mesma operação, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o empresário Naji Nahas. Dantas se antecipou à prisão e protocolou o pedido no mês passado, em caráter preventivo, diante do noticiário de que poderia ser alvo de uma operação da PF. Nesta terça, com a prisão, os advogados solicitaram pressa ao STF na apreciação do pedido.

Relatado pelo ministro Eros Grau, o pedido será julgado agora pelo presidente Gilmar Mendes em razão do recesso do STF. Mendes está de plantão. O presidente do STF criticou a Operação Satiagraha. "De novo, é um quadro de 'espetacularização' das prisões. Isso é evidente e dificilmente compatível com o Estado de Direito", declarou.

INCOMPETENTES E ASSASSINOS


FOTO : JORNAL DO BRASIL, PAG 1 O PAI DE JOÃO ROBERTO, O GAROTO ASSASSSINADO

Comentário sobre a notícia:

"Um menino de 4 anos, sua mãe e um irmão de meses, foram metralhados por soldados da Polícia Militar. Eles desconfiavam que dentro do carro em que estava a familia, estivesse um bando de assaltantes.

Segundo foi relatado, o carro com os passageiros escondidos por esses vidros negros que são fartamente usados na suposição de dar maior segurança as pessoas que estão dentro, parou para dar passagem à policia.

Os soldados, nervosos, totalmente despraparados, deduziram que no interior do carro que havia parado a frente deles estavam os bandidos que eles perseguiam. Os soldados soltaram do carro e começaram a atirar sem ter a mínima idéia de quem realmente estava lá dentro.

Quando a mãe de João Roberto, o garoto metralhado e morto, saltou do carro aos berros, sob o fogo das balas atiradas para dentro do seu carro, foi o momento em que os despraparados soldados desabaram dentro do inferno criado pela inacreditável estupidez do que tinham acabado de fazer.

Até quando o despreparo das autoridades vai durar dentro da cidade do Rio do Janeiro ?"


Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo - RJ

*

O Globo EDIÇÃO DO DIA 08.07.2008

EDITORIAL

Enquadramento


A tragédia que provocou a morte de um menino de 3 anos, vítima de uma suposta — e mal explicada — troca de tiros entre policiais militares e bandidos na Tijuca, e os flagrantes de corrupção patrocinada por PMs que extorquiam dinheiro de motoristas com documentação do carro irregular, registrados no fim de semana pelo GLOBO, adicionam mais evidências à preocupante realidade de que as autoridades de segurança não conseguem enquadrar a Polícia Militar do Rio.

No rescaldo do insano tiroteio da Tijuca, não se sabe o que soa mais injustificável — a benevolente versão da PM, de que o garoto e a mãe, que ficou ferida, foramapanhados no meio de um fogo cruzado, ou o depoimento de testemunhas assegurando que os policiais simplesmente metralharam o carro das vítimas.

O outro filho, de nove meses, saiu incólume.

Qualquer que tenha sido a causa do infortúnio da mãe e do filho metralhados, formam-se novas provas de que a falta de enquadramento da polícia fluminense passa pelo crônico despreparo dos agentes que a integram.

Trata-se de uma falha que remonta ao processo de recrutamento e agrava-se numa
estrutura viciada, que, alimentada pela leniência das autoridades ou adubada pelo espírito de corpo, estimula a opção pela violência descabida ou pelo crime — quando não, por ambos.

Esse arcabouço contaminado apresenta também aos maus policiais a nefasta opção pela corrupção.

A incontáveis casos de improbidade no exercício da função policial somam-se agora os flagrantes de achaque denunciados no fim de semana. Tanto mais grave, no recente caso dos extorsionários fardados, que os delitos evidenciam a perigosa esperteza de se prevalecer dos efeitos de normas de trânsito mais enérgicas, como a que endurece a fiscalização dos veículos ou a que pune motoristas embriagados, para auferir ganhos pessoais irregulares.

Registre-se, como alento mas não sem o pressuposto do ceticismo em face de malogradas tentativas anteriores de enfrentar o problema, o anúncio, feito pelo secretário Beltrame, de um projeto do governo para reestruturar as polícias Civil e Militar. A providência, imperiosa, deve necessariamente atacar todos os ângulos pelos quais se vêem as falhas — técnicas, profissionais e morais — das duas corporações.

