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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

ARRECADAÇÃO RECORDE


VIDEO: Cordeirinho Brazil fala sobre os impostos, sobre a cpmf, sobre a máfia fiscal, políticos corruptos, sonegação, honestidade, etc.

Comentário sobre a noticia:

Publicado no O GLOBO, Edição do dia 28 de fevereiro de 2008.

ARRECADAÇÃO RECORDE

Segundo o governo, votar contra a CPMF era votar contra o Brasil e a favor do caos financeiro. No primeiro mês após a extinção da CPMF, janeiro de 2008, o governo arrecadou mais que em janeiro do ano passado quando existia o imposto. Segundo os economistas, o caixa do governo foi reforçado num único mês em R$ 10 bilhões. Sendo assim, os eternos desconfiados e curiosos como eu estão com mais uma pergunta a borbulhar na cabeça. O que houve? Os entendidos falam que o aumento do IOF contribuiu para esse resultado. Mas é muito pouco para muito aumento na receita. Na minha opinião, o monobloco da corrupção nos setores de arrecadação do governo ficou com medo de dar alguma zebra muito feia na economia nacional e resolveu dar um tempo no desvio das verbas públicas. Todos tiveram que pagar os impostos conforme deveriam fazer sempre. O espanto com o resultado dessa arrecadação recorde deve ter sido grande entre os corruptos. Todos devem estar pensando: “Puxa, não sabia que a gente roubava tanto!”

WILSON GORDON PARKER (por e-mail, 27/2), Nova Friburgo, RJ

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O Globo EDIÇÃO DO DIA 27.02.2008

Página 1 - MANCHETE

Arrecadação bate recorde mesmo com fim da CPMF


Crescimento da receita com impostos federais foi de 20% no mês. O fim da CPMF não impediu que o governo federal batesse mais um recorde de arrecadação em janeiro deste ano, o primeiro mês em que a contribuição deixou de ser cobrada. A sociedade brasileira recolheu, em impostos, R$ 62,596 bilhões aos cofres públicos. O resultado representa um crescimento real de 20,02% em relação a janeiro de 2007. O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, disse que os valores obtidos são atípicos, pois resultam do crescimento da economia e que, por isso, não é possível garantir que a receita continuará crescendo. [Página 27]


Economia - [Página 27]


CPMF extinta, arrecadação recorde

Foram R$ 62,596 bi de impostos federais em janeiro. Crescimento econômico explica alta
Martha Beck


BRASÍLIA Mesmo sem contar integralmente com a CPMF, o governo conseguiu bater
mais um recorde de arrecadação em janeiro de 2008. A sociedade brasileira desembolsou R$ 62,596 bilhões em impostos e contribuições federais, o melhor resultado já registrado para o primeiro mês de um ano. O número representa um crescimento real de 20,02%, ou R$ 10,4 bilhões, em relação a janeiro de 2007.

Embora a cobrança da CPMF tenha sido cancelada em 2007, o governo ainda recebeu R$ 875 milhões referentes à movimentação financeira dos últimos dias de dezembro, que só foi computada no primeiro dia útil de janeiro. Segundo dados da Receita, a extinção da contribuição gerou perdas de R$ 2,1 bilhões no mês passado.

Sem querer admitir que podia mesmo abrir mão da CPMF para conseguir fechar as contas públicas, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, classificou a arrecadação recorde de janeiro como atípica. Segundo ele, esse resultado foi decorrente do crescimento da economia — que aumentou a lucratividade das empresas e, conseqüentemente, a arrecadação do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

No entanto, de acordo com Rachid, não se pode garantir que a expansão se manterá nos próximos meses: — O resultado de janeiro é atípico.

É muito prematuro projetar que esse resultado (crescimento econômico e lucratividade) vá se repetir. Não posso pegar uma análise de janeiro e projetar isso para os outros 11 meses do ano.Receita com IOF cresceu 89%.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou o resultado. Alinhado ao discurso do governo, ele disse que, embora a arrecadação tenha sido atípica, espera que ela se mantenha elevada para que o governo possa fazer novas desonerações tributárias:

- Existe parte da arrecadação que é extraordinária, mas tomara que a receita continue tendo esse comportamento ao longo do tempo, porque isso nos permite fazer mais coisas, inclusive pensar em desoneração.

Rachid destacou que o grande reforço para os cofres públicos em janeiro veio do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da CSLL, que subiram 51,15% e 44,74%, respectivamente.

O secretário afirmou que esses percentuais estão bem acima do comportamento usualmente registrado em janeiro. E lembrou que, em 2004, esses tributos tiveram aumento de 25% no primeiro mês do ano. Em 2005, o percentual foi de 22%, em 2006, de 9%, e em 2007, de 21%.

— Entendemos que tivemos um aumento muito forte na lucratividade das empresas no ano passado, que se refletiu em janeiro e deve se repetir também em fevereiro e março — disse Rachid.

Segundo o secretário, um levantamento feito com cem grandes empresas mostrou que elas registraram um aumento de 500% na arrecadação do IR e da CSLL no primeiro mês do ano. Entre os setores que mais se destacaram estão serviços financeiros,
metalurgia, eletricidade e comércio atacadista.

Mas o governo também contou com a ajuda das mudanças feitas na tributação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em janeiro, a arrecadação do IOF cresceu 89,27% por causa da alta do imposto para pessoas físicas e do início de sua incidência sobre mais operações de crédito.

A elevação do IOF e o aumento da CSLL dos bancos foram medidas adotadas pelo governo para compensar perdas com o fim da CPMF. Segundo os cálculos da equipe econômica, a perda da contribuição foi de R$ 40 bilhões, e as altas do IOF e da CSLL terão um impacto de R$ 10 bilhões por ano.

— A necessidade da CPMF diz respeito ao equilíbrio fiscal. Perdemos R$ 40 bilhões e compensamos R$ 10 bilhões. Portanto, há R$ 30 bilhões que fazem falta, ainda mais porque eram voltados para áreas importantes, como a saúde — disse Rachid.

Como o câmbio está favorável à compra de produtos no exterior, o Imposto de Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vinculado às importações cresceram 29,05% e 31,81%, respectivamente.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR


Jornal do Brasil, 24 de fevereiro de 2008

COLUNA SETE DIAS

Augusto Nunes

Cabôco Perguntadô


Disposto a revidar a afronta sofrida pela Petrobras, o governo ordenou aos arapongas federais que descubram quem furtou de um contêiner computadores e outras peças com informações altamente sigilosas sobre a Bacia de Santos. O Cabôco sugere aos detetives do Planalto que comecem o serviço em casa, repassando aos chefões da Petrobras as perguntas feitas pelo leitor Wilson Gordon Parker. Por que uma carga de tamanha relevância foi enfiada no porão de um navio para a viagem entre Santos e Macaé? Não seria mais sensato confiar o transporte do material a um executivo da empresa, devidamente escoltado por agentes de segurança? E qual é o nome do diretor que decidiu que a pior opção era a melhor?

[ 24/02/2008 ]

domingo, 24 de fevereiro de 2008

PROGRAMAS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA DO GOVERNO


VIDEO: Programa P.A.C. (PÃO, ÁGUARDENTI e CILENSIO)

O Governo vai criar seis novos programas:

1 - Base de Operações Legislativas Avançadas - B.O.L.A.

2 - Programa Intensivo de Auxílio Didático ao Analfabeto - P.I.A.D.A .

3 - Programa de Revisão Orientado para o Próprio Interesse nas Nomeações em Autarquias - P.R.O.P.I.N.A .

4 - Mensuração da Eficiência Real das Decisões Administrativas - M.E.R.D.A .

5 - Serviço de Apoio aos Companheiros que Atuam Nacionalmente, Aliciando Governadores, Empresários e Magistrados - S.A.C.A.N.A.G.E.M.

6 - Fundo para Operações Destinadas aos Apadrinhados e Servidores- F.O.D.A-SE.

[Os seis progamas acima fazem parte de uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade só acontece na intenção dos mesmos.]


COMENTÁRIO REAL SOBRE A INTENÇÃO DOS SEIS PROGRAMAS:

Não é preciso ser nenhum mestre em percepção das coisas que acontecem ao nosso redor para termos a certeza de que ainda falta muito para chegarmos ao fundo do poço da roubalheira.

