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domingo, 2 de março de 2008

"Solucionado" o roubo na Petrobrás


Video da TV BRASIL em 15 de Fevereiro de 2008: Reportagem confirma que os equipamentos e materiais furtados continham informações importantes para a companhia.

Comentário sobre a notícia:

Publicado no Jornal do Brasil, 3 de março de 2008

"Descobriram os ladrões dos computadores da Petrobrás. Eles não estavam interessados em nenhum tipo de informação secreta. Queriam somente furtar os equipamentos. Ao invés de arrombar um contêiner com notebooks novos, eles preferiram roubar quatro computadores usados, dois HDs e um pen drive.

Essa é a versão oficial do fato. Ela segue o mesmo molde conclusivo de todos os inquéritos que investigam grandes roubalheiras no Brasil. Na CPI dos mensaleiros chegaram a conclusão que nunca existiu mensaleiro nenhum. Foi tudo uma grande invenção da imprensa.

Todos os envolvidos foram absolvidos. Alguns foram eleitos para o Congresso Nacional, e outros para cargos no executivo. A maioria dos envolvidos está gastando livremente as mensalidades recebidas.

O único segredo de Estado que existe no roubo do contêiner da Petrobrás é o nome do diretor que autorizou a viagem dos computadores no interior do mesmo.

Silêncio total."


WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)



JORNAL DO BRASIL - 29 de fevereiro de 2008

ECONOMIA

PETROBRAS

PF descarta espionagem industrial


A Polícia Federal descartou ontem a hipótese de espionagem industrial no furto de computadores contendo informações sigilosas da Petrobras, depois que quatro pessoas foram presas na Região Metropolitana do Rio. Os acusados eram vigilantes de uma empresa terceirizada e roubavam equipamentos desde setembro. Segundo a PF, os ladrões sequer sabiam que haviam roubado dados sigilosos e, com medo, chegaram a quebrar parte dos equipamentos, mas os quatro laptops levados pela quadrilha foram recuperados.

Segundo o superintendente da Polícia Federal no Rio, Valdinho Jacinto Caetano, os acusados se aproveitavam da fragilidade na segurança da empresa para roubar pequenos equipamentos e peças eletrônicas, cuja ausência sequer eram notadas pela empresa. Com os roubos, os bandidos melhoravam computadores de familiares e vendiam laptops por até R$ 1.500.

- Está absolutamente descartada a hipótese de espionagem industrial - garante Valdinho. - Também não há qualquer risco de o material ter caído em mãos erradas, porque eles sequer tinham como entender as informações.

Ao saberem pela imprensa da importância do material que haviam levado, um dos acusados teria se desesperado e quebrado um dos discos rígidos contendo os dados sigilosos. Não há, porém, risco de perda de informação, uma vez que a Petrobras mantinha um arquivo seguro com os dados.

A operação começou às 5h de ontem quando agentes da PF fizeram buscas nas casas dos suspeitos nas favelas Parada de Lucas e Vila Cosmos, na Zona Norte, e São Gonçalo, na Região Metropolitana. Foram apreendidos mais materiais do que aqueles furtados em 1º de janeiro, devido ao tempo em que os bandidos praticavam o crime. A PF ainda vai avaliar o material apreendido, mas os números de série dos computadores conferem com os apresentados pela Petrobras. Os agentes estão agora à procura de possíveis receptadores.

Os funcionários acusados do crime eram da empresa Briclog, responsável pela vigilância do Porto do Rio, e foram identificados como Alexandro de Araújo Maia, Éder Rodrigues da Costa, Michel Mello da Costa e Cristiano da Silva Tavares. Os acusados responderão por furto e formação de quadrilha. Entre os materiais recuperados pela polícia estão computadores, impressoras monitores e equipamentos de manutenção de informática.

Informações preciosas

Além dos quatro laptops, os ladrões levaram dois discos rígidos e dois pentes de memória. Parte do material armazenava informações sigilosas sobre o Campo de Júpiter, megareserva de gás que a estatal brasileira anunciou ter descoberto em janeiro. A Petrobras divulgou o furto dia 14, mas o crime foi comunicado oficialmente à PF em 1º de fevereiro, sexta-feira de carnaval. As investigações, porém, começaram apenas no dia 6, primeiro dia útil após a festa.

Segundo o inquérito, o equipamento saiu da plataforma na Bacia de Santos, em São Paulo, no dia 18 de janeiro, e chegou ao Rio no dia 25. A carga permaneceu por cerca de quatro dias no terminal do Porto do Rio. O crime foi constatado pela empresa no dia 31, quando funcionários da empresa Halliburton, fornecedora da Petrobras e responsável pelo equipamento, perceberam que o cadeado do contêiner que transportava os bens da Petrobras estava violado.

Durante as investigações, a segurança dispensada pela estatal aos seus dados foi criticada por especialistas e pela oposição ao governo no Congresso. A própria Polícia Federal criticou publicamente as medidas de segurança adotadas pela estatal para proteger dados sigilosos.

[ 29/02/2008 ]

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