O secretário de Segurança admite que a depuração das polícias deixa o governo diante de uma trajetória oceânica. De fato, é um desafio, mas postergar a decisão de enfrentálo só contribuirá para aumentar desconfianças no dispositivo de segurança.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

EM 07 DE JULHO DE 2008, OS BEBÊS CONTINUAM MORRENDO



Foto: entêrro dos bebês em cova rasa no cemitério dos pobres

Comentário sobre a notícia:

Publicado na FOLHA DE SÃO PAULO em 07 de julho de 2008

"Até 03 de julho de 2008 eram 24 bebês mortos, em dez dias, na maior maternidade do Pará. Até 05 de julho jã são 32 bebês mortos. Quando começamos a bisbilhotar a atual história da Saúde Pública no Pará, decobrimos alguns fatos aterradores: 30% dos leitos estão ociosos nos principais hospitais e Casas de Sáude do Estado e os gestores da Saúde reduziram em 35 % o número de procedimentos médicos na rede hospitalar. Resumindo, cortaram gastos nas Casas de Saúde e Hospitais, para colocar o dinheiro público em lugares mais atrativos. E sabem quem toma conta da Saúde Pública no Pará ? O PMDB ! Por força desses acordos politicos que fazem o loteamento do serviço público em troca de apoio incondicional, a governadora Ana julia Carepa, PT, entregou a gestão da Saúde Pública ao PMDB. Coincidência ou não, as mortes dos bebês aumentaram em progressão geométrica. A maioria das familias não comparece aos enterros porque não possuem dinheiro para a condução, nem para as despesas geradas com a morte dos seus filhos. Os que comparecem são obrigados a pagar R$ 12,50 para colocar os pequenos corpos nas covas rasas da área destinadas aos bebês mortos. O Estado não lhes concedeu nenhum tipo de garantia para viver. Morreram deitados num berço público, sem esplendor, nem assistência médica, inocentes, sem raiva, nem rancor. Não tiveram tempo de sentir o carinho da família. Nenhuma das mães trabalhava em alguma promotoria pública. Nenhum dos pais era político em Brasília. Gente humilde. São todos bebês mortos a sangue frio, sem chance de defesa. Não devem ter chorado. Alguns de nós iremos chorar por eles. Enquanto isto, a secretária de Saúde, Laura Rossetti, avisa a todos que as mortes estão dentro do aceitável. É inacreditável que servidores públicos tenham a desfaçatez de fazer declarações tão absurdas e desumanas como estas."

Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo - RJ

*

ESTADO DE SÃO PAULO, 6 julho de 2008

CLIQUE AQUI PARA LER ... A Morte de bebês no Pará

*
O Portal de Notícias da Globo

JORNAL NACIONAL


05/07/08 - 21h10 - Atualizado em 05/07/08 - 21h51

CLIQUE AQUI PARA LER ... 32 BEBÊS mortos na Santa Casa em Belém do Pará

*



O LIBERAL, Belém, PA

Edição de 06/07/2008

Editorial

Por trás da carnificina

A exposição do Pará em rede nacional como berço da tragédia anunciada na Santa Casa - onde os bebês morrem em profusão diante de um governo patético e uma população estupefata - abre um leque de dúvidas, mas impõe uma certeza.

No território das interrogações, calcado pelo discurso nebuloso e movediço do governo, estão questionamentos óbvios. Por que patina no lodo da inércia um setor que tem dinheiro garantido por lei para manter-se firme e forte? Por que um Estado com extensa rede instalada de atendimento não transborda em eficiência em vez de sucumbir na incompetência? Por que um hospital premiado, que num passado remoto reluziu como referência do País na atenção à maternidade, habita hoje a mais lúgubre das sombras no cenário nacional da saúde? Por que os gestores da saúde, diante do mal feito, não se comovem, apenas disfarçam um distanciamento cínico? Por quê?
No terreno da certeza, a verdade dói de tão exposta. Como uma fratura aberta na transparência de mentirinha que permeia o discurso oficial - tantas quantas forem as explicações desditosas para a carnificina que se impôs na Santa Casa, sem misericórdia.

Por trás das mortes dos recém-nascidos está um acordo espúrio entre bem vividos. Um pacto que, em vez de razões, sacia vontades criminosas. A aliança entre o PT e o PMDB, que deu vigor à estrela petista para instalar-se no Palácio dos Despachos, sacrificou a essência do próprio governo, que é a preservação do bem público, a prestação do bom serviço. Entre os quais, a gestão da saúde - assim como a da educação e a da segurança - deve ser pedra de toque, primordial, fundamental.

