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sexta-feira, 4 de abril de 2008

BANCO DE DADOS OU DOSSIÊ ?


CHARGE: CARTÕES CORPORATIVOS

Comentário sobre a notícia:

Os atuais governistas ainda não aprenderam que logo após surgir a denúncia de algum ato ilícito, a investigação, e conclusão do mesmo, não pode demorar mais de 24 h, e alguém deve ser "exemplarmente" demitido.

José Dirceu, negou tudo, e não demitiu. Foi demitido. Palocci, negou tudo, e não demitiu. Foi demitido. Dilma, está negando tudo. Lula diz que a chance dele demitir a sua dama de ferro é zero.

Você acredita no Lula? Tenho certeza que a Dilma está de orelha em pé.

A secretária-executiva da ministra, Erenice Guerra, já confessou que montou o tal Banco de Dados. Por conta própria, ou a mando de alguém, ela mergulhou fundo no passado do cartão corporativo, indo até o seu início em 1998.

Enquanto isso, a ministra afirma que apenas deu ordem para criar um banco de dados, mas não tinha a menor intenção no vazamento da divulgação das compras feitas no governo de FHC, como aquisição de 144 lixas de unha, 30 toucas de banho, 24 sabonetes infantis, bacalhau e vinhos finos, aluguel de carros e o valor do salário da ex-chef da cozinha do Palácio da Alvorada, Roberta Sudbrack.

A ministra deve ter receios muito fortes para não ter demitido a sua secretária. Dilma Rousseff não faz o gênero da pessoa que trocaria uma candidatura à presidência por uma amizade.

Enquanto tudo isso acontece, os gastos da familia Silva são mais segredos de Estado do que nunca.


WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

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O GLOBO Edição dia 01.04.2008

Levantamento começou em 2007. TCU se queixou da falta de lei para definir o que seria gasto público ou privado

Desde o ano passado a Casa Civil vasculha as contas do segundo mandato do governo Fernando Henrique (1999 a 2002). Mas o processo de organização dos arquivos começou bem antes — durante a CPI dos Correios, em 2005.

Na manhã de 31 de agosto daquele ano, fiscais do Tribunal de Contas da União se surpreenderam com funcionários da Casa Civil debulhando contas presidenciais. A equipe trabalhava “em regime de ‘mutirão’, inclusive durante finais de semana, segundo os gestores” — relataram ao tribunal — para “alimentação retroativa do sistema”.

Dias depois da chegada dos auditores, a ministra Dilma Rousseff mandou sua secretáriaexecutiva ao TCU. Erenice Alves Guerra protocolou um pedido de “tratamento sigiloso às despesas com as peculiaridades da Presidência”.

A Casa Civil argumentava que tais informações são “direta ou indiretamente imprescindíveis a planos e operações de segurança”.

E reforçou o pedido com uma “nota jurídica” do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência. Nela se lia: “Vale destacar que nem sequer valores nominais globais discriminados por natureza da despesa devem ser divulgados (...) Tal dado, por sua significação estratégica, não pode ser levado ao conhecimento público.” O TCU aceitou o sigilo parcial — e no relatório final queixou-se da falta de legislação sobre aquilo que seriam gastos públicos e privados do presidente.

Os auditores permaneceram por dez semanas nos arquivos da Casa Civil. Saíram no dia 11 de novembro de 2005 e reportaram ao tribunal: “Quando da execução da auditoria, o Suprim (sistema informatizado de dados sobre gastos) já contemplava lançamentos com o Cartão de Pagamento de janeiro a julho de 2005, além de todo o exercício de 2004. Relativamente a 2003, os processos estavam sendo desmembrados.”

Em 2006, houve nova auditoria e outro pedido de sigilo.No ano passado, a Casa Civil resolveu ampliar o levantamento sobre o governo Fernando Henrique. No fim de janeiro deste ano, a Secretaria de Comunicação anunciou um levantamento retroativo. A chefe da Casa Civil confirmou a pesquisa, em reunião com industriais paulistas. Já estava em andamento. No mês seguinte, o dossiê foi divulgado pela revista “Veja”.

A diligência demonstrada nos últimos 33 meses para manter sob segredo os gastos da família do atual presidente foi inversamente proporcional ao zelo com os dados das despesas do antecessor. (José Casado)

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