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sexta-feira, 26 de março de 2010

"31 DE MARÇO DE 1964"


"64 - O golpe" - Vídeo com roteiro de Maraísa Paes e produção da roteirista em parceria com Neto Souza - mnmidia - Faz um apanhado geral sobre o golpe militar e os anos de chumbo. Apresentado como parte integrante de seminário na Fundação Universidade Vale do Acaraú, em Belém - PA"

Comentário sobre a notícia, em 25 de março de 2010:

Há muitos anos atrás, no dia 31 de Março de 1964, aconteceu em nossa terra, uma tragicômica quartelada, que iria colocar o Brasil nas mãos dos militares, permitindo que eles fizessem o que bem entendessem com o País e todo o seu povo.

Desde o início dos anos 50, quando houve a eleição democrática de Getúlio Vargas, derrotando o brigadeiro Eduardo Gomes, que as elites brasileiras estavam tentando implantar no País um governo que as favorecesse.

Com o suicídio de Vargas em agosto de 1954, depois de muita confusão, tivemos a conturbada posse do vice-presidente Café Filho na presidência.

Logo após, o povo elegeu Juscelino Kubitchek, que iria fazer 50 anos em 5, e havia derrotado o candidato das elites, o general Juarez Távora.



"Uma homenagem ao grande Presidente do Brasil Juscelino Kubitschek! jingle da campanha JK-55"

Tentaram derrubar o Juscelino do poder, iniciando uma quartelada na selvas amazônicas, em Jacareacanga e Aragarças, lá pelo lado do Pará. Mas o negócio era muito louco e não deu certo.

Por fim, em 1960, as nossas elites conseguiram eleger o seu representante para a presidência do País, um aloprado chamado Jânio Quadros, o homem que iria "varrer" a corrupção doBrasil.

Por motivos ocultos, e segundo o mesmo, "pressionado por forças ocultas", o referido personagem resolveu largar a presidância seis meses depois de eleito. Antes de entrar no navio que iria levá-lo para um exílio etílico na terra do wiskey, o ainda presidente Jânio Quadros, lucidamente , assinou uns decretos que favoreciam as multinacionais.

Como o vice-presidente eleito era o João Goulart, que personificava as classes trabalhadoras , não pode ser empossado, porque os militares, que representavam as elites, não queriam.

Assim sendo, foi adotado o regime parlamentarista no Brasil. Tempos depois, com o País voltando ao presidencialismo, João Goulart tomou posse.

Mesmo sendo um grande proprietário de terras, ele assumiu um compromisso com as forças progressistas da nossa sociedade, de levar avante todas as reformas de base.

No entanto, a sua visão política era muito limitada, e, ao invés de isolar os conservadores dentro de suas próprias contradições, o que fez foi unir todos eles contra sí.

João Goulart foi um dos políticos mais frágeis que o Brasil já teve, conciliador sem nunca conseguir conciliar nada, fraco nas articulações políticas, e um reformista que não soube conduzir a reforma.

Ele lutou pela reforma agrária e urbana, pela nacionalização do sistema bancário, não executou nenhuma política de achatamento salarial, e fez com que o Congresso Nacional aprovasse a lei que limitava a remessa de lucros para o exterior.

Mas tudo isto foi feito atabalhoadamente, e ao invés de unir as forças políticas em torno de si, conseguiu distanciá-las.

O capitalismo nacional, que estava surgindo, se uniu ao capitalismo internacional. Pelo temor que Goulart provocava, os empresários do campo se uniram aos da cidade.

E para completar o festival de inconpetência, rompeu com a hieraquia militar, comparecendo a um comício no Rio de Janeiro, patrocinado pelos sargentos.



"Em 13 de março de 1964, Jango discursou na Central do Brasil para 150 mil pessoas. Ele anunciou reformas, como a nacionalização de refinarias de petróleo e a desapropriação de terras para a implementação da reforma agrária, numa tentativa desesperada de conseguir apoio popular."

Depois disto tudo, em 31 de março de 1964, aconteceu a quartelada, um golpe militar arquitetado e tramado pelas elites brasileiras, gerenciada pelo embaixador americano Lincoln Gordon.

Como era unanimidade entre os militares, não foi necessário que se disparasse qualquer tiro, mas aconteceram alguns lances cômicos e rocambolescos.

No Rio de Janeiro, o filho de uma tradicional família de milicos, capitão na época, saiu da Vila Militar, cruzou a cidade a bordo de um potente tanque usado na Segunda Guerra mundial pelos USA, e foi estacioná-lo no palácio Guanabara, residência do governador golpista Carlos Lacerda, para defendê-lo de uma possível invasão que os fuzileiros navais, supostamente aliados de Goulart, iriam fazer, desembarcando na praia de Botafogo, vindos da cidade de Niterói.

Na praia de Copacabana, Posto Seis, o coronel do exército, conhecido por Montanha, depois de tomar alguns chopps no bar que fica ao lado do Forte Copacabana, acompanhado de alguns outros bêbados, resolveu invadir a fortaleza militar. Adentrando de peito aberto pela guarita, mostrou a sua carteira, tomou o fuzil do sentinela, e determinou que a partir daquele momento o forte estava sob seu comando.