Ao PMDB, um partido siderado pelo poder e que dispensa apresentações, coube na fatia do bolo estadual de recursos e responsabilidades, entre outros quinhões, justamente o da Saúde. Apropriaram-se os pemedebistas, com fúria e gula, lépidos e faceiros, dos recursos fartos. Mas esqueceram-se das obrigações. Sem preocupar-se, sequer, com a sutileza. Ou será que existe suavidade no infanticídio?

A brutalidade na gestão da Saúde, que ora conduz a mortes prematuras, despedaça a mais nobre das intenções. Transforma em migalhas, a serem distribuídas ao séquito barbalhista, o recurso público destinado à manutenção de uma rede eficiente de saúde. Em apenas um ano, o Estado, sob a nódoa do PMDB, deixou de investir R$ 1 milhão por mês em recursos próprios no setor de saúde, sem que o volume total de recursos tenha diminuído, muito pelo contrário. E onde foi parar esse dinheiro?
Nesse mesmo período, a batuta pemedebista regeu o espetáculo do fracasso, em que a Santa Casa é apenas o solo mais estrepitoso. Impõs a marcha do favorecimento, que só encanta a quem os próprios males espanta, deixando de lado a obrigação de servir a todos, missão de quem zela pela saúde desde os tempos de Hipócrates.

Flagrados com a boca na botija, os donos do partido tocam o trombone com sofismas e escárnio, impiedosos como são. Ou não é uma burla, uma zombaria, uma farsa o argumento de que tudo está na santa paz quando as crianças estão morrendo em proporção geométrica à estultice do PMDB?

É muito sábio o ditado que prenuncia o cuidado que se deve ter com as pérolas, para não misturá-las ao farelo com que se satisfazem os porcos.

O PT não foi atento o bastante para saber disso. Tornou-se ao mesmo tempo refém e presa fácil de sua própria sede e da aguda fome de poder do seu parceiro. Paga o preço alto da insensatez, porque desperdiçou as lições do passado para acolher-se, no presente, no colo errado, acreditando que a mão que o afaga não vai apedrejá-lo em 2010.

Como é perversa a realidade dos fatos.

*

O LIBERAL, Belém, PA
Edição de 07/07/2008

A morte nossa de todos os dias

Edição de 07/07/2008

Paula Sampaio*


Naquela terça-feira, 24 de junho, no cemitério do Tapanã, periferia de Belém, algumas famílias esperavam desde cedo por seus mortos. Recém-nascidos, que haviam falecido na Santa Casa de Misericórdia do Estado, no final de semana. Nove, treze? Afinal, quantos foram ao todo?

A notícia 'vazou' para a imprensa na noite da segunda-feira. O Jornal da Globo deu manchete... Aí, pronto, estava feito o escândalo. Indagada sobre aquele alto índice de mortalidade na única UTI neonatal pública do Estado, a Secretária de Saúde, Laura Rosseti, disse em entrevista à TV: 'Essa taxa de mortalidade é normal, está dentro das estatísticas aceitáveis.'

Enquanto isso, no cemitério, naquela manhã, o movimento era intenso: cinco enterros em menos de uma hora. Cerimônias rápidas e com pouco choro. Aos poucos a imprensa foi chegando, curiosos vinham perguntar o que estava acontecendo. Todos esperavam pela chegada dos corpos dos bebês. Mas o carro com as crianças não chegava. Quase 11 horas da manhã, e as famílias começavam a se impacientar. Um dos porteiros do cemitério comentou ser costume a Santa Casa oferecer o transporte, a cova no 'cemitério dos pobres', como é conhecido o do Tapanã, além da 'embalagem' para os mortos das famílias carentes.

Num dos bancos de cimento do lugar, um jovem chorava copiosamente e enxugava as lágrimas numa fralda, cercado pela família. Perdeu seu primeiro filho. Sua companheira deu à luz na Santa Casa: o parto foi feito por uma tia que a acompanhava, porque nenhum médico apareceu para prestar-lhe o socorro na hora. A criança não resistiu. O pequeno Nicolau, ia ser esse o nome dele, morreu.

Do outro lado do grande salão aberto onde os caixões são recepcionados, mais uma família. O pai de outro dos bebês mortos pergunta para a repórter: 'Será que ainda vai demorar? Sabe, eu tô aqui desde cedo. Tenho plantão no serviço, preciso trabalhar, não posso ficar aqui o dia todo.'

Sabe-se, pouco depois, que o carro disponibilizado pela instituição para levar os corpos havia quebrado no caminho. Mais espera, mais dor, desrespeito, exaustão.

