POLÍTICA É UMA COISA MUITO SUJA

Trechos da sessão do plenário do Senado Federal desta quarta-feira, 1º de Junho de 2011 - O video inicia logo após pronunciamento da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), quando a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que presidia a sessão, coloca de forma autoritária em votação requerimento do Senador Marcelo Crivella (PP-RJ) que determinava o encerramento da discussão do PLV 14/2011 (MP 520/2011) quando ainda haviam vários oradores inscritos para debater a matéria.

Comentário sobre a notícia em 03 de junho de 2011:

"Agora eu descobri para que serve o Congresso Nacional: para votar qualquer tipo de Medida Provisória que o executivo envie ao legislativo, desde que haja uma boa recompensa. Comprovei isto, assistindo a votação de algumas MPs no senado, e da MP 517/2010 que foi enviada ao Congresso Nacional, pelo Lula no último dia de seu governo. Diga-se que toda MP tem que ser votada no Congresso Nacional no prazo de 120 dias depois de recebida na Câmara. Esta MP 517/2010 chegou na Câmara com 22 artigos, e de lá saiu em direção ao senado com mais 34. Total: 56 artigos. O inusitado dessa MP é que cada artigo da mesma trata de assuntos completamente diferentes. Um fala de "banda larga", outro legaliza a cobrança de juros sobre juros, outro fala em hospitais, enfim, assuntos completamente diferentes e complexos, que deveriam exigir uma leitura criteriosa por parte dos parlamentares. Os deputados, para votarem os 22 artigos da MP enviada pelo governo, acrescentaram mais 34 artigos para beneficiar a mafia de lobistas que ronda feito urubu em cima da carniça os bastidores do Congresso Nacional. Essa máfia representa os grupos econômicos que sustentam a eleição e a doce vida dos oportunistas e corruptos. Esses são os elementos que representam e são eleitos pelo voto para que a maioria pense que estamos vivendo num regime democrático. Entretanto, esses elementos que são eleitos por nós, quando chegam ao Congresso Nacional, apenas defendem os seus interesses pessoais e da máfia que representam. Os representantes desta máfia é composta básicamente de elementos do PT e PMDB, retirando-se dessa denominação as exceções já conhecidas. No final do dia 01 de junho de 2011, a máfia mostrou toda a sua força ditatorial. Em contrapartida, tivemos o prazer de ver uma luz no fim do túnel, que foi o renascimento da oposição, que lutou bravamente, tentando usar as regras permitidas pelo regimento do Senado da República para tentar barrar a avalanche de Medidas Provisórias, que ninguém sabia realmente o que continham. Sempre é bom lembrar que essas MPs votadas ao cair da noite deste vergonhoso dia 01 de junho de 2011, chegaram ao senado depois de passarem 117 dias sendo negociadas pela grande maioria dos deputados, no escritório deles, apelidado de CÂMARA DOS DEPUTADOS. Como as MPs tem que ser votadas em 120 dias, sobraram 3 dias para serem estudadas, pensadas, negociadas, relatadas e votadas no senado. Temos que insistir nessa exiguidade de tempo para que as pessoas entendam realmente a história. A senadora Marta Suplicy, que uma vez disse em alto e bom som que "política é uma coisa muito suja", foi a prova autêntica de toda a sujeira que existe na política, pois a mesma esteve ocupando eventualmente o cargo de presidente do senado nesta noite vergonhosa e enlameada da história política do Brasil. Marta Suplicy, quando viu que não ia dar mais tempo de votar as principais MPs, passou por cima do regimento interno da casa, não permitiu mais a palavra da oposição, impòs a ditadura parlamentar e transformou o Congresso Nacional numa Casa da Mâe Joana. Marta Suplicy tinha toda a razão: "política é uma coisa muita suja"."

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

Correio Braziliense - 01 - 06 - 2011
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Muitos já devem ter lido ou ouvido falar sobre o espetáculo grotesco protagonizado ontem à noite pela senadora Marta Suplicy (PT-SP) ao presidir a votação de duas Medidas Provisórias na Casa ontem. Segue o registro do portal G1 (destacamos os trechos em negrito):
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Publicado no jornal TRIBUNA DO PLANALTO, Goiás e Tocantins, "PARA QUE SERVE O CONGRESSO", em 10 de junho de 2011