FOTO: 'Se fosse para rico, ninguém votava contra CPMF', diz Lula
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Publicado no Jornal do Brasil Segunda-Feira, 10 de Dezembro de 2007 CPMF "É de abismar a inocência das pessoas em não entender o histerismo do presidente Lula quando o mesmo defende a aprovação da CPMF.
Atentem todos para o seguinte detalhe: no final de maio deste ano, a Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, que estuda a formação de cartel em concorrências públicas, calculou que o país perde R$ 40 bilhões de reais, por ano, com obras superfaturadas.
Assim sendo, o governo está desesperado atrás dessa receita de 40 bilhões da CPMF para poder cobrir esse assalto que é feito anualmente aos cofres públicos.
Este dinheiro é imprescindível para a sobrevivência dos corruptos, sejam do serviço publico, ou das empresas privadas envolvidas nas negociatas.
O dinheiro desse imposto não tem nada a ver com a sobrevivência do Bolsa Familia ou da Saúde Pública.
A CPMF é um dinheiro cobrado dos ricos, e dos pobres, para que a roubalheira do superfaturamento das obras e serviços dos governos federais, estaduais e municipais, continue locupletando o bolso dos ladrões.
Resumindo, a CPMF é o imposto que permite a existência amigável do Bolsa-Familia, da Saúde Pública e do superfaturamento de obras do governo."WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)
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JORNAL DO BRASIL, 08 de dezembro de 2007
COISAS DA POLITICA
Villas-Bôas Corrêa Fraturas expostas O governo, o Congresso e o regime democrático parecem enredados numa cadeia da infelicidade, em que nada dá certo para ninguém e o distinto público que vota é brindado com um macabro desfile de fraturas expostas.
Pois, na ainda inclusa batalha em que o governo se empenha para obter a aprovação da cobrança da Contribuição Provisória sobre a Mobilização Financeira, a CPMF, mais conhecida pelo apelido de imposto do cheque, o que tem passado pelo picadeiro, em saracoteios e rebolados que raspam na pornografia é a falência das instituições democráticas.
O que sobrou das badaladas espertezas oficiais, que o presidente Lula não se esquece de louvar, é uma crise que se alastra como fogo de morro acima.
Lula não poupou recursos e promessas, distribuídos com generosidade perdulária para amaciar teimosas resistências e garantir os 49 votos de senadores para aprovar a CPMF ainda este ano.
Mas, a cada dia, novas rachaduras nas paredes sujas reclamam os retoques na pintura. E as nódoas no quadro denunciam a degringolada institucional. A cooptação de votos no varejo, um a um, expõe, na sua exata dimensão, a quebradeira dos partidos. E é chocante a mobilização para a aquisição de cada voto, que pode ser o decisivo.
A oposição - noves fora as siglas nanicas que se dão ao respeito, como o PSOL ou o Partido Verde - cerca os pouco confiáveis com ameaças e apelos que aumentam de tom. Mas como levar a sério o venerando Senado de outros tempos, quando acolhe entre os seus 81 senadores a excrescência de suplentes "eleitos" sem um único votinho, na verdade agraciados com o mimo por indicação do candidato para valer?
A cada passo no roteiro da incerteza, Lula perde o controle e diz o que lhe vem à boca. Mais uma vez bateu no peito as pancadas do arrependimento pelo erro cometido como presidente do PT quando, no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, forçou os deputados petistas a votarem contra o imposto do cheque. Com a idade, aos 62 anos, não tem mais tempo de ser violento.
Com a liberalidade com que promete ou antecipa verbas para consolidar o apoio dos governadores, insubstituíveis cabos eleitorais para derrubar a resistência dos hesitantes que não descem do muro e a distribuição de milhões para tapar os buracos da omissão oficial, boa parte dos R$ 40 bilhões da CPMF para 2008 já viraram fumaça.
O balanço dos estragos na caçada aos votos é de arrepiar. Partidos em pandarecos com fraturas de difícil correção nos choques entre as bancadas e líderes e governadores, com a mão estendida para o cofre da viúva.
Na festa do arraial para o lançamento do PAC da Saúde, com previsão de investimentos de R$ 89 bilhões em quatro anos, Lula apelou para os governadores sentadinhos na primeira fila de cadeiras, com a advertência de que sem a aprovação da CPMF nada feito, não haverá recursos para atender aos pobres, a eterna vítima das picuinhas da oposição.
Mas, como muda de idéia no meio da frase, Lula resolveu emendar na louvação do Sistema Único de Saúde (SUS), em que equipara o tratamento que recebe o casal presidencial com aquele a que tem acesso "uma parte da população". Inclusive exames sofisticados de laboratório e equipamentos de última geração.
Estamos advertidos pelo presidente de que todas as vezes que a mídia exibir imagens de filas à porta de hospitais públicos e posto de saúde, dando a volta no quarteirão e varando a madrugada, não se trata de doentes em busca de socorro mas de alegres notívagos que adoram bater papo na vadiagem para passar o tempo.
E a fila? Esqueçam...
[ 08/12/2007 ] 02:01
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O GLOBO
Página 1
Governo admite o roubo
Notícia na Edição do dia 31.05.2007
País perde R$ 40 bi por ano com obras superfaturadas
Valor do desvio, calculado pelo governo, equivale ao orçamento da Saúde
A corrupção e o superfaturamento em compras e obras públicas causam prejuízos anuais ao Brasil de até R$ 40 bilhões. A estimativa foi feita pela Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, que estuda a formação de cartel em concorrências públicas e calculou as perdas em 13,3% do total.
O valor desviado é superior ao orçamento anual do Ministério da Saúde e corresponde a quase quatro anos de Bolsa Família, principal programa social do governo federal. Segundo a SDE, um terço das compras públicas é alvo de cartéis que geram sobrepreço de 25% a 40% em relação aos valores de mercado.
Diante desse quadro e das descobertas de operações da Polícia Federal, como a Navalha e a Hurricane, será colocada em funcionamento a Coordenação Geral de Análise de Infrações em Compras Públicas, que trabalhará em parceria com vários órgãos federais. *