Quase ao meio-dia, sol escaldante chega a Kombi branca e enferrujada, com os bebês amontoados em caixas de madeira. Silêncio. O carro estaciona na entrada do salão dos mortos. Dois funcionários descem e abrem as portas. As pequenas caixas e três 'caixõezinhos de anjo' são retirados rapidamente e dispostos, lado a lado, em um canto do salão. Na tampa de cada um deles a identificação: um número e o nome da mãe. E as crianças não têm nome? Não, só Nicolau, o filho daquele jovem que chorava muito, desde o início.

As famílias se aproximam lentamente. Um funcionário grita: 'Essa caixa, não! Tira isso daí, é só uma perna!' Perna? Sim, um pedaço de perna encaixotado para descarte. Na tampa da caixa está escrito: 'PERNA', assim, em letras graúdas. Será que o hospital aproveita a ida ao cemitério para se livrar de pedaços humanos que não podem ser levados para o lixo hospitalar?

Um dos parentes dos bebês retira da sacola um martelo e começa a abrir uma das caixas, com a perícia de quem já fez isso muitas vezes. Surge um embrulho. Sim, um pacote branco, que vai sendo aberto lentamente pelo homem do martelo. Um rostinho aparece, como uma flor, emoldurado pelo papel branco com o qual fora embalado. O homem olha, respira fundo... Logo outras pessoas lhe pedem o martelo emprestado e, aos poucos, as caixinhas começam a ser abertas, uma a uma. Um jardim de pequeninos rostos inertes povoa o grande salão dos mortos. Todos, como em uma orquestra, começam a enfeitar seus filhos com flores azuis, algumas brancas, tudo igual.

Um burburinho toma conta do lugar. Outro pai abre uma caixa maior e deixa à mostra dois bebês siameses nus. Curiosos se aproximam. Um dos funcionários do cemitério tenta afastar as pessoas, mas o pai das crianças esbraveja: 'Nada disso! Deixa eles verem, são meus filhos, meus! Eu faço o que quiser com eles. Pode olhar, gente, pode olhar. Vocês, da imprensa, podem gravar, podem gravar'. Enquanto isso, ele mesmo toma uma certa distância dos corpos e fotografa os filhos com seu celular.

Em seguida, todas as caixas são reunidas em um carro de mão. Um funcionário grita: 'Vamos, gente, vamos. Todo mundo já achou o seu? Então, vamos logo, temos que enterrar'. E toma a frente, empurrando o carro com as caixas de bebês empilhadas.

O cortejo segue pela alameda principal do cemitério. Depois de uns 15 minutos andando sob o sol escaldante, chega-se ao local onde as covas rasas já estão abertas. Uma grande fileira de buracos. Apressados, os coveiros vão retirando as caixas do carro de mão e colocando-as nos buracos, em seqüência: número 1, 2, 3... Epa! Alguém alerta: 'Calma, calma, esse não é o 4 é o 5, é o meu filho!'

O pai de Nicolau, meio afastado de tudo, olha perdido para a fileira de covas, não pode esquecer o rosto do filho morto, a quem viu, pela primeira vez, minutos atrás. O homem do martelo se aproxima devagar, coloca-se ao lado dele, num gesto mudo de solidariedade. Ficam em silêncio.

Uma nuvem imensa faz sombra no Tapanã, alívio para o calor infernal. Um cidadão sai falando alto: 'Aquela Santa Casa? Aquilo, sim, é um cemitério, um inferno, um cemitério, gente!'. E vai embora.

As famílias começam a se dispersar lentamente. No descampado do 'cemitério dos pobres' ficam as novas cruzes, algumas flores de plástico e um sentimento estranho, fruto dessa precária condição humana.

No dia 28, sábado, a Santa Casa de Misericórdia do Pará admite a morte de mais oito bebês. Foram 20 em sete dias? É isso mesmo? Reconhece também as péssimas condições de atendimento e o déficit de quase 70 médicos. A clientela do hospital é formada pelos 'excluídos socialmente'. Gente pobre, meninas que engravidam e não têm nenhum acompanhamento médico, mulheres com saúde frágil em função das limitadas condições de vida: miséria gerando mais miséria e morte. No jornal O Liberal de 29 de junho, domingo, há um histórico da Santa Casa, criada em 1650, onde glória e decadência se alternam. Lá nasceram personalidades da história do Pará: Almir Gabriel, ex-governador do Estado, a cantora Fafá de Belém... Parece que a própria Laura Rossetti, atual Secretária de Saúde do Estado, também nasceu lá. Eles sobreviveram, Nicolau, não. Ele e mais 19 pequenos seres, pobres, parecem não ter nascido para fazer história, são apenas 'estatística', números cravados em caixas de madeira e nas planilhas da burocracia.