Pelo desenrolar da escandalosa progressão geométrica que está em curso, em 2010 atingiremos um número de escândalos que terá rompido a barreira do absurdo suportável.

Tenho certeza absoluta que nós, brasileiros, ainda não vimos nada.

Roubar verbas da educação e da saúde pública, encher o leite com soda cáustica e agua oxigenada, não pagar os precatórios aos idosos, saquear as ONGs, diminuir o tamanho das poltronas dos aviões ao invés de alarga-las, barganhar dentro do parlamento cargos, salários e polpudas quantias para as contas pessoais em troca de aprovação das medidas provisórias colocadas nos salões indecorosos da Câmara e do Senado Federal, não é nem o começo do fundo do poço em que o brasileiro está sendo jogado.

A cada dia que passa fico mais convencido de que existe uma sociedade secreta unindo todos os deputados e senadores com os grandes mafiosos do mundo econômico. Eles devem estar ligados dentro de uma espécie de confraria que esconde e preserva os intesses pessoais de todos.

Descobrimos que nenhum senador ou deputado está fora do negocismo que domina o parlamento. Todos estão megulhados no lamaçal sem fim que tomou conta da política em Brasília.

O Senado Federal e a Câmara de deputados são o símbolo da Falta de Vergonha Nacional.


NOTA: Lista de escândalos políticos no Brasil

sábado, 23 de fevereiro de 2008

DÍVIDA EXTERNA


VIDEO: DIVIDA EXTERNA AQUI NO BRASIL NAO 21/02/2008

Comentário sobre a noticia:

Publicado no O GLOBO em 23 de fevereiro de 2008

Publicado no Jornal do Brasil em 24 de fevereiro de 2008

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Aconteceu no Brasil, em setembro de 2000, o Plebiscito da Dívida Externa. A pergunta era se o Brasil deveria pagar ou não a dívida.

Participou 5% do eleitorado brasileiro. O resultado foi que 90% dos consultados achavam que antes do pagamento deveria ser feita uma auditoria pública na origem e no histórico da dívida.

O movimento a favor do "não" pagamento da dívida recebeu o apoio de centenas de sindicatos, movimentos sociais e diversas organizações da sociedade civil, como a CNBB, o CONIC, a CUT, a UNE, o MST, e outros. A estas entidades somaram-se alguns partidos políticos, tendo o PT como porta bandeira.

Lula e os petistas sempre foram contra o pagamento da divida externa. Lula foi eleito e tomou posse em 2002. Colocou no Banco Central um banqueiro internacional.
Hoje, todos os petistas que eram a favor do calote na dívida externa, estão comemorando o pagamento total da mesma. Pagamos tudo sem ter a mínima idéia do que, e porque, estamos pagando.

O governo Lula só dá o calote nas dívidas que tem com o trabalhador, quando este ganha alguma ação na justiça contra o governo. Normalmente, o cidadão envelhece, morre, e não vê a cor do dinheiro.


WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

PARA QUEM TEM PACIÊNCIA, VALE A PENA LER:

Delfim Netto diz que ser credor tem uma importância simbólica

DÍVIDA EXTERNA: LULA X FHC

A IMPAGÁVEL DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA

Nominalismo e a Crise da Dívida Externa

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Manchetes dos principais jornais em 21 de fevereiro de 2008

O GLOBO

- Brasil reúne recursos para pagar toda dívida externa
- Sem a adoção de nenhuma das propostas históricas do PT para o problema (moratória, auditoria ou plebiscito), a dívida externa deixou oficialmente de ser um peso para a economia brasileira. A ação ortodoxa do Banco Central nos últimos anos, acumulando reservas enquanto a economia mundial se expandia, fez com que o país tenha hoje mais recursos em moeda estrangeira do que dívidas a pagar, tanto no setor público quanto na área privada. O BC anunciou ontem que o país dispõe de US$ 187,5 bilhões em ativos. Com isso, seria possível pagar a dívida e ainda sobrariam US$ 4 bilhões. O ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni diz que, com isso, torna-se mais fácil para o país obter o grau de investimento. (págs.1 e 25 a 27)


O ESTADO DE SÃO PAULO

- Brasil vira credor internacional
- Pela primeira vez na história, o Brasil deixou de ser devedor e passou a credor internacional, informou ontem o Banco Central. Em janeiro, os ativos brasileiros no exterior superaram em cerca de US$ 4 bilhões o total da dívida externa pública e privada. "Estamos superando um longo período caracterizado por vulnerabilidade e
crise, causadas principalmente pela dificuldade em honrar o passivo externo do País", afirmou o presidente do BC, Henrique Meirelles, por meio de nota oficial. Em 2003, no início do governo Lula, a dívida externa líquida era de US$ 165,2 bilhões e foi caindo ano a ano. O principal motivo dessa reversão foi o aumento das reservas brasileiras, representadas por investimentos financeiros feitos pelo País no exterior. A mudança aumenta a expectativa de que o Brasil ganhe das agências internacionais de risco o chamado grau de investimento. O anúncio surpreendeu técnicos do Ministério da Fazenda, que só esperavam que o País se tornasse credor em março. (págs. 1 e B1 a B4)

FOLHA DE SÃO PAULO

- Brasil passa de devedor a credor externo
- Na tentativa de mostrar que o Brasil está bem preparado para enfrentar as turbulências do cenário internacional -e que, por isso, mereceria mais confiança do mercado financeiro e de agências de classificação de risco-, o Banco Central anunciou ontem que o país "zerou" sua dívida externa pela primeira vez na história. Segundo o BC, os ativos que governo e setor privado possuíam no exterior ao final de janeiro já superavam o valor de todo o endividamento contraído em outros países. Isso significa que o Brasil seria capaz de pagar toda a dívida externa usando só as aplicações que tem no exterior, o que sinaliza menor dependência dos fluxos internacionais de capital. Segundo relatório publicado pelo BC na internet, em janeiro os ativos brasileiros no exterior superavam a dívida externa em cerca de US$ 4 bilhões, revertendo o quadro observado até dezembro do ano passado, quando, ao contrário, o endividamento era maior do que as aplicações em US$ 4,4 bilhões. (Página 1)

GAZETA MERCANTIL

- O Brasil deve passar a ser investidor externo líquido pela primeira vez em sua história econômica. O relatório de Indicadores de Sustentabilidade Externa do Brasil, divulgado ontem pelo Banco Central, mostrou que a dívida externa líquida ficou negativa em US$ 4 bilhões no mês de janeiro. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a passagem do Brasil de devedor para credor reforça as chances de o País receber o grau de investimento. O Brasil torna-se credor em razão do forte acúmulo de reservas internacionais, que cresceram 110% entre 2006 e 2007, saindo de US$ 85,8 bilhões para US$ 180,3 bilhões. E pela significativa redução da dívida externa total líquida, cujo estoque caiu de US$ 165,2 bilhões no fim de 2003 para US$ 4,3 bilhões, previstos para 2007. O Banco Central enfatizou, em nota, que "o Brasil está superando gradativamente um longo período caracterizado por vulnerabilidade e crises, causadas principalmente pela dificuldade em honrar o passivo externo do País. Este feito é resultado direto da implementação, nos últimos anos, de políticas macroeconômicas responsáveis e consistentes, baseadas no tripé responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e metas para a inflação". (págs. 1 e A8)

CORREIO BRAZILIENSE

Agora são os gringos que devem ao Brasil

Pela primeira vez, país tem dólares suficientes para pagar a dívida externa e ainda restam US$ 4 bilhões a receber.Nunca na história do país os cofres do Banco Central estiveram tão recheados de dólares. O Brasil encerrou janeiro com dinheiro suficiente para pagar toda a dívida externa, de US$ 197,7 bilhões, e ainda ficar com sobras de US$ 4 bilhões. A notícia deixou o presidente Lula eufórico. Não era para menos. Afinal, desde que tomou o primeiro empréstimo para financiar sua independência, em 1822, o país é visto por credores externos como um devedor contumaz. Agora, no papel de credor, Lula - um ex-defensor do calote na dívida externa - espera que as agências de classificação de risco promovam logo o Brasil à condição de investiment grade. Esse selo de qualidade, além de atrair mais investimentos estrangeiros, colocaria o país numa posição privilegiada neste momento de crise internacional. O mercado financeiro recebeu a notícia com otimismo.