Os oficiais do forte estavam tomando banho, pois tinham acabado de jogar o habitual e cansativo vôlei de praia.

Ao mesmo tempo, partia de Minas Gerais, em ritmo de piquenique cívico, um grande comboio militar, comandado por alguns generais, que estavam a serviço do banqueiro Magalhães Pinto, governador do estado.

Dias depois, eles iriam se confraternizar num grande churrasco na cidade de Petrópolis, com as tropas do 1º exército, sediadas no Rio de Janeiro, supostamente leais ao presidente.

O grande "amigo" de João Goulart, General Amauri Kruel, tinha o comando do 2º exército. Alí estava o ponto mais importante do mapa militar barsileiro. Mas depois de algumas conversinhas de bastidores, o referido general mudou de casaca, e colocou a sua tropa a serviço do embaixador Lincoln Gordon.



"Operação Brother Sam - Imagens do Filme Jango mostrando a verdade (revelada anos depois pela CIA) sobre o apoio norte americano a um golpe militar em países que os contarie, como fazem mundo afora"

No sul, o histerismo inútil de Brizola, sempre foi de grande valia para a queda do presidente constituído. Naquela época, o grande caudilho ainda não tinha se dado conta que já tinha passado o tempo em que o sujeito saia lá do sul e vinha amarrar o cavalo em algum monumento aqui no sudeste.

Assim sendo, atolados nos seus erros de avaliação política, Goulart, Brizola, Arraes e todos os outros que defendiam as reformas de base na sociedade brasileira, foram obrigados a deixar o país, e entregá-lo nas mãos dos militares, que iriam dar início a era da tortura, da corrupção sem limites, do endividamento externo e interno, e da obra mais satânica da quartelada de 1964, que foi a despolitização de toda uma geração, transformando os nossos jovens em brasileiros sem nenhuma emoção cívica.

Toda esta podridão moral e cívica que vemos hoje em dia neste País, devemos a esta tragicômica quartelada de 31 de março de 1964.



"Joana Ferraz, professora da UNI-RIO, nos conta sobre os dois momentos da ditadura militar no Brasil"

DENIZE GOULART tinha apenas seis anos quando saiu às pressas da Granja do Torto, acompanhando os pais, na noite do dia primeiro de abril de 1964, deixando Brasília para um longo exílio no Uruguai. Em 22 de maio de 2007, ela concedeu esta entrevista, "Em nome do pai, João Goulart" ...
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WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)


"Lula elogiando o general Médici, isto é, a ditadura militar. Muitos dizem que o general Golbery foi quem lançou Lula na política, para que ele fizesse frente ao Brizola."

Folha de S. Paulo - 25/03/2010

Sem adjetivos
Eliane Cantanhede

"Eu sabia que estava com um cheiro de suor, de sangue, de leite azedo. Ele [delegado Fleury] ria, zombava do cheiro horrível e mexia em seu sexo por cima da calça com olhar de louco."
De Rose Nogueira, jornalista em São Paulo. Da ALN, foi presa em 1969, semanas depois de dar à luz.

"No quinto dia, depois de muito choque, pau de arara, ameaça de estupro e insultos, abortei. Quando melhorei, voltaram a me torturar."
De Izabel Fávero, professora de administração em Recife. Da VAR-Palmares, foi presa em 1970.

"Eu passei muito mal, comecei a vomitar, gritar. O torturador perguntou: "Como está?". E o médico: "Tá mais ou menos, mas aguenta". E eles desceram comigo de novo."
De Dulce Chaves Pandolfi, professora da FGV-Rio. Da ALN, foi presa em 1970 e serviu de "cobaia" para aulas de tortura.

"Eu não conseguia ficar em pé nem sentada. As baratas começaram a me roer. Só pude tirar o sutiã e tapar a boca e os ouvidos."
De Hecilda Fontelles Veiga, professora da Universidade Federal do Pará. Da AP, foi presa em 1971, no quinto mês de gravidez.

"Eu era jogada, nua e encapuzada, como se fosse uma peteca, de mão em mão. Com os tapas e choques elétricos, perdi dentes e todas as minhas obturações."
De Marise Egger-Moellwald, socióloga, mora em São Paulo. Do então PCB, foi presa em 1975.

Ainda amamentava seu filho. "Eu estava arrebentada, o torturador me tirou do pau de arara. Não me aguentava em pé, caí no chão. Nesse momento, fui estuprada."
De Gilze Cosenza, assistente social aposentada de Belo Horizonte. Da AP, foi presa em 1969. Sua filha tinha quatro meses.

Trechos de 27 depoimentos de sobreviventes, intercalados às histórias de 45 mortas e desaparecidas no livro "Luta, Substantivo Feminino", da série "Direito à Verdade e à Memória". Será lançado na PUC-SP hoje, a seis dias do 31 de março.