Segunda-feira, 30 de junho, uma semana depois das primeiras mortes anunciadas, os jornais estampam a notícia da morte de mais dois bebês gêmeos e uma foto grotesca de uma câmara frigorífica com 14 pequenos corpos. Na mesma matéria, o Governo do Estado informa que já foi nomeada uma comissão de intervenção na Santa Casa, o diretor foi afastado e o Governo Federal já mandou auditores. Pronto! Foi instalada uma CPI. E agora?

O certo é que por enquanto, o movimento deve continuar a ser grande no cemitério do Tapanã, para onde vai todo mundo que não tem chance de construir sua própria história, o cemitério dos pobres, como dizem. E esta vai continuar sendo a morte nossa de todos os dias. Um jardim de perdas, cultivado em covas rasas. Nada mais.

Paula Sampaio é Fotógrafa

A SOCIEDADE E O BAFÔMETRO



FOTO: A FÓRMULA DO BAFÔMETRO ! NÃO VALE BEBER, PARA ENTENDER !

Comentário sobre a notícia:

Publicado no O GLOBO em 05 de julho de 2008

"Muitos já previam que após algum tempo a sopradinha no bafômetro iria ser contestada na justiça, tendo por base a lei de que ninguém é obrigado a produzir prova contra sí mesmo. Não deu outra. A 'Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel)' entra com uma ação no STF, tentando liberar geral a venda de bebida alcoólica. Pesquisas realizadas nos hospitais que atendem acidentados no trânsito demonstram uma queda acentuada neste tipo de ocorrência. Baseados na nossa história, muitos também alegam que dentro de pouco tempo vai faltar bafômetro, e os encarregados da fiscalização vão cair na tentação da propina, porque é isso que sempre acontece com todas as boas inciativas aqui no Brasil. Sendo assim, vamos esquecer a nosssa história. A população tem que insistir, acreditar e lutar pelo bem comum. Não é o governo A ou B que vai mudar os maus hábitos aqui no Brasil. Somos nós, o cidadão comum, que deseja uma mudança radical no comportamento dos hábitos que trazem malefícios a sociedade como um todo. A nossa vigilãncia é que vai fazer com que as autoridades continuem aplicando a lei corretamente, e nunca faltem bafômetros para punir os bêbados do volante."

WILSON GORDON PARKER (por e-mail, 4/7), Nova Friburgo, RJ

Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo - RJ

*

CLIQUE AQUI E ENTENDA A FÓMULA DO BAFOMETRO

Do G1, em Brasília, com informações do Jornal Hoje

SERVIÇO DE UTILIDADE PUBLICA DO BLOG:

QUADRO UM : QUANTO TEMPO ESPERAR PARA ASSUMIR O VOLANTE


QUADRO DOIS: QUANTO TEMPO ESPERAR PARA ASSUMIR O VOLANTE


QUADRO TRES: QUANTO TEMPO ESPERAR PARA ASSUMIR O VOLANTE



A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) entra, nesta sexta-feira (4), com uma ação no Supremo Tribunal Federal contra a Lei Seca. As restrições ao consumo de álcool, no entanto, já começam a reduzir o número de acidentes de trânsito em vários estados.

Os bares e restaurantes consideram a lei inconstitucional. Argumentam que ninguém é obrigado a criar prova contra si ao assoprar o bafômetro e nem pode ser criminalizado sem direito de defesa por se negar a fazer o teste.

Redução de acidentes

Na Ceilândia, cidade próxima a Brasília, um caminhão invadiu uma casa na última quinta-feira (3). O carro que estava na garagem foi parar na sala onde a dona-de-casa Francisca Gomes assistia à televisão. O motorista do caminhão estava bêbado. Foi preso em flagrante. "De repente eu vi a estante andando e o carro chegando perto de mim", relatou Francisca.

Em um dos bares de Brasília, o consumo de álcool diminuiu 40%. A mudança de comportamento já estaria aparecendo nas estatísticas oficiais. A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro comparou o número de atendimentos em três hospitais dez dias antes e depois da Lei Seca. A quantidade de vítimas de trânsito nas emergências caiu de 121 para 77.

Veja o site do Jornal Hoje:

Em Goiânia, no último fim de semana, o Hospital de Urgências, o mais importante do estado de Goiás, registrou queda de 277 para 211 atendimentos. No Hospital de Pronto Socorro, em Porto Alegre, também houve redução. Antes da lei, eram 105 atendimentos, e depois, 97.