VALOR ECONÔMICO

- O Brasil tornou-se credor externo líquido pela primeira vez na história do país. Segundo o Banco Central, em janeiro os ativos brasileiros aplicados no exterior, como as reservas internacionais e os haveres de bancos brasileiros, superam em US$ 4,3 bilhões a dívida externa pública e privada. Em cinco anos, a divida externa líquida do país foi reduzida em US$ 165,2 bilhões. O fato de o país ter se tornado credor não significa, porém, a completa eliminação da vulnerabilidade externa. Enquanto que a dívida externa líquida foi reduzida, aumentou o passivo externo líquido - de US$ 297 bilhões para US$ 472 bilhões entre 2004 e junho de 2007, um indicador mais amplo que inclui também os investimentos estrangeiros. (págs. 1 e C2)

JORNAL DO BRASIL

- Mesmo com o pessimismo vindo dos Estados Unidos, a bolsa brasileira mostrou fôlego para atravessar a crise. Depois de acumular perdas de mais de 15% no ano, a Bovespa praticamente zerou todo o prejuízo do período. Fechou em ligeira alta, enquanto Wall Street caía 1,15%. O real teve a maior valorização frente ao dólar comercial desde 1999. A moeda americana fechou em R$ 1,712. O Banco Central anunciou que o Brasil se tornou credor externo pela primeira vez. As reservas internas já superam a dívida externa em US$ 4 bilhões. (pág. 1 e Economia, págs. A17 e A18)

JORNAL DO COMÉRCIO do RS

País é credor pela primeira vez na história

Pela primeira vez em 508 anos de história, o Brasil deixou de ser devedor e passou a ser credor externo. O feito aconteceu em janeiro e foi anunciado na quinta-feira pelo Banco Central (BC). Segundo relatório do BC, baseado em dados ainda preliminares, os ativos brasileiros no exterior superaram o total da dívida externa pública e privada em mais de US$ 4 bilhões no mês passado. As reservas (US$ 188,5 bilhões) ultrapassaram o valor da dívida externa (US$ 184,5 bilhões). De acordo com o BC, o aumento das reservas internacionais em ritmo "sem precedentes" nos últimos meses e a antecipação de pagamentos da dívida externa permitiram ao Brasil deixar a posição devedora para ficar credor em relação a outros países.
O relatório foi publicado na página do BC na internet, mas dados completos serão divulgados apenas na segunda-feira, dia 25. Em nota, o presidente do BC, Henrique Meirelles, comemorou o feito. "Essa melhora significa que estamos superando gradativamente um longo período caracterizado por vulnerabilidade e crises, causadas principalmente pela dificuldade em honrar o passivo externo do País", afirma Meirelles. Ele destacou que os indicadores externos positivos são resultado da "implementação de políticas macroeconômicas responsáveis e consistentes, baseadas no tripé responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e metas para a inflação". O relatório do BC lembra que a dívida externa líquida - resultado da diferença entre a dívida total e os ativos brasileiros no exterior - era de US$ 165,2 bilhões no início de 2003, período que coincide com o começo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, o indicador cai anualmente e em ritmo cada vez maior até a inversão dos sinais em janeiro. Nesse indicador, não estão incluídos os investimento diretos brasileiros no exterior, nem os investimentos estrangeiros no Brasil.
O fato de o País ter se tornado credor líquido - tem mais reservas cambiais do que dívida externa - vai acelerar a classificação de investment grade para a economia brasileira. A avaliação foi feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A situação atual, disse o ministro, permite ao Brasil "impor respeito" em meio à crise de crédito internacional.
De maneira simplificada, o investment grade (grau de investimento) representa uma espécie de indicação das agências especializadas de que o risco de investir em determinado país é muito baixo. Estas agências atribuem notas para o grau de risco de cada país.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Claudia Leite "extravasou" nas areias de Copacabana


Video do Fantástico, da TV Globo, que gravou o show de cantora baiana na praia de Copacabana, domingo, 17 de Fevereiro de 2008.

Comentário sobre a notícia:

Publicado no Jornal do Brasil Quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Claudia Leite "extravasou" e se diz realizada com o mar de gente que encheu a praia de Copacabana, a nova e maravilhosa Casa da Mãe Joana que existe no Rio de Janeiro, para assistir o seu show, gravado direto do estúdio que a Rede Globo mantém ao ar livre nas areias de Copacabana.

Os fios de alta tensão se espalham pela praia, para iluminar os palcos noturnos onde os oportunistas fazem fortunas. Depois que descobriram que praia da dinheiro, acabou o antigo "banho de mar" da família.

A areia da praia e as ruas foram tomadas pelo cheiro de urina e cerveja. A Praça Cardeal Arcoverde foi depredada. Copacabana, há muito tempo, já faz parte do inferno do Rio de Janeiro.

Copacabana, tu não és mais aquela princezinha do mar, linda e cheia de luz. A desordem transformou teus encantos numa verdadeira Casa da Mãe Joana.

Tuas areias amanhecem sujas e fedorentas, enquanto aquele beijo perdido de amor é substituido pelo rancor de quem nunca se esquece das manhãs em que eras a vida a cantar, onde as tuas sereias viviam sempre sorrindo.

Na Amazonia, é desmatamento. Na Praia, é o que ?

Se Ellis Regina, que adorava as areias de praia de Copacabana, no posto 2, fosse viva, estaria cantando: "Copacabana velha de guerra, nós estamos por aí sem medo, nós sem medo estamos por aí".


WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)


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JORNAL DO BRASIL - 19 de Fevereiro de 2008

A verdadeira Casa da Mãe Joana
Carolina Bellei Gabriela Lapagesse


"Copacabana virou a Casa da Mãe Joana. Todo mundo ganha seu dinheirinho, vai embora e deixa um rastro de problemas". A frase de Cristina Reis, da Associação dos Moradores dos Postos 2, 3, 4 e 5, resume bem o estado de espírito do bairro. Humilhado pelo mega-show da cantora baiana Cláudia Leitte e a horda que após o evento saiu destruindo tudo o que via pela frente, o bairro chorou. Chorou pelos coqueiros destruídos; pelos 15 vidros de vagões do metrô rachados pelos vândalos, pelos freios de emergência acionados diversas vezes na Linha 2, pela praça Cardeal Arcoverde, seus bancos, árvores e canteiros destruídos a pontapés, pela lataria dos carros amassados, pelo forte cheiro de urina que dominou as ruas...enfim, pelos motivos que transformaram a noite de domingo num inferno.

- Copacabana virou a Casa da Mãe Joana. Todo mundo vem aqui, ganha seu dinheirinho, vai embora e deixa um rastro de problemas - lamenta Cristina Reis, presidente da Associação de Moradores e Amigos dos Postos 2, 3, 4 e 5.

O silêncio do MP

Cristina fala do alto de seus inúmeros pedidos de providências ao Ministério Público, inclusive o da semana passada, quando teve como resposta uma nota fria do órgão, dizendo-se impossibilitado de atuar. E tome ônibus lotados, tumultos nos pontos, taxis bandalhas, camelôs arrastando seus carrinhos, ambulâncias soando desesperadamente as sirenes em meio ao trânsito parado...

Os estragos foram tantos que confundiram até a prefeitura. Enquanto Cesar Maia reconhecia o erro de sua equipe, que esperava 100 mil pessoas, o coordenador de controle urbano, Lúcio Costa, garantia que estavam todos prontos para receber as cerca de 700 mil pessoas presentes.

- Fomos bem sucedidos e garantimos os corredores de escoamento dos carros da Defesa Civil - dizia, sem saber que seu chefe o desmentiria depois, via e-mail.

- As pessoas têm razão de reclamar. Nos preparamos para um show com 100 mil pessoas, mas foram 500 mil - admitiu Maia.

Moradores como a estudante Nathalia Gomes, de 23 anos, sofreram. Ela levou mais de três horas entre o Aeroporto Tom Jobim e sua casa, na Miguel Lemos, a dezenas de quadras do show.

- Por que não fazem um rodízio de locais dos shows? - questiona.

Revoltado com o que presenciou, Horácio Magalhães, presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, atacava a CET-Rio.

- O trânsito entrou em colapso a partir das 20h - reclamou.