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Prezada Eliane Cantanhede, emocionante este seu texto "Sem adjetivos" ... O ser humano que disser que não chora quando lê isso é um grande Filha da Puta ... desculpe , mas tinha que dizer

quinta-feira, 25 de março de 2010

A "DEMOCRACIA" DE HUGO CHÁVEZ


Habemus Rey ! Un exabrupto del presidente Hugo Chavez saco de casillas al monarca español quien exorto al mandatario caribeño a que se callara "Porque no te callas" fueron sus palabras.

Comentário sobre a noticia em 24 de março de 2010:

"O ex-candidato à Presidência da Venezuela, Oswaldo Álvarez Paz, foi preso depois de uma entrevista num programa de TV, por ter comentado as investigações divulgadas na Espanha, de que integrantes da inteligência venezuelana estavam envolvidos no treinamento de guerrilheiros da FARC e do grupo terrorista basco ETA. O curioso nessa história é que a atual lei de imprensa na Venezuela obriga o entrevistador a interromper o programa quando uma situação dessas acontece. Acho que é uma espécie de censura ao vivo que o Chavez adotou na Venezuela. Mas o apresentador não interrompeu o entrevistado. Logo, também é culpado. O cidadão pode falar o que quiser contanto que seja a favor de quem está no poder. Surrealismo puro. O grande problema desses ditadores fantasiados de democratas, é que eles vivem equilibrados na aresta vertiginosa que separa a democracia de mentira, da ditadura de verdade. Todo ano aqui no Brasil aparece no Congresso Nacional um projeto parecido com o venezuelano, destinado a controlar a liberdade da imprensa, enviado pelos filósofos da base do governo Lula. O fantástico nessa história toda é que ainda existem pessoas que acham o governo Chávez um exemplo de democracia. O Lula é uma dessas pessoas."

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

Preso opositor de Chávez por falar na TV
Comentário na TV dá prisão a crítico de Chávez
Agencia O Globo/ Mariana Timóteo da Costa Correspondente
O Globo - 24/03/2010

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Publicado no ESTADO DE SÃO PAULO em 25 de março de 2010


Publicado na GAZETA DO POVO,PR, em 25 de março de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

HAY QUE TER MUITO BOM HUMOR


"Vejam a cara de pau do Joaquim Roriz. Vejam o depoimento vergonhoso e cômico deste picareta na Tribuna do Congresso Nacional, invocando Deus, e sua consciencia depois de ter recebido propina do tal de Diamantino, dono do transporte coletivo em Goiás. Toda esta roubalheira foi devidamente registrada e gravada. E esse cara está livre, não foi para a cadeia, renunciou ao mandato para não ser cassado, e nos dias de hoje é candidato ao GDF. Está recebendo o apoio de FHC e José Serra, para em troca apoiar a candidatura de Serra a presidencia. Essas coisas podres acabam com o bom humor de qualquer brasileiro."

Comentário sobre a noticia em 23 de março de 2010:

"Acordo muito bem humorado. A maioria dos brasileiros também acorda desta forma. É um fato milagroso, uma prova insofismável que Deus é brasileiro. Enquanto escovo os dentes começo a tomar conhecimento das noticias pela TV, rádio, Twitter, sites dos jornais, e outros lugares. Vejo uma foto do FHC cumprimentando o Joaquim Roriz. Sorridentes. Roriz é o pai politico do fantástico delator Durval barbosa. O homem que gravou toda a roubalheira da quadrilha do Arruda. Tempos atrás, Roriz foi flagrado numa gravação recebendo propina do tal de Diamantino, dono do transporte coletivo em Goiás. Renunciou ao cargo de senador para não ser cassado. E ali estava o Roriz, numa linda manhã de março, banhado pelo sorriso de FH, pronto para apoiar o Serra, desde que o PSDB o apoie no DF. Abro o Twitter e vejo o Serra inaugurando pelo teclado algumas obras lá em SP. Ele diz que está fazendo isso porque não tem mais tempo vago na sua agenda. Em outra reportagem reparo que a Dilma parece uma barata tonta no palanque do Lula. Meu bom humor aos poucos vai sumindo. Como não sou egoista, acho que o bom humor de todo o brasileiro vai desaparecendo também. "Eu quero renascer, sempre" disse Clarice Lispector. Não sei se nos dias de hoje, ao acordar, a nossa grande escritora repetiria essa frase."

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

Correio Braziliense
Roriz procura tucanos e confirma candidatura
Adriana Bernardes
23/03/2010

Pré-candidato se reúne com FHC e oferece palanque a José Serra. Maria Abadia e Bispo Rodovalho estão cotados para formar chapa. Durante reunião com o ex-presidente FHC em São Paulo, ex-governador diz que concorrerá ao Buriti e oferece palanque para José Serra no DF
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O encontro entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC), ocorrido na última segunda-feira, provocou constrangimentos e deixou a cúpula do PSDB irritada. Roriz lidera as pesquisas sobre a sucessão ao governo do DF e já ofereceu apoio à candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência da República. Ele é investigado pelo Ministério Público por denúncias de que o esquema do mensalão do DEM, que derrubou o governador José Roberto Arruda, teria começado em sua administração. As informações são do jornal O Globo.