Em São Paulo, segundo a Secretaria de Saúde, o atendimento a vítimas de acidentes de trânsito caiu, em média, 19%. No Hospital das Clínicas, o maior da América Latina, a redução chegou a 27%.

A Polícia Rodoviária Federal acha cedo para comemorar porque julho é mês de férias e a movimentação nas cidades e nas estradas é atípica.

A MORTE DOS BEBÊS NO PARÁ


Foto do Jornal O GLOBO - Bebês mortos no caixão, sendo velados.

Comentário sobre a notícia:

"Já são 24 crianças mortas em dez dias na maior maternidade do Pará. Morreram indefesas, sem segurança. O Estado não lhes concedeu nenhum tipo de garantia para viver. Morreram deitadas num berço público, sem esplendor, nem assistência médica, inocentes, sem raiva, nem rancor. Não tiveram tempo de sentir o carinho da família. Nenhuma das mães trabalhava em alguma promotoria pública. Nenhum dos pais era político em Brasília. Gente humilde. São 24 crianças mortas a sangue frio, sem chance de defesa. Não devem ter chorado. Alguns de nós choraremos inutilmente por elas. As cadeias e maternidades no Pará estão se transfornando em verdadeiras câmaras dos horrores para crianças e adolescentes. A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, do PT, nos avisa que isto já acontece há muito tempo em terras paraenses. Enquanto isso, a secretária de Saúde, Laura Rossetti, avisa a todos que as mortes estão dentro do aceitável. É inacreditável que servidores públicos tenham a desfaçatez de fazerem declarações tão desumanas como estas. Literalmente falando, isto é coisa do fim do mundo."

Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo - RJ

*

O Globo EDIÇÃO DO DIA 03.07.2008

Outros 4 bebês morrem em Belém


Já são 24 crianças mortas em dez dias na maior maternidade do Pará,BELÉM. Quatro bebês que morreram no Hospital da Santa Casa de Misericórdia do Pará foram enterrados ontem no Cemitério do Tapanã, em Belém.

Entre as crianças mortas estão dois gêmeos. Com base nas guias de sepultamentos, subiu para 24 o números de recém nascidos mortos na maior maternidade pública do Pará nos últimos dias.

A maternidade já havia confirmado a morte de 20 bebês.

Segundo a guia de sepultamento, os gêmeos morreram no domingo.Os outros bebês morreram segunda-feira. Ontem, peritos fizeram uma vistoria em todos os setores do hospital.

Antônio Bentes de Oliveira, ex-presidente do Hospital da Santa Casa de Belém admitiu anteontem que a superlotação provocou a morte dos bebês.Ele pediu demissão no fim de semana, no auge da crise causada pela morte dos 20 bebês.

— Estão morrendo, estão morrendo. Por que está acontecendo? Superlotação.

Estamos falando há bastante tempo, não podemos evitar que os bebês cheguem para cá nem deixá-los morrer à porta, então colocamos para dentro e sabemos que sempre há risco quando há superlotação — disse Oliveira ao “Jornal Nacional”.

A pedido do Ministério Público, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente abriu inquérito para apurar as mortes na Santa Casa.

— Não podemos dizer se houve ou não homicídio culposo, se houve ou não responsabilização de alguém. Queremos saber o que foi que ocorreu, em que condições entraram no hospital e em que condições ficaram lá — disse a delegada Socorro Maciel.

Polícia vai ouvir parentes, médicos e enfermeiros A polícia quer analisar prontuários de atendimento e ouvir parentes dos recémnascidos, médicos, enfermeiros e pessoas que fazem a limpeza da UTI.

Segundo a secretária de Saúde do Pará, Laura Rossetti, uma comissão do governo estadual formada por médicos e engenheiros passou a responder pelo hospital, e vai fazer um levantamento amplo das condições da unidade. A secretária disse que serão contratados leitos de UTIs para recém-nascidos na rede privada.

Segundo a Santa Casa, entre janeiro e maio, quase 45% dos bebês atendidos na UTI morreram.

A secretária de Saúde reconhece que faltam leitos, equipamentos e 70 médicos no hospital. Segundo disse, as mortes ocorridas neste mês estão dentro da média.

