Bush apóia Colômbia e ataca Chávez
CHARGE - Rebelde com causa
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Publicado no JORNAL DO BRASIL em 07 de março de 2008
A história nos conta que a FARC, em 1964, começou como um movimento político. Cercados por todos os lados, para poderem sobreviver, fizeram uma sociedade com os narcotraficantes.
Obviamente, se transformaram numa organização criminosa.
Tal qual existe no Rio de Janeiro, as autoridades constituidas da Colômbia, estimularam o surgimento de grupos paramilitares, denonimnados "milicias", que iriam combater sem qualquer restrição de ordem legal, e moral, os membros da FARC e os narcotraficantes.
O que a maioria das pessoas no mundo inteiro procura perceber nesse imbróglio cheio de mentiras e crueldades, é onde está a linha ética que separa a FARC do chefão assassinado Raúl Reyes, dos outros chefões envolvidos nessa história maquiavélica, como Álvaro Uribe, George W. Bush, Hugo Chávez, Luiz Inácio Lula da Silva, Rafael Correa, Evo Morales, Nicolas Sarkozy, e outros que irão surgir.
WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)
JORNAIS EM 05 DE MARÇO DE 2008
JORNAL DO BRASIL
A Colômbia vai justificar o ataque contra a guerrilha das Farc com as mesmas resoluções da ONU que permitiram aos Estados Unidos invadirem o Afeganistão para combater a Al Qaeda. A medida abre precedente, ainda, para que o governo colombiano leve o líder venezuelano, Hugo Chávez, ao Tribunal Internacional de Haia "por patrocinar e financiar genocidas". A fronteira entre os dois países está fechada. (Págs. 1, Internacional A21)
FOLHA DE SÃO PAULO
Bush apóia Colômbia e ataca Chávez
Criticado na América do Sul por ter invadido o território do Equadorna operação em que foi morto o número 2 das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Raúl Reyes, no sábado, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, recebeu ontem o apoio do seu principal aliado no continente, o americano George W. Bush. No seu primeiro pronunciamento oficial sobre a crise regional desencadeada pela operação, Bush declarou "completo apoio" a Uribe, frente ao que chamou de "manobras provocadoras" do presidente da Venezuela, Hugo Chávez -que no domingo anunciou o envio de tropas para a fronteira com a Colômbia e advertiu Bogotá de que haveria guerra se o mesmo acontecesse em território venezuelano. Bush disse que os Estados Unidos"se opõem a qualquer ato de agressão que possa servir para desestabilizar a região andina". "A mensagem de nosso país ao presidente Uribe e ao povo colombiano é que estamos do lado de nosso aliado democrático", declarou o presidente dos EUA, agradecendo Uribe por "sua forte liderança na luta contra as Farc". Como mostra de apoio à Colômbia, ele pediu ao Congresso para aprovar o Tratado de Livre Comércio (TLC) entre os dois países, assinado em 2006 e nunca ratificado. Segundo Bush, a não aprovação do acordo daria" asas aos demagogos". As declarações do presidente americano foram feitas após uma conversa telefônica com Uribe, no início da tarde. (Página 1)
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse ontem, em Brasília, que o país foi agredido por um "governo canalha" e impôs três condições para retomar o diálogo com a Colômbia. Ele se encontra hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Correa impôs três condições para retomar o diálogo: um pedido de desculpas da Colômbia sem atenuantes, garantias consistentes de que ataques em território equatoriano não voltarão a acontecer e que os colombianos reconheçam que as informações que dizem ter pego de computadores recuperados das Farc são fruto de uma montagem. "Minha pátria foi agredida por um governo canalha", disse. Questionado sobre os riscos de uma guerra, Correa disse: "Qual o conceito de guerra se isso não é uma agressão bélica, o que é?" E completou: "Já estamos em um tempo bélico". (Página 1)
Não havia caças russos Sukhoy cruzando o ar nem tanques de guerra e muito menos soldados cavando trincheiras. Mas uma série de retaliações econômicas adotadas pela Venezuela praticamente paralisou ontem a tradicionalmente congestionada fronteira com a Colômbia na região de San Antonio e Cúcuta, em meio a temores de que o governo Hugo Chávez proibirá totalmente o trânsito entre os dois países. Nos últimos dois dias, o governo venezuelano tem adotado uma espécie de tática de guerrilha na fronteira. Na principal medida, em vigor desde anteontem, o Seniat (equivalente venezuelano da Receita Federal) vetou a entrada de caminhões colombianos no país-só em San Antonio, a passagem mais movimentada entre os dois países, o fluxo diário é de cerca de 200 veículos. Veículos de passeio e motos não estão proibidos, mas ontem a fronteira do lado venezuelano foi fechada completamente em duas ocasiões, por cerca de 30 minutos cada uma. Já os pedestres puderam circular livremente. (Página 1)
Marcelo Leite - Arautos da Razão também usaram argumentos de qualidade sofrível. (Página 1)
O ESTADO DE SÃO PAULO
Colômbia alega na OEA que agiu contra o terror
O governo colombiano usou ontem o argumento de guerra ao terror para justificar o bombardeio a um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano.