Publicado no ESTADO DE SÃO PAULO em 24 março 2010

sábado, 20 de março de 2010

PRESIDIÁRIOS DE COLARINHO BRANCO QUEREM PRISÃO DOMICILIAR


"É inacreditável mas é verdade. Dentre os milhares de políticos ladrões que estão circulando livremente pela Pátria Amada, Brasil, existe uma meia dúzia que está na penitenciária da Papuda, DF. E eles entraram com uma petição para transformar a estada na cadeia da Papuda, por prisão domiciliar. O chefe da quadrilha, Josè Roberto Arruda, que é o personagem principal deste filme, está prestes a retornar ao seu abençoado lar, cercado pela sua familia e filhos, que tanto se orgulham dele, conforme o elemento declara aos prantos neste vídeo."

Comentário sobre a notícia em 19 de marlo de 2010:

"Os presos de colarinho branco da quadrilha de José Roberto Arruda, que estão trancafiados no presídio da Papuda, acusados de subornar testemunhas, querem prisão domiciliar. Os referidos elementos alegam que estão recebendo um tratamento inferior e sofrem uma terrível violência psicológica. Alegam que as celas não reunem as mínimas condições de conforto para que eles possam permanecer com dignidade dentro das mesmas. Também reclamam que o chefe da quadrilha, o José Roberto Arruda, está tendo um tratamento diferenciado dos outros criminosos envolvidos na roubalheira de Brasília. Quando a coisa esfriar, a imprensa começar a se dedicar a outras roubalheiras, e o brasileiro estiver focado na Copa do Mundo e nas eleições, é quase certo que todos estes criminosos estejam tranquilamente em casa, aproveitando muito bem o dinheiro que nos roubaram. Nenhum desses presos envolvidos na roubalheira aos cofres públicos de Brasília pensou, algum dia, que se o dinheiro não tivesse sido roubado por eles, e se o Josè Roberto Arruda fosse um homem honesto, poderia ter tido condições de transformar as prisões em lugares mais dignos, onde todos os presidiários tivessem maiores possibilidades de recuperação social e moral. É sempre bom lembrar que a maioria dos ladrões do dinheiro público está solta, e uma boa parte está fazendo campanha eleitoral para obter, ou continuar, de posse da famosa "imunidade parlamentar". É algo assim como dizer: "pode roubar que eu garanto"."

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

Presos da Pandora pedem benefícios
Presos reclamam de tratamento
Autor(es): # Lilian Tahan
Correio Braziliense - 19/03/2010

Não é só José Roberto Arruda que quer o benefício de ser preso em casa. Outros acusados de participar da suposta tentativa de suborno de uma testemunha-chave na Operação Caixa de Pandora também pedem a transferência. Em ação assinada pelos advogados de Antônio Bento, Haroaldo Brasil e extensiva aos outros detidos na Papuda — Geraldo Naves, Weligton Moraes e Rodrigo Arantes —, a defesa se apega a dois argumentos na tentativa de livrar os suspeitos do cárcere. Um deles, as instalações das celas, que, segundo os representantes legais, não reúnem condições mínimas de permanência. O outro traça um paralelo de desvantagem em relação à situação de Arruda e dos outros investigados no próprio processo.

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Publicado no O GLOBO em 20 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

ROYALTIES - AINDA EXISTE TEMPO PARA UM GRANDE ACORDO


Miriam Leitão comenta a respeito do silêncio de Sérgio Cabral quanto aos royalties do pré-sal
Transcrição:"Sobre a mudança na distribuição dos royalties do pré-sal entre estados não dá para não colocar na conta o seguinte fator: estados produtores gastam mais e portanto recebem mais. O Rio de Janeiro não gostou nada da proposta. Trata-se da riqueza dos estados. O mais importante é entender que esse dinheiro já é distribuído para todo o país, porque a maior parte vai para o governo federal que redistribui a verba em forma de fundos de participação estados e municípios. Então, tem um benefício geral, mas tem que ter mais benefício para quem produz. O Rio de Janeiro fornece 85% do petróleo do Brasil. Foram 369 votos, o presidente Lula prometeu ao governador Sérgio Cabral que ele ia atuar para tentar reverter a situação, Cabral ficou em silêncio esperando. Mas aconteceu que Lula não trabalhou, porque a base do governo votou a favor. Assim, há um risco do presidente vetar e essa mesma base derrubar o veto. Isso é um conflito federativo. O assunto é muito sério e precisa ser olhado com mais atenção. Há uma impressão que o Rio fica com o filé mignon, mas o Rio é o estado produtor. Os outros estados também ficam com o filé mignon das riquezas que são produzidas em seus territórios."