[ 19/02/2008 ] 02:01

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Praça Cardeal Arcoverde é depredada

Poste no chão, canteiros quebrados, jardins destruídos. Esse era o cenário da Praça Cardeal Arcoverde no dia seguinte do show da cantora Claudia Leite, na Praia de Copacabana. A praça abriga a estação do metrô mais utilizada pelo público, já que era a mais próxima ao show. Além dos moradores, muitos comerciantes locais também ficaram apreensivos com a quantidade de pessoas e o tumulto provocado.

- A confusão começou a partir das 18h. Desde então ficou complicado para trabalhar - conta Fabiola dos Santos, funcionária de uma loja de conveniências de um posto de gasolina em frente à praça. - Como era muita gente, as vendas da loja foram boas, mas sofremos com o roubo de mercadorias, principalmente o de bebidas.

Em eventos como réveillon e shows que atraem muitas pessoas, o posto de gasolina costuma não funcionar. Mas segundo a funcionária, eles não esperavam um público tão grande.

Outras pessoas que trabalham na praça também foram pegas de surpresa. Célia Silva é funcionária de um quiosque de flores há oito anos e diz nunca ter visto nada parecido.

- No réveillon, eles colocam grades na praça, parece que tem uma organização maior. A falta de policiamento no domingo causou uma tensão muito grande. Tivemos que trabalhar com o coração na mão - revela Célia.

A cooperativa de táxi do início da Rua Toneleros não funcionou. De acordo com o atendente Cícero Martins, os taxistas que foram até o ponto no domingo, desistiram ao perceberem a confusão. E ele ainda completa:

- Fiquei assustado com a sujeira e depredação da praça quando cheguei aqui hoje (segunda-feira). Até um poste foi derrubado pelos vândalos.

Problemas no trânsito

Depois que o show acabou, as pessoas também tiveram dificuldade para sair de Copacabana. A Rio Ônibus informou que foi utilizada 100% da frota permitida, mas o trânsito nas principais ruas do bairro, Barata Ribeiro e Nossa Senhora de Copacabana, dificultou o escoamento do público.

- Para ir embora foi horrível. Os ônibus passavam lotados e não paravam. Tive que recorrer às vans e mesmo assim só cheguei em casa de madrugada, duas horas mais tarde do que costumo chegar - comenta Fabíola, moradora de Campo Grande.

[ 19/02/2008 ] 02:01

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Ruas foram tomadas pelo cheiro de urina e cerveja

Os moradores e funcionários dos prédios da Avenida Atlântica não se surpreendem mais com o mau cheiro nas ruas depois dos eventos promovidos na praia. E depois do show da cantora Claudia Leite a reclamação não poderia ser diferente, o odor de urina e cerveja nas calçadas.

Desde que acabou o espetáculo, o efetivo de 182 garis começou a trabalhar para fazer a limpeza da área. E no início da tarde, eles ainda chegavam para reforçar a equipe. Cerca de 38 toneladas de lixo foram retiradas das ruas. Mas a lavagem das calçadas ficou a cargo dos funcionários dos prédios e lojas.

- Sempre que temos eventos aqui é a mesma coisa. Os garis limpam, mas ninguém lava as calçadas. Mesmo com os banheiros químicos, a população urina nas fachadas e entradas dos prédios. É um horror - comenta João Vieira da Silva, segurança de uma loja na orla de Copacabana.

O porteiro Francisco Onorato, que trabalha há cinco anos em um prédio na Avenida Atlântica, diz que a limpeza realizada pela prefeitura não é suficiente.

- Os garis fazem a limpeza, mas nunca é suficiente. Não dá vazão pela quantidade de gente. No dia seguinte, sempre temos que lavar as calçadas. É muita sujeira.

Banheiros químicos

Com a retirada dos banheiros químicos, o mau cheiro piorou no canteiro central da Avenida Atlântica.

A publicitária Eliane Castro, que mora no bairro há cinco anos, aproveitou o dia de folga para curtir a praia. Mas ela não gostou do que viu no bairro.

- Hoje, Copacabana está um horror. Todo lugar está sujo, até o metrô está com cheiro de xixi - declara Eliane, que ainda reclama da falta de agilidade dos funcionários da prefeitura para fazer a limpeza.

Até algumas pessoas que trabalham nas areias da praia de Copacabana se sentiram prejudicadas com o evento. Foi o caso de Abraão Ponte, que está há sete anos nas areis do bairro.

- Ainda está tudo sujo. A areia está imunda. Quem quer ficar na praia nesse estado?


[ 19/02/2008 ] 02:01

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Delegacia teve o dobro de ocorrências

Titular da delegacia de Ipanema, a 13ª, que fica em Copacabana, o delegado André Drumond disse que as delegacias próximas ao evento tinham filas. Foram 34 ocorrências, sendo 31 delas da área de Copacabana.

- O normal é que sejam registradas 15 por noite.

A delegacia de Copacabana não soube informar quantos registros foram feitos durante o evento. Polícias civil e militar tentaram justificar o motivo de tanto caos em Copacabana, antes, durante e depois do show de lançamento da carreira solo de Claudia Leitte.

O Coronel Almeida, comandante do batalhão de Copacabana, informou que 500 policiais militares fizeram a segurança do evento e que não houve "grandes problemas". Sessenta eram da área do evento, em 31 viaturas.

A assessoria do metrô informou que houve atos de vandalismo e que 15 vidros, nas linhas 1 e 2, ficaram rachados. No trecho entre Botafogo e Copacabana o intervalo, que normalmente é de 4 minutos, foi de 7. O metrô funcionou até a meia-noite.

[ 19/02/2008 ] 02:01

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Associações radicalizam e vão a conselho do MP estadual

Em solidariedade aos moradores de Copacabana, que reclamaram do cenário de desordem urbana, conseqüência do show de Claudia Leitte no domingo, as associações do Humaitá e do Leblon assinaram um manifesto no qual afirmam que o Ministério Público foi omisso ao não cancelar o evento.

Segundo o presidente da Associação de Moradores do Humaitá, Paulo Giffoni, já que o MP não atendeu às solicitações de cancelamento, o grupo agora pretende apelar ao conselho do órgão para levar o pedido adiante.

- O MP tem de se posicionar e acabar com essa história. Vamos fazer pressão. Não dá mais para conversar com os promotores. Cansamos de denunciar o assunto e vamos partir para o Conselho do Ministério Público - disse, referindo-se ao órgão que fiscaliza o MP.

O presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães, disse que recebeu muitas reclamações de moradores e associados, inconformados com a multidão que apareceu na Praia de Copacabana e com a falta de planejamento de trânsito:

- As pessoas demoraram horas para sair de um quarteirão e chegar a outro de carro.

Já o presidente da Associação dos Moradores do Leme, Francisco Nunes, acha que o evento foi um atentado à cidadania.

- Foram várias ações criminosas desde vandalismo, falta de controle urbano, de tudo um pouco. Vários foram carros rebocados. Isso é uma indústria de arrecadação. O bairro amanheceu imundo. Faltou bom senso à prefeitura.

[ 19/02/2008 ] 02:01

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Cantora se diz realizada com o mar de gente

Quando deixou o palco armado na Praia de Copacabana ontem, depois de embalar uma multidão na gravação do DVD que marca sua estréia como cantora solo, Claudia Leitte não segurou a emoção e caiu no choro. Carregava no peito a sensação do sonho, que acalentou por um ano, realizado.

O plano era atrair 1 milhão de pessoas. Cerca de 700 mil atenderam o chamado da loira que, no fim, conseguiu o que queria: um mar de gente na frente do palco.

- Nunca toquei para um público tão grande - comemorou Claudia, ainda hospedada no Copacabana Palace. - Queria que o público comparecesse em peso. Foi aquela platéia que me deu a certeza de que tudo o que eu quis era verdade. Trabalhei todos os dias durante um ano para que isso acontecesse.

O show começou às 19h35, com a canção Exttravasa. Como é comum em gravações ao vivo, muitas músicas, entre elas sete inéditas, foram repetidas. Gabriel Pensador, Badauí (do CPM 22), Carlinhos Brown, Daniela Mercury e Wando, participaram e dividiram o palco com Claudia Leitte. O cantor deu uma calcinha para a artista. Apesar de ter deixado o Babado Novo, Claudia continua com a mesma base de músicos.

- Agora quero concretizar esta transição. Estou muito confiante nesta nova fase.

