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domingo, 16 de dezembro de 2007

A derrota do governo na votação da CPMF será provisória ?



Comentário sobre o fato:

A arrogância agressiva do presidente da República em todos os discursos em que se dirigia aos adversários mostrou um Lula tenso e despreparado para qualquer conversa civilizada.

O sabor amargo da derrota talvez seja o calmante que o presidente precisava para voltar a civilização.

O histerismo constante do Lula nos seus improvisos se tornou uma rotina no dia à dia do brasileiro.

Todos que são contrários ao governo, são imediatamente rotulados como inimigos do povo. Esse é o golpe da chantagem social. Chavez faz isso na Venezuela. Lula aprendeu, e gostou.

Para amenizar o constrangimento intimidatório, o governo sempre providenciava um trôco para os parlamentares amendrotados, liberando créditos, e oferecendo cargos.

Podem estar certos os governistas envolvidos na negociação política para a votação da CPMF que o grande causador desta derrota foi o linguajar histérico e violento do presidente da República.

Quem sabe o Lula não acorde para a realidade, e entenda que defender projetos políticos no Congresso Nacional não é a mesma coisa que discutir política no bar as esquina.

Lula nunca aceitou qualquer argumento dos opositores. Durante meses manteve a mesma postura irredutível.

A CPMF tinha que ser aprovada tal como estava.

Lula tinha a certeza que liberando créditos, e oferecendo alguns cargos públicos aos senadores, a coisa estaria resolvida.

Entretanto, alguns parlamentares perceberam que havia chegado a hora de fazer alguma coisa com cara de honesto dentro do Senado Federal.

Duas horas antes da votação, desesperados com a derrota iminente, a arrogãncia dos governistas cedeu lugar ao oportunismo político.

Veio a público uma carta do presidente e um comunicado de dois ministros, garantindo que todo o dinheiro da CPMF iria para a saúde.

O porta voz em plenário dessa desesperada cretinice de última hora foi o senador Pedro Simon, simbolo da moral e da ética no parlamento.

Depois desse lamentável episódio da surpreendente adesão do senador gaúcho à marmelada governista, a votação iniciou, e a CPMF deixou de existir.

Até quando, ninguém sabe ao certo.

Quem sabe se a madrugada de 13 de dezembro de 2007, no Senado Federal, que acabou com a CPMF, não seja uma luz no fim do túnel para o Congresso Nacional.

Entretanto, já estão falando em nova CPMF.


WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

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