Comentário sobre a notícia em 18 de março de 2010:

"Perder cerca de R$ 7 bilhões anualmente na sua receita abala qualquer economia. Este vai ser o rombo nos cofres do Rio de Janeiro e Espirito Santo. E vão perder um direito legítimo que foi colocado na Constituição. Mas afinal de contas, o que era feito com todo esse dinheiro? Olhando e bisbilhotando as cidades da orla marítima em que se extrai petroleo, ficamos em duvida sobre o verdadeiro destino dessa fortuna toda. Sistema de educação péssimo, transporte coletivo que só atende aos interesses das empresas concessionárias, ruas de terra batida, , esburacadas, asfaltadas apenas no papel e nas verbas concedidas mais de uma vez para a mesma rua, iluminação precária, sistema de segurança pública falido, praias sujas, rede de esgotos sempre entupidas e fétidas, enfim, nada demonstra que os governos que receberam os royalties do petroleo fizeram alguma coisa honesta com todo esse dinheiro. Serviram muito bem para alimentar o caixa dois dos partidos que estão no governo local, e fornecer capital para muitas associações não governamentais que nada mais são que distribuidoras de propina aos homens que recebem em seus cofres públicos os royalties abençoados pela legislação brasileira. É a farra dos royalties que já deveria ter sido investigada e liquidada. Talvez ainda seja tempo de se fazer um acordo e entregar a gestão dos royalties para uma instituição financeira controlada por pessoas com idoneidade moral comprovada, para que essas fortunas sejam colocadas a serviço da coletividade. Sendo assim, também sobrará muito dinheiro para ser redistribuido em obras de interesse público em lugares que não exista nem cheiro de petroleo."

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)



Dilma e Serra comentam disputa sobre royalties
Ministra afirma que é preciso reavaliar a questão no Senado.
Governador paulista diz que não se pode 'arruinar' RJ e ES.
18 de março de 2010
Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília

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'Congresso que resolva o problema', diz Lula sobre royalties
Lula diz que proposta por ele apresentada foi resultado de acordo.
Nesta quinta, presidente encerra viagem ao Oriente Médio.
18 de março de 2010
Do G1, com informações da Agência Estado e da Reuters

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OPINIÃO E NOTICIA
Pré-sal: Os royalties da discórdia
Por Hugo Souza
21/03/2010

Não, não estamos à beira de uma secessão neste pobre florão da América rico em um certo ouro negro oleoso, mas parece. Atrás do melancólico, porém não menos indignado governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, os prefeitos de quase todos os municípios do estado botaram literalmente seu bloco na rua na semana que passou, por vezes chegando a dar a impressão de terem engasgado na garganta o grito de independência em relação ao resto de uma República federativa subitamente vista, quase toda ela, como sangue-suga de gordos recursos até há pouco tidos como garantidos para os cofres fluminenses. Neste clima, por um triz não soou como grito de guerra o berro do prefeito carioca, Eduardo Paes, quando disse “libera, DJ!” em uma Cinelândia lotada de gente anti-Ibsen prestes a ser embalada pelo “funk do pré-sal”.

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Publicado no O DIA em 19 de março de 2010

MUITO PRAZER, EU SOU DURVAL BARBOSA, O DELATOR


MUITO PRAZER, EU SOU DURVAL BARBOSA, O DELATOR - O nobre advogado que aparece no vídeo perguntando aos berros "quem é esse Durval Barbosa", deveria conversar mais com o seu cliente, José Roberto Arruda, ou. pelo menos, acompanhar com mais assiduidade o noticiário.

Comentário sobre a notícia em 17 de março de 2010:

"Nos últimos tempos tem ocorrido uma sequência de delação no mundo subterrãneo da corrupção. Os cientistas deveriam estudar o assunto, e tentar saber o que de fato leva um ladrão a delatar o outro. mesmo sabendo que ele vai entrar pelo cano também. Será que é passional? Ciúme? Raiva? Inveja? Delação premiada? Ou será que o negócio é só mesmo por desavenças financeiras no mundo da roubalheira? Durval Barbosa delatou para as autoridades todo o esquema do assalto efetuado aos cofres públicos do DF feito pela quadrilha do governador Arruda. Gravou videos e audios. Não há como negar. Aliás, o Lula foi o único, e parece ainda ser, que não acredita na veracidade da roubalheira que foi realizada no DF. Quem não acredita que o Irã está tentando construir a mesma bomba atômica que Israel já tem há muito tempo é porque não quer acreditar em nada mesmo. Nessa onda de delações, acaba de aparecer um tal de Dino Tofini, ex-empresário do setor de suco de laranja, que resolveu delatar para as autoridades, a tática que o cartel dos "Al Capones" da laranja usava para comprar a laranja por uma mixaria e vender o suco por uma fortuna. Esse golpe começou no inicio dos anos 90, segundo o Dino Tofini. Não devemos nos esquecer de dar os créditos iniciais desta onda de delações ao "glorioso" ex-deputado, Roberto Jefferson, que delatou os chefões do PT, como o Josè Dirceu, por ter colocado oficialmente em pratica, no Congresso Nacional, o lendário, mas sempre vivo e milionário, mensalão. Tudo tambem com provas. Lula, na época, também disse que nunca tinha ouvido falar em mensalão. Presidente, todos sabem que o seu vocabulário é curto, mas não precisa exagerar."