[ 19/02/2008 ] 02:01

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O CHEFE



O CHEFE

Nas décadas de 60 e 70 do século 20, não foram poucos os brasileiros a desafiar os “donos” do poder e a combater por liberdade e democracia. Muitos tombaram, mas a luta não foi em vão.

Hoje o Brasil é um país livre e democrático, como demonstram os serviços prestados pela imprensa na apuração do escândalo do mensalão. Nesse início de século 21, a luta das forças progressistas é por justiça social e distribuição de renda. E a luta passa prioritariamente pelo combate à corrupção.

A construção de uma sociedade sem tantas desigualdades pressupõe uma imprensa atuante, sempre pronta a denunciar o clientelismo, o fisiologismo e o chamado toma-lá-dá-cá.

Jornalistas têm a missão de zelar pela transparência das ações do poder constituído e pela boa aplicação do dinheiro público, apontando desvios e demais expedientes que lesem os direitos e os legítimos interesses do povo.

Se houver responsabilidade e espírito público, teremos nas mãos as ferramentas necessárias para assegurar investimentos em projetos sérios, eficientes e de alcance social.

Dessa forma, transformaremos o Brasil num país desenvolvido e em uma grande nação. O escândalo do mensalão confirma, uma vez mais, que a imprensa livre, pluralista e vigilante é imprescindível à democracia e ao Estado de Direito.

Nada melhor para a sociedade do que jornalistas determinados, incapazes de se curvar a pressões econômicas, chantagens políticas ou ao benefício das sempre generosas verbas publicitárias, em troca da omissão e do silêncio sobre o jogo sujo dos “donos” do poder.

Este livro homenageia dezenas de profissionais de imprensa, aqui citados nominalmente. São repórteres que não se intimidaram, não abaixaram a cabeça aos poderosos da vez, e contribuíram de forma decisiva para desvendar e elucidar o mais extenso e complexo esquema de corrupção governamental da história brasileira, em todos os tempos.


Ivo Patarra

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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

PF investiga roubo de informações sobre descobertas da Petrobrás


Petrobrás - Mapa das Reservas Brasileiras

Publicado no Estado de São Paulo, em 16 de Fevereiro de 2008

Publicado na Folha de S.Paulo - Painel do Leitor - 16/02/2008 ... informações tão valiosas fossem transportadas dentro de um simples contêiner?" WILSON GORDON PARKER (Nova Friburgo, RJ)

Publicado no O GLOBO, em 16 de Fevereiro de 2008

Publicado no JORNAL DO BRASIL Domingo, 17 de fevereiro de 2008

Descaso

Por que dois computadores portáteis, com informações secretas da Petrobrás sobre campos de petróleo da Bacia de Santos, estavam viajando dentro de um contêiner, numa longa viagem de navio, entre Santos e Macaé? Não seria mais lógico algum executivo da Petrobrás, com a devida escolta de seguranças, transportar pessoalmente informações tão confidenciais? A investigação principal a ser feita é: por que e quem determinou que informações tão valiosas fossem transportadas dentro de um simples contêiner.

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

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Estado de São Paulo, Sexta-feira, 15 fevereiro de 2008

Dados estavam em notebooks e discos rígidos levados de um contêiner da Halliburton, contratada da estatal

Nicola Pamplona, RIO

A Polícia Federal (PF) investiga o furto de quatro computadores portáteis (notebooks) e dois discos rígidos com informações sigilosas da Petrobrás. A estatal não divulgou detalhes sobre o conteúdo dos arquivos, mas há indicações de que contenham dados estratégicos sobre as reservas gigantes de petróleo descobertas na Bacia de Santos.

Os equipamentos pertenciam à Halliburton, companhia americana prestadora de serviços para o setor de petróleo, e desapareceram de um contêiner entre Santos (SP) e Macaé (região norte-fluminense). De Santos ao Rio de Janeiro o transporte foi por navio, e do Rio a Macaé o contêiner seguiu de caminhão, pela transportadora rodoviária Transmagno, que tem sede em Macaé. Ontem, um representante da área comercial disse que a transportadora presta serviços à Petrobrás. Ele não tinha informações sobre esse contrato específico.

Não se sabe ainda em que momento do transporte ocorreu o furto. A delegada Carla Dolinski, responsável pelo caso, disse que a Petrobrás alegou interesse nacional e, por isso, pediu a investigação da PF. Roubos de carga ficam sob a jurisdição da Polícia Civil.

A representação da Halliburton no Brasil não quis comentar o incidente. Também não foi explicado por que os laptops estavam sendo transportados em um contêiner. A Halliburton foi contratada em agosto do ano passado para realizar serviços de teste de reservatórios descobertos no Brasil. O contrato, de US$ 270 milhões, inclui pesquisa em reservatórios de alta pressão e alta temperatura, condições semelhantes às encontradas nas reservas gigantes descobertas abaixo da camada de sal, que podem elevar o Brasil à condição de grande exportador de petróleo.

Com isso, a Halliburton ganha acesso a dados confidencias, sob o compromisso de não divulgá-los. A Petrobrás informou que tem cópias integrais de todas as informações furtadas, mas, segundo especialistas, os dados poderiam ser usados por concorrentes na avaliação de outras jazidas do País.

A estatal não quis entrar em detalhes sobre o incidente, limitando-se a dizer que os equipamentos contêm “informações importantes para a companhia”. O conteúdo não foi informado nem à polícia. “Só nos disseram que havia informações estratégicas sobre suas operações”, contou a delegada, que já pediu mais detalhes à Petrobrás.

O contêiner com os equipamentos saiu de Santos em 18 de janeiro e chegou a Macaé 12 dias depois. Ficou no Porto do Rio durante uma semana. Em 31 de janeiro, quando funcionários da Halliburton foram abrir o contêiner, perceberam que o lacre havia sido violado.

Segundo as investigações, os ladrões chegaram a trocar o cadeado arrombado por um novo, para evitar suspeitas durante a viagem. O inquérito policial foi aberto em 7 de fevereiro. A delegada Carla Dolinski disse que começa a ouvir testemunhas na semana que vem.

Além da hipótese de furto com o objetivo de obter informações estratégicas ou espionagem industrial, a polícia não descarta a possibilidade de furto comum, sem que os ladrões tivessem idéia do que estavam roubando. “Roubo de contêineres é um crime muito comum”, comentou a delegada. Ela ainda não sabe se havia outros equipamentos no contêiner e se foram roubados também, questão-chave para definir os rumos das investigações.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Governo prepara anistia para desmatadores


O presidente Lula durante almoço com o presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, declarou que o problema na Amazônia é um "tumorzinho" que foi tratado como câncer antes do diagnóstico.

Comentário sobre a notícia:

O governo vai anistiar os devastadores da Amazônia. Quando a gente pensa que o estoque da falta de vergonha chegou ao fim, surge um caso mais horripilante que o anterior. O pacote governamental irá legalizar o desmatamento que foi feito numa área que corresponde à soma de Paraná e Sergipe. Como prêmio por não terem deixado nenhuma árvore em pé nas áreas devastadas, os criminosos serão anistiados, poderão obter empréstimos a juros baixíssimos e vão poder desmatar 50% das terras que ocupam, ao invès dos 80% atuais. Mas a coisa não pára por aí. O senador Jonas Pinheiro (DEM-MT), percebendo que a hora é essa, já entrou no senado com uma proposta que retira da Amazônia Legal os Estados do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins. Assim sendo, vão acabar quaisquer problemas para os devastadores naqueles estados, que não terão que cumprir nenhuma regra de desmatamento. Vão poder derrubar e queimar tudo. Num país onde o reitor de uma famosa universidade nacional acha muito justo gastar o dinheiro público na compra de uma lixeira de mil reais para decorar o seu apartamento, o cidadão só tem duas alternativas: ou se revolta, ou não se revolta. Com toda a certeza o escândalo de amanhã vai ser pior.

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

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ESTADO DE SÃO PAULO, Domingo, 10 fevereiro de 2008

Contra desflorestamento, governo prepara anistia para desmatadores Ante alta da devastação, idéia é reduzir área intocada das propriedades de 80% para 50% e reverter perda total

João Domingos

Para tentar reduzir e compensar o desmatamento na Amazônia Legal, o governo planeja dar uma anistia a quem derrubou ilegalmente a floresta.

