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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

AMAZÔNIA DESMATAMENTO QUARTA FROTA CHAVEZ ARMAS


Chavez chegando a Moscow para comprar armas, Lula na Colômbia e o Porta-Avião USS George H. W. Bush para tomar conta dos dois.

Comentário sobre a notícia:

"O Bom Humor é essencial na nossa vida. O rancor e a raiva amargam as nossas entranhas. Eu leio o escritor Josè Sarney da mesma forma que escuto o sindicalista Lula e o sociólogo Fernando Henrique: sorrindo.

Sei que tudo o que falam é mentira, mas pode ser verdade. Ninguém tem a capacidade de mentir o tempo todo. Sarney nos recorda em sua crônica que ele foi o primeiro presidente da República a prender bois no pasto. Verdade que nao tinha nada a ver com desmatamento. Era por causa do preço da carne.

Falou também que a 4ª Frota dos Estados Unidos começou a navegar "prá cima e prá baixo" por causa da corrida armamentista provocada pelo fato do fanfarrão Chavez estar comprando armas na Rússia.

Só não disse que isto era tudo que americanos e russos queriam: um mercado de compradores de armas na America do Sul bem aquecido. Os dois traficantes de armas devem estar rindo muito.

O Sarney não falou isso.

O absurdo sempre se transforma numa grande comédia, e nós temos que rir para não sermos assassinados pela amargura. A minha modesta escrita também só vai ao ar acompanhada de grandes gargalhadas.

O bom humor, as vezes, é mais importante que o ódio e o amor."


Wilson Gordon Parker
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo - RJ

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CLIQUE AQUI LEIA A HISTÓRIA DA QUARTA FROTA

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FOLHA DE S. PAULO
Data: 25/07/2008

A QUARTA E O BOI

JOSÉ SARNEY


DOIS ASSUNTOS me despertaram especial atenção nesta semana. O primeiro é uma velha história cujo resultado já dissequei várias vezes. O fato de a Venezuela querer ser potência militar desencadeou duas conseqüências esperadas: 1º) Uma corrida armamentista, com o crescimento de 55% no orçamento militar da América do Sul, atingindo US$ 38,4 bilhões em 2007, dinheiro que tanta falta faz aos programas sociais; 2º) Os Estados Unidos não ficaram de braços cruzados e logo reativaram a sua Quarta Frota. Denunciei que isso iria acontecer. Anos atrás, Menem quis que a Argentina fosse associada da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Eu, à época, protestei e uma reação geral foi desencadeada, sepultando aquela aventura.

Agora, o presidente Chávez está na Rússia comprando submarinos e sistemas antiaéreos iguais aos que foram vendidos ao Irã. Já os americanos planejam como "cooperar em missões humanitárias" com nossos países, com porta-aviões, cruzadores e fragatas, mísseis e armas nucleares. O plano de Chávez nos jogou dentro da corrida armamentista e deu de mão beijada aos EUA a motivação para nos arrastar para o jogo da chamada segurança global. E agora ele resolveu oferecer o território da Venezuela para bases militares russas, uma reprise do que fez Cuba em 1962 e que quase levou a uma guerra nuclear, com a crise dos mísseis. Enquanto isso, na nossa segurança interna, em busca de preservar a Amazônia do desmatamento, o ministro do Meio Ambiente, o simpático Minc, determinou que bois criados em áreas desmatadas ilegalmente sejam apreendidos. Eu tenho um trauma com prender bois. No Plano Cruzado, quando faltou carne nos açougues, nossos técnicos acharam que a solução era prender boi no pasto e levar na marra para o frigorífico. Foi uma gozação danada, e os chargistas abusaram do meu bigode durante a apreensão dos bois. O tempo fez esquecer o episódio. Mas 20 anos depois, numa recepção em São Paulo no ano passado, um amigo meu aproximou-se e me disse: "Olha aquela senhora elegante ali, como está gesticulando e reclamando de você". Eu indaguei por quê. Ele me esclareceu que ela ainda estava irritada comigo e que dizia: "Foi ele quem mandou pegar meus bois no pasto em Mato Grosso".

Para completar, leio que os bois presos pelo Ibama não foram arrematados porque não tinham exame andrológico para testar a qualidade do sêmen. E o presidente da ONG Vitae Civilis sugere que, em vez de prender bois, conscientize-se o consumidor: "Se você está comendo um filé de boi criado em área desmatada da Amazônia, não é filé -é uma castanheira de 50 metros com 200 anos". Não coma castanheira, coma macarrão.

JOSÉ SARNEY escreve às sextas-feiras nesta coluna

jose-sarney@uol.com.br

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