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

Cartel define o preço da laranja, diz ex-produtor
Ex-fabricante de suco de laranja revela ação de cartel
Autor(es): FÁTIMA FERNANDES e CLAUDIA ROLLI DA REPORTAGEM LOCAL
Folha de S. Paulo - 15/03/2010

Indústrias combinavam preços para comprar laranja e vender suco, diz empresário

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quarta-feira, 17 de março de 2010

VAI COMEÇAR A CPI NO DF


No inquérito da Polícia Federal, o sub-secretário de Justiça e Cidadania aparece recebendo dinheiro de Durval Barbosa, o delator da operação Caixa de Pandora. Consta no inquérito o seguinte: "Luiz França aparece recebendo dinheiro do declarante a mando do governador em razão de ser gestor dos contratos (dos programas de governo) Na hora fixo e Na hora móvel", cita a investigação. Ao fundo do video aparece a fotografia do sorridente governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

Comentário sobre a noticia em 16 de março de 2010:

"Custou, mas parece que vai começar o trabalho da CPI que investiga a roubalheira no DF. A presidente da CPI, Eliana Pedrosa (DEM), é do ex-partido do chefe da quadrilha, o ex-governador José Roberto Arruda. Os deputados chamados de oposição querem ouvir em primeiro lugar o tal de Durval Barbosa, corrupto e ex-secretário de governo, que dedurou todo o bando de ladrões. Em janeiro ele pediu para prestar depoimento mais tarde. A presidente da CPI diz que é melhor o Durval só abrir a boca depois que todos contarem suas mentiras. Talvez ela esteja seguindo a lei das probabilidades, isto é, quanto mais tempo o Durval se mantiver calado, mais probabilidade ele tem de nunca mais falar nada. Está com toda a pinta de que o Durval Barbosa será o Paulo Cesar Farias de amanhã. Em junho, acaba o prazo de 180 dias para apurar as denúncias. Isto quer dizer que se até lá nada for resolvido, a quadrilha estará toda em liberdade. Acho que todos poderão concorrer as eleiçoes, e o Arruda voltará a ser eleito como o deputado mais votado do DF. Aqui no Brasil, os fichas sujas tem os mesmos direitos que os fichas limpas. Caso o Durval "Farias" ainda esteja circulando aqui pelo planeta na época das eleições, ele poderá ser o tesoureiro da campanha de José Roberto Arruda. Democracia no Brasil é isso aí!"

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

CPI DESAFIA DURVAL A DETALHAR PROPINAS
DURVAL NA CPI, AGORA ELE VAI?
Autor(es): # Luísa Medeiros
Correio Braziliense - 16/03/2010

Distritais da Comissão que investiga contratos da Codeplan vão colher depoimento do ex-secretário de Arruda e pivô do escândalo. Empresários também serão ouvidos
Um mês e meio depois de ter o depoimento desmarcado, delator do suposto esquema de pagamento de propina no Distrito Federal é convocado novamente. Distritais vão se reunir amanhã com a cúpula da Polícia Federal para definir a data

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Durval Barbosa iria depor em 26 de janeiro, mas pediu o adiamento [Paulo de Araújo/CB/D.A Press - Evandro Matheus/Esp. CB/D.A Press]


Publicado no JRONAL DO COMERCIO,PE, em 18 março 2010

sábado, 13 de março de 2010

DIARREIA A BORDO


"Saudável é o povo cujo presidente entende de diarréia." Declaração do Presidente Lula, em 04 de dezembro de 2008, sobre a crise da diarréia do mercado e já prevendo que os passageiros do Vision of the Seas, da empresa Royal Caribbean International, iriam sifu com outra grande diarreia. Com seu habitual bom uso do português e de metáforas falou sobre a 'diarréia' do mercado e explicou que não seria adequado dizer que o mercado, assim como os passageiros do navio, 'sifu'.

Comentário sobre a noticia em 12 de março de 2010:

"Saudável é o povo cujo presidente entende de diarréia. Perdido está o povo cuja Agência de Vigilância Sanitária parece não entender nada de diarréia. Parece, mas não deve ser bem assim a história desta diarréia marítima. Tempos atrás, ao usar a palavra diarréia, o Lula quis explicar a crise econômica internacional como sendo uma evacuação espumosa, gordurosa e fétida, que provoca perda de dinheiro no bolso, astenia na conta bancaria e uma generalizada anemia financeira. O uso de termos médicos paece ser uma rotina no primeiro escalão do governo, com o propósito evidente de enrolar a opinião pública, e esconder, por algum motivo, a verdade. Isto é o que acontece no caso do navio de passageiros Vision of the Seas, da empresa Royal Caribbean International, que passeia impunemente, cheio de doentes, pelo litoral brasielro. O navio chegou em Buzios no inicio do mês de março com 300 pessoas acometidas por uma grande diarréia. Ficou retido. A única coisa que a opinião pública tomou conhecimento na época foi que a Anvisa autorizou a volta do navio ao porto de Santos, e liberou a embarcação para outras viagens. Hoje, 12 de março, ao chegar em Santos, de outro cruzerio, surgiram mais 60 passageiros com diarréia. A Anvisa disse que vai mandar limpar o navio para que ele comece logo um outro cruzeiro milionário. Os brasileiros gostariam que o presidente Lula, por ser entendido em diarréia, fosse até o navio Vision of the Seas, e contasse para todos nós o que realmente está acontecendo a bordo do WC maritimo. Se depender da Anvisa, tudo será mantido como segredo de Estado, por motivos que nada devem ter com a segurança Nacional."