Pela medida em estudo nos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, empresas e agricultores poderão manter 50% das fazendas desmatadas, voltar à legalidade e ter direito ao crédito agrícola oficial se aceitarem recuperar e repor a floresta dos outros 50% das propriedades. Feitas as contas, se a decisão for adotada, o governo vai legalizar em torno de 220 mil quilômetros quadrados de Amazônia desmatada ilegalmente, uma área correspondente à soma dos Estados do Paraná e Sergipe.

A obrigatoriedade estabelecida no Código Florestal, de manter reserva legal correspondente a 80% do tamanho do imóvel, podendo desmatar e produzir nos demais 20%, continuará valendo para quem não derrubou a mata ou para quem adquirir propriedade nova.

“O dano ambiental já ocorreu, a área já está desmatada. Esse é o fato. Permitir que a recuperação nas áreas de uso intensivo seja de 50% é uma forma de diminuir a pressão por novos desmatamentos”, disse ao Estado o secretário-executivo do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, um dos defensores da idéia.

Embora a medida funcione como uma anistia, o secretário não aceita essa definição. Para ele, trata-se de uma medida excepcional, destinada a resolver um problema urgente.

No final de janeiro, Capobianco divulgou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) segundo os quais em novembro e dezembro houve aumento de desmatamento na Amazônia.

SITUAÇÃO EXCEPCIONAL

O secretário admite que haverá tratamento diferenciado para quem desmatou e para quem preservou a floresta. “Há áreas desmatadas, que são classificadas de uso intensivo, tanto por pastagens quanto por agricultura. O que se discute é a possibilidade de uso maior de parte da propriedade, hoje fixada em 20%. Nesse caso em estudo, poderá chegar a 50%. Mas essa é uma situação excepcional.”

Para o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a medida a ser tomada pelo governo é fundamental para enfrentar o desmatamento em definitivo. “A alternativa é uma forma de levar a paz ao campo e, enfim, resolver o problema do desmatamento na Amazônia”, disse. “O proprietário de terras se sentirá incentivado a não fazer novos desmatamentos, pois contará com área suficiente para desenvolver suas atividades econômicas.”

O raciocínio do governo é de que a anistia funcionará, na prática, como uma punição, enquadrando quem desmatou fora do critério de preservação de 80%, e hoje trabalha sem cobertura vegetal nenhuma, pois o obrigará a repor até 50% da mata destruída. Entre o zero de floresta e a recuperação de 50% das matas, o governo considera que haverá um ganho considerável, mesmo que, para isso, tenha de abrir exceções.

De acordo com dados oficiais, dos 5 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal, cerca de 730 mil quilômetros quadrados - 73 milhões de hectares - já foram derrubados. O governo não tem números exatos sobre o tamanho do desmatamento ilegal, mas calcula-se que, do total de floresta derrubada, pelo menos 80% disso está nessa categoria, ou seja, cerca de 580 mil quilômetros quadrados. Levando-se em conta a exigência de que a recuperação das áreas degradadas chegue aos 50% do tamanho da propriedade, a anistia poderá alcançar 220 mil quilômetros quadrados de desmatamentos.

BENEFÍCIO E IMPUNIDADE

Entre especialistas, há dúvidas quanto à eficácia da medida que o governo estuda tomar. “Se a decisão não vier acompanhada de outras medidas, como o controle do crédito e a punição para os que agem na clandestinidade, não resolverá nada”, diz Adalberto Veríssimo, diretor e pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Para ele, a perspectiva de anistia para quem desmatou é ruim do ponto de vista da iniciativa do governo. “O debate é salutar, mas a anistia não”, afirmou. “Os desmatadores ilegais sempre agiram pensando que um dia seriam beneficiados com ela.”

Segundo Capobianco, a intenção do governo é concluir os estudos para o projeto o mais rapidamente possível, talvez ainda neste semestre. “Técnicos dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente têm feito reuniões seguidas. Quando concluírem os estudos, eles serão entregues aos ministros”, informou Capobianco. Em seguida, o projeto será encaminhado à Casa Civil.

COMPENSAÇÃO

O secretário-executivo do Meio Ambiente disse ainda que a recuperação da área degradada não terá de ocorrer, necessariamente, na propriedade de quem desmatou. “Ele poderá comprar uma área correspondente ao que falta para chegar a 50% do tamanho de sua propriedade e torná-la reserva legal. Poderá também adquirir áreas em florestas nacionais ou áreas de reservas federais, estaduais ou municipais e repassá-las para o ente federativo correspondente”, afirma.

Ele reconhece que o assunto é polêmico e que o governo tem de agir com cuidado. “Não vamos abrir as porteiras. Cada caso é um caso e será analisado assim. É preciso ver se os documentos do proprietário são legais, se não há grilagem.” O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) exigirá dos proprietários a origem dos documentos, se foram adquiridos de forma “mansa e pacífica”, ou seja, se o proprietário não recorreu à violência.

“É preciso entender que muitas pessoas estão nas áreas há muito tempo, que há desmates antigos, que é ali que criaram famílias e é dali que tiram seu sustento. O governo não quer prejudicar ninguém. Quer é resolver esse problema de uma vez por todas”, afirma Capobianco. Para ele, a forma mais objetiva de o proprietário mostrar que tem boas intenções é procurar o Incra para fazer o recadastramento. Os que não procurarem o instituto estarão, segundo ele, admitindo que vivem em situação irregular.

Manobra beneficiaria 3 Estados

Proposta do senador Jonas Pinheiro (DEM-MT), em tramitação no Senado, retira da Amazônia Legal os Estados do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins. Com a mudança, as propriedades rurais dos três Estados não teriam de cumprir o limite de 80% de reserva legal. Também fazem parte da Amazônia Legal os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima e Pará.

A Amazônia Legal, conceito criado em 1953, tem cerca de 5,2 milhões de km2, perto de 61% do território brasileiro. Entre 1970 e 1996, sua população cresceu cerca de 130%.

Ao apresentar o projeto, o senador Jonas Pinheiro deixou claro que seu objetivo é favorecer Mato Grosso. Ele lembrou que a criação de Mato Grosso do Sul, em 1977, representou perda para a economia de MT. A título de compensação, o governo integrou todo o território de MT à Amazônia Legal, pois se beneficiaria dos incentivos fiscais concedidos à região.

Mas, para Pinheiro, MT foi prejudicado, porque grande parte de sua cobertura vegetal, onde predominaria o cerrado, nada tem a ver com o bioma da Amazônia.

'Temor é que a anistia induza a novos desmatamentos'

Para ele, só a divulgação do projeto já pode levar mais gente a pôr a mata no chão; solução seria maior presença do Estado

O diretor e pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Adalberto Veríssimo, elogia o fato de o governo estar preocupado com a recuperação de áreas degradadas na Amazônia Legal, mas teme que os efeitos sejam nulos ou até estimulem mais desmatamentos. Para ele, a notícia do estudo da anistia pode levar mais gente a pôr a mata no chão. Adalberto apela ao governo para que seja mais presente na área. O Imazon alertou em 2007 que o desmate havia aumentado. O governo contestou. No mês passado, o governo admitiu a alta.

A anistia a quem desmatou pode ajudar a conter a derrubada?

Meu temor é o de que a simples notícia de anistia leve quem não fez a mesma coisa a também desmatar.

O que o governo pode fazer para reduzir o desmatamento?

É preciso estar presente. O governo é omisso. A presença do Estado na Amazônia é tênue. Há problemas na titulação de terras. O Estado não consegue nem emitir alvarás para autorizar desmatamentos legais, dentro do limite de 20%. O fato de haver esse limite não permite ao proprietário fazer o desmatamento. Ele tem de pedir autorização e obter o alvará. Como o governo não consegue fazer isso, a pessoa cansa de esperar.

Quem não desmatou pode se sentir injustiçado?

Claro. O governo deveria ter um mecanismo de compensação para quem ficou na legalidade. Mas não tem. Também deveria oferecer compensação econômica para quem recuperar áreas degradadas. É preciso lembrar que bacias hidrográficas inteiras foram prejudicadas e isso pode ter conseqüências nefastas para o clima e o bioma.

Onde o desmatamento é pior?

