BOLSA ILUSÃO
BOLSA EM FAMILIA
Comentário sobre a notícia:
O editorial do Globo - bolsa ilusão - nos fala sobre a nova ordem social dos tempos modernos. Isso já vem acontecendo há muitos anos. São as camadas sociais trocando de posição, se nivelando, num movimento que passa despercebido aos escravos da objetividade.
Os governantes fazem um bom caixa com a arecadação de impostos, um excelente superavit e manipulam corretamente as estatisticas que tratam da miséria e da fome.
Ao longo do governo Lula, nem todos conseguiram perceber uma coisa óbvia que vem acontecendo: a socialização por baixo. Dentro de pouco tempo, 60% da sociedade brasileira estará recebendo um "bolsa ilusão" de qualquer tipo.
Estará aberto o caminho para a não mais ilusória presidência eterna.
WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)
O GLOBO
EDIÇÃO DO DIA 06.03.2008
EDITORIAL - Página 6
Bolsa ilusão
Há uma cena no curta-metragem “Entreatos” — o registro dos bastidores da campanha eleitoral do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, do cineasta João Moreira Salles — em que o futuro presidente, numa conversa sobre estatísticas com Gilberto Carvalho, que continuaria seu assessor próximo no Planalto, compartilha uma suspeita: “Quantas pessoas passam fome neste país, Gilberto? Eu acho o número de 53 milhões tão absurdo!” Ao chegar ao poder, porém, Lula deixou de lado as dúvidas e montou um programa assistencialista, o Bolsa Família, que atende 44 milhões de brasileiros, ao custo de quase R$ 11 bilhões apenas este ano. E ele tinha razão em desconfiar daquele dado. O Brasil certamente não seria como é hoje se existissem 53 milhões de famélicos, uma tragédia de enorme poder de desestabilização do próprio sistema político.
A mais recente prova de que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva estava certo consta do artigo de Ali Kamel publicado terça-feira no GLOBO. Ao consultar a página do Ministério do Desenvolvimento Social na internet, o articulista encontrou estudos acadêmicos sobre como o Bolsa Família tem equipado a residência de beneficiários com variados eletrodomésticos.
Fica evidente, pela lógica, que boa parte do dinheiro do Bolsa Família não está mesmo sendo usada para acabar com a fome de miseráveis. Pela simples razão de que eles são bem menos que os 44 milhões assistidos pelo programa, como já ficou evidente em algumas pesquisas. Uma delas, a de Orçamento Familiar (POF), uma extensa investigação de campo do IBGE.
As pessoas foram pesadas, medidas, e o IBGE não encontrou a fome alardeada.
Se o objetivo central do Bolsa Família fosse de fato erradicar a fome, ele custaria bem menos ao contribuinte, e o governo contaria com recursos para fazer a revolução que o país necessita com urgência na educação básica. A única capaz de acabar com a miséria de forma definitiva, por ela acontecer por meio da ascensão social do próprio cidadão, sem que ele se torne prisioneiro de esmolas do Estado e dependente de currais de votos. Infelizmente, por ter provado o sabor do retorno eleitoral do Bolsa Família, não será este governo que contestará estatísticas fantasiosas sobre a situação social do Brasil.
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