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)


"Perdido está o povo cuja Agência de Vigilância Sanitária parece não entender nada de diarréia." O Leite batizado nosso de cada dia. O ministro diz que bebemos leite de boa qualidade, ja a diretora da Anvisa ...

Navio Vision of the Seas, da empresa Royal Caribbean International, volta a enfrentar casos de diarreia em cruzeiro
12/03/2010

Por Solange Spigliatti
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sábado, 6 de março de 2010

A PESQUISA ACORDOU O SERRA


Serra, presidente da UNE, discursa durante comício em 1964 - José Serra, aos 21 anos, era presidente da UNE e foi um dos oradores do Comício da Central no dia 13 de março de 1964 no RJ. Falou por oito minutos, algumas imagens do evento estão registradas neste filme (o áudio não foi recuperado). Dias depois João Goulart foi deposto pelo golpe militar de 64. Na época, Serra era aluno do último ano da Escola Politécnica da USP. Com o golpe, foi exilado e permaneceu fora do Brasil por 14 anos. Estudou economia na França e no Chile e fez doutorado nos Estados Unidos, onde lecionou na Universidade de Princeton

Comentário sobre a notícia em 05 de março de 2010:

José Serra acordou com o recado que a pesquisa Datafolha deixou na sua mesinha de cabeceira: "Caro José, comporte-se como candidato. Seja claro, explícito. Os 70% que apoiam o Lula não entendem o sussurro abstracionista praticado pelos seus colegas do PSDB. O eleitor gosta de transparência, mesmo que seja dita no palavreado grosseiro do atual presidente. Diga em alto e bom som que deseja ser presidente da República e vai passar como um trator em cima da candidata oficial do governo. O eleitor gosta de ousadia. Não fique sussurrando. Fale alto para que todos escutem. Volte a ser claro e decidido, como nos tempos da UNE. Vai ver com tudo vai dar mudar."

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)


Publicado no ESTADO DE SÃO PAULO em 05 de março de 2010

OITO DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Ato pela paz no Jardim Botânico, Rio, relembra Geísa Firmo Gonçalves, morta por sequestrador de ônibus.

No dia 12 de junho de 2000, fiquei muito triste com a morte de Geisa Firmo Gonçalves. Na época, eu nem desconfiava da sua existência.

Em todo o dia de 08 de março, Dia Internacional da Mulher, eu sempre lembro de mulheres que nunca conheci pessoalmente, mas que ficaram marcadas para sempre na minha memória.

Quando ví, e ouvi, o nome de Geisa pela primeria vez, ela estava á caminho da morte, servindo de escudo para um psicopata, numa transmissão ao vivo da TV.

Geisa, havia deixado o interior do Ceará para tentar a vida no Rio, ao lado do marido Alexandre Magno de Macedo Oliveira, de 22 anos, que trabalha como tratador de cavalos no Jockey Clube do Rio. O casal morava na Favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul da cidade. Segundo os vizinhos, Geisa optou por morar ali para ficar mais perto do trabalho. Ela nunca teve medo da violência da cidade, comentou a colega Márcia Maria Silvestre.Há oito meses Geisa trabalhava com crianças de 6 a 14 anos. Seu salário era de R$ 300,00.


Foto de Geisa no trabalho

Quem a matou foi um policia militar. O atirador fazia parte de uma "Tropa de Elite", que tem o nome de “força de operações especiais”. Foi criada no tempo da ditadura Vargas, e aperfeiçoada pelos militares que fizeram a quartelada de 1964, para combater estudantes, trabalhadores e o povo em geral, impedindo que eles saissem às ruas, e clamassem por liberdade.

Essa "Tropa de Elite" é basicamente instruída para matar no momento certo. Seus componentes são treinados para fuzilar algums marginais, sem matar incoentes. Estão sempre em busca da perfeição. Uma adrenalina mortal fervilha nos seus cérebros, enquanto uma saliva sêca escorre de suas bocas. Olhos frios, estão sempre procurando alguém que mereça ser morto.


A vítima, deveria ser sempre um marginal da sociedade, localizado na banda podre da sociedade, e esteja pondo em risco alguém que está na banda boa. Quando o fato surge, cruel e real, não adianta pensar porque um está no lado bom e o outro no ruim. O problema já deveria ter sido pensado, e encarado de frente, há mais ou menos uns cinquenta anos atrás.

No entanto, os governantes transferiram a solução da questão para a policia militar. Transformaram os problemas sociais num caso de segurança pública.

Entregaram o problema para a "Tropa de Elite".

