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sábado, 7 de junho de 2008

"GÊNIOS" DA MALANDRAGEM


VIDEO DE CHURRASCO DO LULA COM O MANGABEIRA UNGER

ENTREVISTA DE MANGABEIRA UNGER AO JORNAL O GLOBO

'A Amazônia não é só assunto de ambientalistas'

BRASÍLIA. Em sintonia com o pensamento militar, o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, criticou a política indigenista do governo, que distribui terra mas nega aos indígenas oportunidades econômicas. “Por isso, estão se afundando na depressão, no alcoolismo e no suicídio”, disse durante entrevista em seu gabinete no Comando do Exército, em Brasília. Evandro Éboli e Bernardo Mello Franco

O GLOBO: Qual a opinião do senhor sobre a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol?

MANGABEIRA UNGER: A orientação do presidente é aguardar a decisão do STF. Mas direi duas coisas: o Estado de Roraima tem o direito de gozar de todas as condições de uma vida vigorosa e independente dentro da federação. Outra coisa: temos a obrigação de repensar as diretrizes de nossa política indigenista.O Brasil reserva 13% de seu território e mais de 20% da Amazônia aos indígenas. Uma generosidade louvável. Mas, paradoxalmente, nega aos índios instrumentos e oportunidades da atividade econômica.Muitas vezes, por isso, estão afundando na depressão, no suicídio, no alcoolismo e na desagregação moral e social. Temos a obrigação de consertar isso. Temos um compromisso sagrado com os índios, que são pessoas, e todas as pessoas são espíritos que desejam transcender.

O senhor, então, acha que é terra demais para os índios?

MANGABEIRA: Não direi isso. Digo que nossa generosidade de oportunidade é
insuficiente. Esse é o destino do homem. Ser grande, divino. E não ser uma
criança aprisionada num paraíso verde.

O ex-governador do Acre Jorge Viana criticou sua nomeação como coordenador do Programa Amazônia Sustentável (PAS).

MANGABEIRA: Eu registrei um protesto veemente contra a fala do governador Viana. Ele errou. Eu não sou um aluno só em matéria de Amazônia. Sou um aluno em matéria de tudo. Como, durante toda minha vida, me opus às idéias dominantes em minha época e em meu país, me acostumei a conviver com os críticos e aprender. Seria uma maravilha poder contar com a ajuda e o aconselhamento de um homem com o tino e a experiência do governador.

Qual seria o melhor órgão de repressão a desmatadores? O ministro Carlos Minc propôs a criação de uma Guarda Nacional Ambiental...

MANGABEIRA: Quero resguardar a minha opinião. Nada de julgamentos apressados. Estamos numa tarefa de imensa seriedade, e o objetivo não é produzir efeitos midiáticos, é resolver problemas graves do país.Também tem que ficar claro que não queremos militarizar a Amazônia.É um equívoco pensar na Amazônia só como assunto de meio ambiente ou do Ministério do Meio Ambiente. Quase todos os ministérios estão envolvidos com a Amazônia.A Amazônia não é só assunto de ambientalistas. Os amazônios ficam indignados com isso. Isso não é uma idéia da Amazônia, é uma idéia do Sudeste sobre a Amazônia.

Como reagiu à notícia de que a Amazônia pode ser vendida por US$ 50 bilhões?

MANGABEIRA: (Rindo). Não há dinheiro no mundo que possa comprar a Amazônia. É nosso maior tesouro e não tem preço. A premissa de qualquer discussão com o mundo à respeito da Amazônia é a reafirmação inequívoca e incondicional da nossa soberania.

A denúncia é grave?

MANGABEIRA: Não precisamos nos preocupar. Precisamos é fazer nosso serviço, que é preservá-la e desenvolvê-la ao mesmo tempo.Cria-se a impressão de haver no país um confronto entre ambientalistas e desenvolvimentistas. A realidade é, ao mesmo tempo, mais grave, mais perturbadora e mais esperançosa.Um pequeno número de brasileiros acha que a Amazônia é apenas um parque. Outro pequeno número aceita entregá-la a formas predatórias.Mas a grande maioria insiste no desenvolvimento sustentável, só não sabe como efetivá-lo. Nosso problema não é divisão. É confusão.

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