Durante reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos (OEA), representante da Colômbia citou as mesmas resoluções da ONU utilizadas pelos Estados Unidos para tentar legitimar a ofensiva contra o Afeganistão depois dos ataques do 11 de setembro. O presidente do Equador, Rafael Correa, chegou ontem ao Brasil em busca de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já o presidente Hugo Chávez fechou a fronteira da Venezuela com a Colômbia e enviou 10 mil soldados para a região. (Págs. 1, A12 e A14)
O governo francês afirmou ontem que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, sabia que o guerrilheiro Raúl Reyes estava negociando a libertação de 41 reféns políticos das Farc, entre eles a franco-colombiana Ingrid Betancourt. Morto pelo exército colombiano, Reyes seria intermediário de eventual encontro do presidente da França, Nicolas Sarkozy, com dirigentes das Farc. O ministro da Justiça do Equador, Gustavo Jalkh, confirmou que participava das negociações. (Págs. 1 e A12)
O GLOBO
Venezuela fecha fronteira; Uribe vai processar Chávez em Haia
Em reação às denúncias de ligações de seu governo com as Farc, o presidente Chávez mandou fechar as fronteiras com a Colômbia, sua principal parceira comercial no continente, e mobilizou mais tropas. O presidente Uribe anunciou que processará Chávez no tribunal internacional de Haia, por "patrocínio e financiamento de genocidas". O Equador exortou a OEA a condenar o governo Uribe. A Colômbia pediu desculpas, mas reafirmou as acusações. (Págs. 1, 28 a 30, Miriam Leitão, editorial "Ponto de ebulição" e Cartas dos Leitores)
O residente do Equador, Rafael Correa, ouvirá do presidente Lula, hoje, que a crise não pode ser solucionada com ataques verbais ou medidas unilaterais. (Págs. 1 e 29)
CORREIO BRAZILIENSE
O presidente Álvaro Uribe anunciou ontem que denunciará o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao Tribunal Penal Internacional, sob acusação de patrocinar e financiar as Farc, grupo terrorista que luta para derrubar o governo da Colômbia. Localizada na cidade holandesa de Haia, a corte penal foi criada para julgar acusados de cometer crimes contra a humanidade. Segundo Uribe, a prova de que Chávez teria dado US$ 300 milhões às Farc estaria em computador confiscado de guerrilheiros mortos no sábado por tropas colombianas em território do Equador. A violação da fronteira foi o e crise, que ameaça agora desaguar numa guerra regional. (págs. 1 e Tema do Dia, páginas 20 a 33)
O presidente do Equador, Rafael Correa, chegou a Brasília às 21h30. rejeitou o pedido de desculpas da Colômbia e considerou um "massacre de guerrilheiros" o ataque às Farc. "Minha pátria foi agredida por um governo canalha", disse. "Vocês (o Brasil) já estariam em guerra." (págs. 1 e Tema do Dia, página 20)
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