A morte de Geisa em 12 junho de 2000, quando estava num onibus da linha 174, que liga a Central do Brasil à favela da Rocinha, no Rio de janeiro, serviu para constatar que na famosa "Tropa de Elite" existem soldados despreparados para exercerem qualquer atividade relacionada à segurança pública.

Fornecer armas para certos policiais é incentivar a matança.

Parece um absurdo, mas um dos caminhos para se acabar com a violência aqui no Brasil, seria desarmar as nossas polícias militares.

Depois da trágica morte de Geisa, alguns “técnicos” em guerra urbana, ou que nome tenha as operações feitas pelas policias militares nas cidades, começaram a exigir armamentos mais modernos, alegando que uma inocente morreu porque eles não tinham armas adequadas para fuzilar o culpado.

Na época, alegavam que os policias não tinham rádios. Mas para que rádios?

Boca sêca e cabeça vazia, era o estado mental e emocional de todos eles.

Geisa foi enterrada lá no Ceará.

Jovem, cheia de vida e sonhos, morreu vitimada por uma série de absurdos, que acontecem em nossa sociedade há uma eternidade de anos. Os homens do poder, até a morte de Geisa, nunca haviam feito nada para acabar com aquele status quo.

Dias depois, o presidente da República na época, FHC, acompanhado de alguns ministros, resolveu lançar mais um “produto” no mercado político-eleitoral, que é o tal plano “antiviolência”. Num linguajar sonolento e irritante, falaram em bilhões de reais, novos métodos, contratração de policiais, construção de presídios etc. A frieza dos participantes, contrastava com as emoções vividas pelos brasileiros que haviam assistido ao vivo na TV, um bandido dar tiros para o ar, colocar o cano de sua arma na cabeça das vítimas, gritando que ia matar à todos, o rosto aterrorizado dos reféns, e para finalizar, o estúpido desfecho da tragédia, quando um policia militar matou a professora Geisa, e depois os seus colegas estrangularam o bandido dentro da ambulância.

A reunião dos executivos-políticos bem poderia ter sido feita à portas fechadas, como tantas outras o são, e depois distribuido um comunicado à nação. Hoje em dia, a demagogia é tentar fazer parecer que não se quer ser demagôgo.

Entretanto, o tal lançamento público do plano antiviolência, serviu para se constatar que os burocratas governamentais estão mais perdidos e sem comando do que o “batalhão de forças especiais” da PM do RJ. Para um bom observador, dava para perceber que todos os presentes estavam distante do problema, tanto no seu lado humano como administrativo.

Com a morte de Geisa, o govêrno FHC viria a descobrir depois de seis anos, que o ministério da justiça tratava de tudo, menos do combate à violência.

Anos depois, no dia 08 de março de 2008, a situação continuava a mesma. O presidente Lula para lançar o PAC, e a candidatura da ministra Dilma Houssef à presidência da república em 2010, em tres favelas do Rio de Janeiro, precisou da proteção de 1.500 policiais da Tropa de Elite.



Em 08 de março de 2010, tudo continua a mesma coisa.

Na insegurança do Brasil, o silêncio de Deus se confunde com a omissão dos homens."


Minha querida Geisa, perdoe-nos.

O autor, Wilson Gordon Parker, é escritor

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

quarta-feira, 3 de março de 2010

O SINAL DE ALERTA DA PESQUISA ELEITORAL


Exemplo de pesquisa eleitoral - Pesquisa Vote Odorico!

Comentário sobre a noticia em 01 de março de 2010:

A pesquisa do Datafolha, neste momento, foi a melhor coisa que poderia acontecer para José Serra, porque o colocou cara a cara com a realidade política brasileira. No mundo inteiro o político precisa sujar as mãos para ser eleito. Aqui no Brasil ele precisa sujar o corpo inteiro. Lula perdeu tres eleições querendo manter as mãos relativamente limpas. A cada eleição sujava mais um pouco. Em 2002 Lula enfiou o corpo inteiro na sujeira. Quando tomou posse, percebeu que para governar teria que mergulhar o corpo e a alma. E assim faz até hoje. É o sucesso do popular toma-lá-da-cá. Dilma tem o apoio do homem que mais sabe mergulhar na sujeira, e continuar cheiroso. Olhando os bons resultados obtidos nesta pesquisa Datafolha, podemos afirmar que Dilma é uma excelente aluna. Aprendeu rapido. 70% dos brasileiros concordam com o Lula. É uma prova de que ele sabe tirar da pele a fedentina da sujeira em que ele mergulha. Daqui para frente este será o grande problema de Dilma: subir nas pesquisas e continuar cheirosa. Para recuperar o tempo perdido com os discursos abstratos do PSDB, Serra terá que mergulhar profundamente na realidade eleitoral da vida política brasileira. O fedor é insuportável. Mas com o ótimo detergente que o Lula usa, e passou para a Dilma, Serra poderá muito bem recuperar as intenções de votos perdidas no pântano eleitoral. Hay que sujar las manos, sem perder o perfume.

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

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Publicado no JORNAL DO COMÉRCIO,PE, em 03 março 2010


Publicado no O GLOBO em 02 março 2010