— Tem um parâmetro aceitável que é de 17% e essa é a média que a Santa Casa vem mantendo — disse Laura.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

A INFLAÇÃO CHEGOU


Charge feita pelo IQUE, no Jornal do Brasil

Comentário sobre a notícia:

Publicado no JORNAL DO BRASIL em 03 de julho de 2008

Publicado no ESTADO DE SÃO PAULO, em 02 de julho de 2008

"Segundo recente pesquisa do IBOPE, a mais nova preocupação do brasileiro é a velha e conhecida inflação. No Brasil ela começa sempre timidamente nas prateleiras dos supermercados. A dona de casa vai olhando, comentando, reclamando e a novidade vai se espalhando. A pauta do cotidiano é a inflação. Daí em diante, mesmo as pessoas que não vão ao supermercado passam a reclamar dos preços. Para complicar a situação, os nossos produtores estão ganhando mais dinheiro vendendo lá fora do que aqui dentro. Falta produto, aumenta o preço. O povo já está sonhando com aumento. A epidemia chegou. O aumento toma conta de todos. É a famosa teoria do centésimo macaco em versão tupiniquim. Tempos atrás os cientistas descobriram que um macaco inteligente de uma ilha no Japão resolveu lavar as batatas que comia. Todos os outros macacos da ilha adoraram a idéia. Quando o centésimo macaco dessa ilha adotou tal medida, todos os macacos das outras ilhas, que não tinham nenhum contato com a macacada da ilha que estava lavando batatas, começaram a fazer o mesmo. Aqui no Brasil começou a se espalhar a idéia de que nós deixamos de lavar e comer batatas por causa do preço. De norte a sul do país, o assunto é o aumento dos preços, a inflação. A epidemia chegou. Todos os que vendem dormem pensando em remarcar os preços no dia seguinte. Todos os que compram sonham com esses aumentos. Trair, coçar e inflacionar, é só começar."
Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo - RJ

*

O ESTADO DE S.PAULO

A inflação das expectativas

Terça-Feira, 01 de Julho de 2008


A inflação já é a principal preocupação dos brasileiros, segundo a nova pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Mas o temor não é só dos brasileiros. O perigo imediato não é mais a recessão global, mas a inflação generalizada, segundo o Banco de Compensações Internacionais, uma espécie de banco central dos bancos centrais, também conhecido pela sigla BIS, em inglês. A grande tarefa dos bancos centrais, neste momento, é conter a alta de preços - o ''perigo claro e iminente'' - e combater a expectativa inflacionária, disse em Basiléia o gerente-geral da instituição, o canadense Malcolm Knight. O ano começou com o mundo assombrado pelo temor de uma freada econômica. Mas a preocupação número um foi substituída em menos de um semestre e o novo relatório do BIS somente reflete essa mudança.

O Banco Central (BC) do Brasil já está empenhado na tarefa recomendada por Malcolm Knight. Seu último Relatório de Inflação, publicado na semana passada, também alerta para o risco da consolidação da expectativa inflacionária. Quanto mais fácil o repasse de aumentos, mais prontamente empresários e consumidores passarão a dar como certa a escalada dos preços.

No Brasil, mais do que na maior parte das grandes economias, é preciso levar em conta o perigo da indexação, um vício ainda não eliminado completamente. Nesse domingo, reportagem publicada no Estado chamou a atenção para esse dado. É essencial evitar a reativação da espiral preços-salários-preços. Os aumentos salariais ainda não superam os ganhos de produtividade na maior parte dos setores, e esse é um dado positivo, mas contribuem, de toda forma, para sustentar uma forte demanda já alimentada intensamente pelo gasto público.

Se as pressões inflacionárias fossem mais brandas, haveria maior tranqüilidade para celebrar as boas notícias. Na sondagem mensal da indústria de transformação, divulgada ontem, a Fundação Getúlio Vargas detectou uma elevação da confiança do empresariado. De maio para junho o índice passou de 119,9 para 121,8 pontos. O indicador foi 3 pontos mais alto que o de junho do ano passado.

Subiram também o índice da situação atual, de 125,1 para 126,6 pontos, e o de expectativas, de 114,6 para 117,1 pontos. Um dado especialmente importante foi observado na composição do índice de confiança. Há um ano, 27% das empresas consultadas classificaram a demanda como forte. Nesse mês de junho, 31% fizeram a mesma avaliação. Das 1.031 companhias consultadas, 49% programam elevar a produção nos próximos três meses e apenas 9% têm planos de redução.

A expectativa de demanda aquecida, portanto, foi claramente indicada pela pesquisa. Além disso, o nível médio de utilização da capacidade instalada passou de 82,3% há um ano para 86,4% no mês de junho recém-terminado - apesar do crescente investimento em máquinas, equipamentos e instalações.