Em toda a região da Transamazônica, da Belém-Brasília, no Pará, da BR-364, em Rondônia. Nesse Estado, a mata só foi preservada onde há reserva legal.

É possível evitar mais prejuízos?

Sim. O desmatamento já chegou a 18%. Se houver ações do governo na Amazônia, se houver compensações econômicas para a recuperação, é possível parar com o desmatamento. Hoje temos projetos de reflorestamento, mas ainda são ínfimos.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

VOLTA AO TRABALHO



Publicado no JORNAL DO COMÉRCIO, Porto Alegre, Sábado, 9/2/2008



Publicado na VEJA - Edição 2047, pag. 36 sob o título de "2008 começou", fechando a seção Cartas - 13 de fevereiro de 2008

Atenção, autoridades brasileiras ! Estamos no início de fevereiro do ano de 2008. O carnaval acabou. Não se esqueçam que a nação tem muitos problemas a serem resolvidos, e pede, encarecidamente, para que os responsáveis por ela se apresentem nos seus respectivos postos de serviço, e cumpram os seus deveres trabalhistas. O povo agradece.

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

Lula não sabe se vai para a Antártica ou para a Antártida


Lula gigante pescada na Antártida em 22 de fevereiro de 2007. Animal pesa cerca de 450 quilos, 150 a mais do que a maior vista anteriormente. Criatura achada na Antártida pode chegar a até 14 metros de comprimento. Será que essa Lula tinha Cartão Corporativo para pagar as contas no restaurante ?

Comentário sobre a notícia:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja para a Antárdida no próximo dia 15, em companhia da primeira-dama, Marisa Letícia, e dos ministros Nelson Jobim (Defesa), Franklin Martins (Comunicação Social) e Celso Amorim (Relações Exteriores). Quero ser mico de circo se o Lula não está pensando: "Afinal o nome desse lugar é Antártica ou Antártida?". Boa viagem para todos, e não esqueçam de seus respectivos cartões corporativos.
Wilson Gordon Parker, Friburgo (RJ)

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JB - 08 de fevereiro de 2008

Lula quer passar um dia em base na Antártida


Menos de 15 dias depois de um grupo de 13 parlamentares ficar retido na Antártida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará para o mesmo destino. No próximo dia 15, Lula, a primeira-dama, Marisa Letícia, e os ministros Nelson Jobim (Defesa), Franklin Martins (Comunicação Social) e Celso Amorim (Relações Exteriores) seguem para uma viagem que deve durar pouco mais de 24 horas.

Para evitar que a comitiva passe pelo transtorno vivido pelos parlamentares, a orientação é para que Lula e as autoridades fiquem pouco tempo na Antártica - o que limitaria as chances de mudança climática.

Lula descansa desde sábado no Forte dos Andradas, no Guarujá (SP). O presidente emendou o carnaval com um período de descanso. Ele retoma a agenda presidencial na segunda-feira.


[ 08/02/2008 ] 02:01

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

BUSH CONVIDA HILLARY PARA UM CAFÉ DA MANHÂ NA CASA BRANCA



Jornal do Brasil - 08 Fevereiro 2008

Nicholas D. Kristof The New York Times

Quem tem mais chance de ser eleito no Estadous Unidos ?


É cada vez mais provável que o candidato republicano à Presidência seja John McCain, que também é o nome do partido mais cotado para ganhar a eleição de novembro.

McCain tem uma força incomum entre os eleitores independentes, que ainda não tomaram sua decisão, e pesquisas mostram como ele tem se saído bem em consultas espontâneas de intenção de votos, mesmo quando todos esperam que seja o ano dos democratas. Isso sugere uma pergunta óbvia: quem seria o candidato democrata mais forte para enfrentá-lo?

Não há uma resposta definitiva, em parte, porque Barack Obama pode perder o brilho. Em julho de 1988, Michael Dukakis virou um herói democrata com uma vantagem de 17% sobre George Bush (pai); quatro meses depois, estava acabado.

Mas uma pista surgiu na votação de terça-feira em 14 "Estados vemelhos", onde o presidente George Bush (filho) venceu em 2004. Obama ganhou em nove, enquanto Hillary Clinton liderou em quatro e está na frente no quinto.

- Obama tem muito mais apelo entre os eleitores republicanos - diz Susan Eisenhower, republicana histórica e neta do falecido presidente, que apóia o candidato.

Quando as pesquisas apresentam aos eleitores combinações hipotéticas, Obama supera Hillary contra McCain. Por exemplo, uma pesquisa do Cook Political Reporter divulgada esta semana aponta que McCain vence Hillary por 45% a 41%. Mas Obama ganha de McCain por 45% a 43%. A última consulta do Washington Post/ABC obteve resultados similares.

De todos os principais candidatos, Obama também tem o maior índice de aprovação entre os independentes - 62% - segundo resultados recentes obtidos pelo Centro de Pesquisas Pew. Também tem baixo índices de rejeição.

Obama vai surpreendentemente bem entre cristãos evangélicos, uma importante parcela da população dos Estados que não se alinham com um ou outro partido. Por exemplo, a revista Relevant, voltada para jovens religiosos, perguntou aos leitores: "Em quem Jesus votaria?". Obama ganhou, com 27 pontos percentuais à frente de Hillary.

Políticos dos Estados vermelhos parecem tender a apoiar Obama porque muitos deles o vêem como o candidato democrata que vai ser melhor para suas regiões. O site Politico.com consultou democratas em Estados que têm o potencial de surpreender por não se aliarem com nenhum dos dois partidos e concluiu:

"Em entrevistas nas últimas semanas em Estados que tendem a votar nos republicanos, Politico identificou entre autoridades que são ou já foram democratas a crença de que Obama é candidato mais elegível em seu eleitorado. Esses políticos também demonstraram o temor de que a personalidade e o passado de Hillary a façam uma candidata que polariza demais para conquistar os eleitores independentes e os que tendem ao Partido Republicano".

Outra forma de se analisar a elegibilidade é questionar qual a maior "desvantagem": ser negro ou ser mulher. Shirley Chisholm, a candidata negra que concorreu à Presidência em 1972, argumenta que há mais preconceito com relação ao gênero do que com relação à raça nos EUA.

- Fui muito mais discriminada por ser mulher do que por ser negra - Shirley disse uma vez.

Meu palpite é que uma conservadora como Margaret Thatcher pode ter uma chance maior de ser eleita do que uma feminista que se destacou por lutar pelos direitos das mulheres. Pela mesma razão, Obama provavelmente tem uma chance maior de ser eleito do que um candidato negro que tenha surgido na luta pelos direitos civis.

E é verdade que Obama teve a vida muito menos devassada pela imprensa do que Hillary e que, se ele for o indicado, seria exposto ao extremo.

Eleitores em muitos Estados estão apenas começando a conhecer Obama, o que servirá para acabar com mitos, como, por exemplo, o de que ele é um muçulmano que não honra a bandeira americana. Essas mentiras vão ficar mais difíceis de serem sustentadas.

O carisma de Obama tem funcionado desde que ele entrou na cena política, em 2004.

- Já trabalhei para três presidentes e conheço dois ou três outros. Obama é simplesmente o único político que eu já vi que pode ser comparado a Jack Kennedy - diz Michael Blumenthal, que começou sua carreira no serviço público no governo do presidente Kennedy e foi secretário do Tesouro do presidente Carter.


[ 08/02/2008 ] 02:01

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

HOJE É CARNAVAL


Monobloco cantando a música Máscara Negra no Ensaio na Fundição Progresso

Máscara Negra
[Zé Kéti e Pereira Matos]

Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão

Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval


Ainda prestigiado pelo sucesso do show “Opinião”, Zé Kéti ganhou o carnaval de 67 com a marcha-rancho “Máscara Negra”. Reproduzindo o lirismo suave que caracteriza o gênero, a composição trata do reencontro de um Pierrô com uma Colombina que conhecera no carnaval anterior.

E, ao contrário de outras canções inspiradas na commedia dell’arte, aqui é o Arlequim quem chora pelo amor de colombina: “Tanto riso / oh, quanta alegria / mais de mil palhaços no salão / arlequim está chorando pelo amor da Colombina / no meio da multidão.” Tendo acontecido numa época em que a música carnavalesca tradicional saía de moda, o sucesso de “Máscara Negra” pode ser considerado uma façanha.

