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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

BUSH CONVIDA HILLARY PARA UM CAFÉ DA MANHÂ NA CASA BRANCA



Jornal do Brasil - 08 Fevereiro 2008

Nicholas D. Kristof The New York Times

Quem tem mais chance de ser eleito no Estadous Unidos ?


É cada vez mais provável que o candidato republicano à Presidência seja John McCain, que também é o nome do partido mais cotado para ganhar a eleição de novembro.

McCain tem uma força incomum entre os eleitores independentes, que ainda não tomaram sua decisão, e pesquisas mostram como ele tem se saído bem em consultas espontâneas de intenção de votos, mesmo quando todos esperam que seja o ano dos democratas. Isso sugere uma pergunta óbvia: quem seria o candidato democrata mais forte para enfrentá-lo?

Não há uma resposta definitiva, em parte, porque Barack Obama pode perder o brilho. Em julho de 1988, Michael Dukakis virou um herói democrata com uma vantagem de 17% sobre George Bush (pai); quatro meses depois, estava acabado.

Mas uma pista surgiu na votação de terça-feira em 14 "Estados vemelhos", onde o presidente George Bush (filho) venceu em 2004. Obama ganhou em nove, enquanto Hillary Clinton liderou em quatro e está na frente no quinto.

- Obama tem muito mais apelo entre os eleitores republicanos - diz Susan Eisenhower, republicana histórica e neta do falecido presidente, que apóia o candidato.

Quando as pesquisas apresentam aos eleitores combinações hipotéticas, Obama supera Hillary contra McCain. Por exemplo, uma pesquisa do Cook Political Reporter divulgada esta semana aponta que McCain vence Hillary por 45% a 41%. Mas Obama ganha de McCain por 45% a 43%. A última consulta do Washington Post/ABC obteve resultados similares.

De todos os principais candidatos, Obama também tem o maior índice de aprovação entre os independentes - 62% - segundo resultados recentes obtidos pelo Centro de Pesquisas Pew. Também tem baixo índices de rejeição.

Obama vai surpreendentemente bem entre cristãos evangélicos, uma importante parcela da população dos Estados que não se alinham com um ou outro partido. Por exemplo, a revista Relevant, voltada para jovens religiosos, perguntou aos leitores: "Em quem Jesus votaria?". Obama ganhou, com 27 pontos percentuais à frente de Hillary.

Políticos dos Estados vermelhos parecem tender a apoiar Obama porque muitos deles o vêem como o candidato democrata que vai ser melhor para suas regiões. O site Politico.com consultou democratas em Estados que têm o potencial de surpreender por não se aliarem com nenhum dos dois partidos e concluiu:

"Em entrevistas nas últimas semanas em Estados que tendem a votar nos republicanos, Politico identificou entre autoridades que são ou já foram democratas a crença de que Obama é candidato mais elegível em seu eleitorado. Esses políticos também demonstraram o temor de que a personalidade e o passado de Hillary a façam uma candidata que polariza demais para conquistar os eleitores independentes e os que tendem ao Partido Republicano".

Outra forma de se analisar a elegibilidade é questionar qual a maior "desvantagem": ser negro ou ser mulher. Shirley Chisholm, a candidata negra que concorreu à Presidência em 1972, argumenta que há mais preconceito com relação ao gênero do que com relação à raça nos EUA.

- Fui muito mais discriminada por ser mulher do que por ser negra - Shirley disse uma vez.

Meu palpite é que uma conservadora como Margaret Thatcher pode ter uma chance maior de ser eleita do que uma feminista que se destacou por lutar pelos direitos das mulheres. Pela mesma razão, Obama provavelmente tem uma chance maior de ser eleito do que um candidato negro que tenha surgido na luta pelos direitos civis.

E é verdade que Obama teve a vida muito menos devassada pela imprensa do que Hillary e que, se ele for o indicado, seria exposto ao extremo.

Eleitores em muitos Estados estão apenas começando a conhecer Obama, o que servirá para acabar com mitos, como, por exemplo, o de que ele é um muçulmano que não honra a bandeira americana. Essas mentiras vão ficar mais difíceis de serem sustentadas.

O carisma de Obama tem funcionado desde que ele entrou na cena política, em 2004.

- Já trabalhei para três presidentes e conheço dois ou três outros. Obama é simplesmente o único político que eu já vi que pode ser comparado a Jack Kennedy - diz Michael Blumenthal, que começou sua carreira no serviço público no governo do presidente Kennedy e foi secretário do Tesouro do presidente Carter.


[ 08/02/2008 ] 02:01

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