FALHAS NA REDE ELÉTRICA
VIDEO: Eletricidade - A tensão era muito alta e quando se abriu os - dijuntores - saiu uma faisca
Pulbicado no Estado de São Paulo de 05 de maio de 2008
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É impressionante a liberdade com que as concessionárias de distribuição de energia elétrica transferem para os contribuintes as despesas mais absurdas que aparecem em suas planilhas. Depois de privatizadas, as concessionárias adotaram a política da demissão de funcionários para aumentar a lucratividade.
Os que ficaram não dão conta de fazer a manutençaõ preventiva na rede elétrica, só restando alternativa para as ações corretivas, quando os defeitos causam muitos aborrecimentos aos usuários.
A conta de luz do brasileiro, em qualquer localidade do Brasil, é um exemplo iluminado do capitalismo mais selvagem e imoral que existe na face da terra.
Enquanto tudo isso acontece aqui na Terra, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), confortavelmente instalada em outro planeta, assiste de camarote aos desmandos das concessionárias que ela deveria fiscalizar.
WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)
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ESTADO DE SÃO PAULO, 01 de Maio de 2008
Falhas na rede elétrica
As concessionárias de distribuição de energia elétrica que operam na região metropolitana de São Paulo foram multadas, nos últimos dez anos, em mais de R$ 33,5 milhões pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os autos de infração foram motivados por falhas nos procedimentos de manutenção, desrespeito aos padrões de indicadores de qualidade e faturamento indevido, entre outras causas.
O Sindicato dos Eletricitários de São Paulo denuncia a falta de investimentos em equipamentos e nos serviços de manutenção. Segundo seus representantes, as empresas teriam reduzido suas equipes de manutenção preventiva e dado preferência às ações corretivas, que teriam custo menor. De acordo com a entidade, quando foi privatizada, a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) tinha 3,2 mil funcionários. Hoje, a equipe conta com 1,2 mil profissionais.
A Eletropaulo, a Cteep e a Bandeirante Energia fornecem energia elétrica para a região mais rica do País. A interrupção no fornecimento tem altos custos para as próprias empresas, com reparos e multas, e causa grandes prejuízos para os consumidores, sejam as famílias, seja o setor produtivo.
A Aneel controla a qualidade dos serviços prestados aos consumidores, registrando a duração e a freqüência das interrupções. Nos 24 municípios em que a Eletropaulo atua, por exemplo, cada consumidor sofreu, em 2007, em média, 5,64 ocorrências de queda de energia (consideradas apenas as interrupções acima de 3 minutos e expurgados os dias com "volume atípico" de ocorrências), ficando 8,9 horas sem luz.
O Sindicato dos Eletricitários estima que haja pelo menos um defeito grave nas redes da Eletropaulo a cada dois quilômetros de fios. Há pouco mais de 15 dias, quando duas subestações de energia se incendiaram em Pirituba, na zona norte da capital, e em Guarulhos, na Grande São Paulo, deixando 1,2 milhão de pessoas sem energia, a secretária de Estado de Saneamento e Energia, Dilma Penna, afirmou que a vida útil dos equipamentos em operação em São Paulo já passou dos 30 anos e reafirmou a necessidade de substitui-los. A subestação de Pirituba é da Cteep e a de Guarulhos, da Bandeirante Energia.
As concessionárias asseguram que investimentos altos e constantes são realizados nas suas redes e, ainda que os equipamentos sejam antigos, revisões completas garantem seu bom funcionamento.
A Cteep informa que destina, anualmente, R$ 105 milhões à manutenção das redes de transmissão. Os investimentos anunciados pela Eletropaulo neste ano para expansão, manutenção e renovação do sistema chegam a R$ 550 milhões, sendo 75% utilizados na conservação.
Segundo a empresa, 120 equipes em caminhões e 96 em motocicletas percorrem toda a área de concessão para identificar problemas na rede. Conforme a gerência de Operações da Eletropaulo, nas subestações há checagem constante e inspeções mais detalhadas pelo menos duas vezes por ano.
Fosse tudo isso suficiente, o número de multas aplicadas e as ocorrências de interrupção de energia seriam bem menores. Considerados a dimensão das redes - somente a Eletropaulo tem 38.730 quilômetros de linhas -, o total de consumidores (18 milhões) e o constante aumento do consumo de energia (mais de 5,5% em 2007 na Grande São Paulo), os investimentos estão aquém do necessário.
Reportagem publicada pelo Estado, na sexta-feira da semana passada, mostrou graves falhas de manutenção visíveis para qualquer leigo nas redes instaladas nas ruas da região metropolitana de São Paulo. Cruzetas de madeira que sustentam a fiação estão quebradas, há postes com ferragem exposta e pára-raios danificados, deixando transformadores sob risco. É comum em grande parte dos bairros, principalmente da periferia, faltar energia em dias de chuva, mesmo de fraca intensidade.
A precária manutenção da rede e as constantes interrupções de energia afetam a economia da região e a segurança da população. As concessionárias têm muito a fazer para melhorar seus serviços
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