O cenário revelado pela pesquisa é altamente positivo quanto às possibilidades de aumento da produção industrial e do emprego nos próximos meses. Tomada isoladamente, essa é uma excelente notícia, até porque o otimismo pode traduzir-se em mais investimentos. Mas a avaliação da demanda também aponta para uma possibilidade maior de repasse de custos.

As expectativas do mercado financeiro, captadas semanalmente pelo Banco Central na pesquisa Focus, continuam positivas quanto à produção industrial, embora a projeção de crescimento em 2008 tenha caído ligeiramente, de 5,61% para 5,56%. Se esse desempenho se confirmar, ainda será muito bom. As projeções de inflação, no entanto, continuaram a deteriorar-se. No caso do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência para a política de metas, a estimativa subiu de 6,08% para 6,30% em apenas uma semana.

Foi a 14ª elevação consecutiva. O novo número está muito próximo do limite superior da meta, 6,5%. O centro da meta é 4,5% e a margem de tolerância é de dois pontos. A projeção para 2009, estável até há pouco tempo, piorou pela terceira semana e chegou a 4,8%, pouco acima do ponto central. O grande objetivo do BC, nesta altura, já não é reconduzir a inflação de 2008 aos 4,5%, mas conter a onda de aumentos para normalizar o quadro no próximo ano. Para isso, é essencial administrar as expectativas e limitar o efeito da indexação.

SOCIEDADE INSENSÍVEL


Foto: "sensibilidade" junina do presidente, da primeira-dama & outros "sensíveis"

Comentário sobre a notícia:

"O presidente Lula acusou de insensíveis as pessoas que classificaram como atitude eleitoreira o aumento no valor do Bolsa-Familia. Puro engano, presidente. Essas pessoas apenas tiveram a sensibilidade de perceber que V.Exa. está querendo angariar votos às custas da miséria alheia. Garanto que nenhuma delas, em sã consciência, é contra qualquer tipo de benefício dado às pessoas menos privilegiadas da sociedade. Entretanto, sempre é bom lembrar que o aumento concedido aos que recebem este auxílio, em termos percentuais é superior ao aumento dos aposentados do INSS que ganham mais de um salário mínimo. Estou falando daquelas pessoas que passaram a vida inteira descontando de seus miseráveis salários importancias sob várias designações que apareciam anexadas ao desconto da previdência, supostamente para auxiliar a população mais carente da sociedade. Eu garanto que estes aposentados que recebem dois, ou no máximo "real" de sete Salário-Mínimos, assim como a maior parte da populaçao, não são insensíveis, nem reclamam do aumento concedido aos irmãos do Bolsa-Familia. O que a sensíbilidade da sociedade reclama é da evidente insensibilidade da intenção eleitoreira de V.Exa."

Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo/RJ

*

Lula rebate críticas ao reajuste do Bolsa-Família
REUTERS

Seg, 30 Jun, 08h17

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta segunda-feira as críticas ao reajuste de até 8 por cento no valor pago aos beneficiados pelo Bolsa-Família, programa social que é o carro-chefe do governo federal.

PUBLICIDADE

A elevação do benefício, cujo valor mínimo passa de 18 para 20 reais e o máximo de 172 para 180 reais a partir de julho, foi classificado como eleitoreiro por críticos, por ter sido anunciado em ano de eleições municipais, marcadas para outubro.

"Aqueles que falaram que (o aumento) era eleitoreiro são pessoas que me parece que perderam a sensibilidade", disse Lula durante o programa de rádio Café com o Presidente.

"Na medida em que puder reajustar mais, nós vamos reajustar mais fortemente porque os que recebem o Bolsa Família são a parte mais pobre da população e nós precisamos cuidar dessa gente com muito carinho."

O presidente repetiu os argumentos dados na semana passada pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Patrus Ananias, de que o reajuste do benefício tem o objetivo de fazer frente ao aumento da inflação, particularmente dos preços dos alimentos.

"Nós temos uma crise de alimentos no mundo e isso tem refletido no aumento dos preços do alimentos em todos os países, inclusive no Brasil", explicou.

"E nós entendemos que a parte mais pobre da população, que ganha uma ajuda para comprar comida para levar para casa e sustentar a família merecia que a gente fizesse a reposição inflacionária."

O Bolsa Família atinge 11,1 milhões de famílias ou 45 milhões de pessoas. Têm direito ao benefício as famílias com renda familiar de até 120 reais por pessoa.

(REUTERS : Eduardo Simões - Edição de Renato Andrade)