Direito à informação

Comentário sobre a notícia:

Vivemos num país em que nenhum direito do cidadão é respeitado. O consumidor só recebe a informação que for útil e conveniente a outra parte. Os orgãos do governo que deveriam gerenciar e fiscalizar esse assunto são coniventes com o "status quo" da falta de informação, porque são corruptos. Assim sendo, é realmente digno de festa a decisão doTribunal de Justiça de São Paulo sobre os óleos de soja Liz e Soya, que só agora passaram a trazer a identificação. Vivemos numa oleosa Casa da Mão Joana.

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

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Escrito por Maria Inês Dolci em 21/01/2008 às 13h43

Direito à informação

Já vai completar cinco anos a exigência de identificação dos produtos trangênicos vendidos no Brasil e não vi até agora no mercado alimentos com o triângulo amarelo com a letra T e a palavra transgênico, na rotulagem dos que contenham mais de 1% de algum ingrediente geneticamente modificado. O direito do consumidor à informação não vem sendo respeitado, ou alguém acredita que num País em que se deve colher cerca de 12 milhões de toneladas de soja transgênica na próxima safra, parte desses grãos não serão industrializados e não estarão presentes nos alimentos que consumimos? Prova disso é que por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo os óleos de soja Liz e Soya, só agora passam a trazer a identificação.Os órgãos de fiscalização precisam cumprir seu papel!

Lula defende produtores de soja. Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, acusa.


FOTO: Brasília - Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fala à imprensa após sobrevoar áreas desmatadas no Mato Grosso

Comentário sobre a notícia:

Publicado no O GLOBO em 01 de fevereiro de 2008

Os pronuciamentos relâmpagos do Lula continuam sendo obras-primas do surrealismo contraditório. Depois de apoiar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ele saiu em defesa dos produtores de soja e criadores de gado, apontados por ela como responsáveis pelo aumento do desmatamento. A ministra pegou um avião, sobrevoou as áreas desmatadas, e confirmou que os culpados pelo desmatamento são os produtores de soja e os pecuaristas. O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), empresário do agronegócio e o ministro da Agricultura, o peemedebista Reinhold Stephanes, só faltaram dizer para a ministra calar a boca. Se depender destes dois a metade da Amazonia seria uma plantação de soja e a outra metade um belo pasto. Num dos rápidos pronunciamentos Lula afirmou que para plantar soja e criar gado na Amazonia não seria preciso derrubar uma única árvore. Só se forem plantar soja e criar gado na copa das árvores.

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo


* O GLOBO, 31 de janeiro de 2008
- O presidente Lula desautorizou ontem as declarações da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sobre as causas do aumento do desmatamento na Amazônia, e deixou claro que não considera alarmantes os dados do Inpe. Mas após sobrevoar áreas devastadas em Mato Grosso, Marina negou que tenha feito alarde exagerado e manteve suas acusações a produtores de soja e pecuaristas. (págs. 1 e 3)


* FOLHA DE SÃO PAULO, 31 de janeiro de 2008
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou ontem que considerou exagerado o "alarde" feito em torno dos números sobre o aumento do desmatamento na Amazônia. Ao fim de um almoço no Itamaraty, ele se referiu à divulgação dos dados na semana passada como um "tumorzinho" que, antes do diagnóstico, foi tratado como câncer. Também criticou a postura das ONGs e disse que não dá para culpar "soja, feijão, gado ou sem-terra" pelo desmatamento sem antes investigar o que aconteceu. "O que aconteceu, na minha opinião, eu não sou comunicador, posso estar errado... você vai no médico detectar porque você está com um tumorzinho aqui e, ao invés de fazer biópsia e saber como vai tratar, você já saiu dizendo que estava com câncer", afirmou. Segundo Lula, como em 2006 o desmatamento tinha diminuído muito e em 2007 cresceu, "se alardeou que estava crescendo". Na entrevista, o presidente contou que na semana passada, em reunião no Planalto, questionou o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) se os dados divulgados significavam que o Brasil chegaria ao final do ano com um desmatamento maior. "E ele falou: "Não". E eu falei: "Então por que vocês falaram'? Na verdade, eles queriam alertar de que a gente não pode se descuidar de controlar a Amazônia", concluiu Lula, insistindo que os dados divulgados tratam de um corte trimestral e que, segundo ele, até o final do ano podem ser revertidos. (Página 1)


* ESTADO DE SÃO PAULO, 31 de janeiro de 2008
- O presidente Lula disse que houve "alarde" na divulgação dos números sobre desmatamento na Amazônia, informando que estão "sob investigação" os números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pelo monitoramento. Enquanto Lula falava em Brasília, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmava em Sinop (MT) que os dados apontando aumento na devastação
estão corretos. (págs. 1 e A16)


* JORNAL DO BRASIL - 31 de janeiro de 2008
Lula defende produtores de soja
Karla Correia BRASÍLIA

Uma semana depois de autorizar o anúncio de medidas emergenciais para conter o avanço do desmatamento na região amazônica, em um movimento que prestigiou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa dos produtores de soja e criadores de gado, apontados pela ministra como responsáveis por parte do aumento no corte de árvores observado na área, e criticou o "alarde" feito pelo ministério na divulgação dos dados coletados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe).

As afirmações do presidente favorecem o ministro da Agricultura, o peemedebista Reinhold Stephanes, que divergiu publicamente de Marina Silva durante o anúncio de ações de emergência para conter o desmatamento. Enquanto Marina citava o plantio de soja e a criação de gado entre os fatores que poderiam ter contribuído para o avanço da devastação ambiental na região amazônica, Stephanes saía em defesa do agronegócio, ao afirmar que o aumento da produtividade nos dois setores não depende da expansão da área de plantio e que as regras de preservação ambiental eram cumpridas nos dois casos.

Beneficiam também o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR). Empresário do agronegócio e aliado político de Lula, Maggi questionou os dados coletados pelo Inpe, sobretudo no Mato Grosso, um dos Estados com os maiores índices de desmatamento do país. Ao anunciar ações de combate à derrubada ilegal de árvores, na semana passada, Marina chegou a criticar o governo de Mato Grosso e de Rondônia.


* AGENCIA BRASIL - 30 de Janeiro de 2008 -

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AGÊNCIA BRASIL

Brasília - Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fala à imprensa após sobrevoar áreas desmatadas no Mato Grosso. Após sobrevôo, Marina Silva diz que desmatamento em Mato Grosso é preocupante

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

José Cruz/ABr

Brasília - Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fala à imprensa após sobrevoar áreas desmatadas no Mato Grosso

Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, avaliou que o sobrevôo feito hoje (30) pela região de Marcelândia (MT) – município da Amazônia que mais desmatou de agosto a dezembro do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – provou que a situação do desmatamento na região é “preocupante”.

Mais uma vez, a ministra evitou responsabilizar diretamente produtores de soja ou pecuaristas pela devastação da floresta, mas voltou a repetir “que não acredita em coincidências”, em referência ao aumento do desmatamento após a valorização dos preços das commodities (produtos agropecuários) no mercado internacional.

“São regiões de dinâmica econômica significativa de atividade agropecuária e de exploração irregular de madeira. Não é apenas uma ação esporádica de uma ou duas pessoas; existe uma dinâmica econômica na região, uma disputa em converter recursos naturais para atividades econômicas”, acrescentou.

Sobre a precisão dos números do Inpe que mostraram o avanço do desmatamento entre os meses de agosto e dezembro, a ministra afirmou que os dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) são utilizados para “ orientar o processo de fiscalização” e que a consolidação dos dados é feita por outra metodologia, o Prodes.

“Em nenhum momento foi dito que o Deter se presta a indicar taxa de desmatamento, ele é um sistema para as ações de comando e controle e de fiscalização e são feitas projeções. O governo trabalha com dados oficiais em termos de taxas, quando são divulgados os dados do Prodes, após um trabalho rigoroso em cima de cada imagem”, afirmou Marina.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, que também participou do sobrevôo, anunciou o início de uma força tarefa da Polícia Federal nas regiões de maior desmatamento a partir de 20 de fevereiro. Segundo o ministro, a devastação da floresta é causada por uma sucessão de atos criminosos. “A PF incide sobre [investiga] essa cadeia, verificando se ela está integrada, se há um planejamento centralizado, de um grupo organizado, ou se é uma sucessão de atos delitosos”, adiantou.