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domingo, 15 de junho de 2008

MONUMENTO À CRETINICE



Comentário sobre a notícia:

Augusto Nunes nos conta que a subprocuradora-geral da República Delza Rocha, achou muito pesada a condenação de Antonio Pimenta Neves que matou pelas costas a ex-namorada Sandra Gomide.

Atitudes como esta enxovalham a justiça.

A paixão é um sentimento forte, livre e profundo. Um afeto violento e egoista, só é paixão no dicionário dos incompetentes, mal intencionados e ignorantes, que usam a coação física ou moral, na tentativa de obter o amor do outro. Creio ser este o caso do assassino Antonio Pimenta Neves.

Ele retirou da sua memória algo muito importante, que pela própria profissão que exercia, jamais deveria ter esquecido: 'onde não existe liberdade, não pode florescer nada'. Principalmente o Amor.


WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

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JORNAL DO BRASIL - 15 de junho de 2008

Sete Dias

Augusto Nunes


Monumento à cretinice

Depois de examinar a papapelada que fundamentou a condenação do jornalista Antônio Pimenta Neves a 18 anos de prisão, por ter liqüidado com um tiro na cabeça a ex-namorada Sandra Gomide, a subprocuradora-geral da República Delza Rocha pediu a anulação do julgamento. Não, ela não achou o castigo brando demais. É o contrário: cismou que, induzidos pelo juiz, os jurados exageraram na dose. Se a maluquice funcionar, Pimenta – sempre livre como um táxi no ponto – morrerá longe do catre. Delza também: cretinice não dá cadeia. [...]

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CRÔNICA SOBRE A VIDA COMO ELA NÃO DEVERIA SER

Diretor de redação matou a jornalista pelas costas

...será que ele está preso ou solto ?

O título correto seria “Homem mata mulher pelas costas”, mas se eu trabalhasse no jornal do assassino, seria despedido por colocar manchete com tão pouca imaginação.

Depois de um estar junto durante quase quatro anos, a jornalista Sandra Florentino Gomide, resolveu dar um basta no seu romance com o Diretor de redação Antonio Marcos Pimenta Neves, e no dia seguinte foi demitida por ordem do ex-namorado, do jornal onde trabalhava.

A partir deste momento, ela descobriu que o parceiro não era simplesmente um amante, mas seu dono. Na cabeça do poderoso amásio, tudo o que acontecera entre o casal naqueles anos dourados, todos os atos praticados por ele, e que tivessem favorecido, de algum forma, a jornalista na sua ascensão profissional e pessoal, deveria ser pago com a obrigatoriedade da permanência da mulher ao seu lado, até que a morte os separasse.

Numa relação onde a diferença de idade atinge trinta anos, os envolvidos precisam ter uma cabeça muito boa, arejada, e, principalmente, uma inteligente visão, aceitação e compreensão geral da realidade do mundo que os cerca, tudo isto dentro de uma transparência total.

Mais do que nunca, o amor só será eterno enquanto durar.

Muitas pessoas costumam afirmar que a paixão nos deixa cegos, completamente enlouquecidos, o que é uma realidade, mas não é nenhuma tragédia, porque o ser humano é um animal racional. Ficar perdido de paixão por alguém não nos atira automáticamente na irracionalidade.

Só não fica louco de amor quem não ama !

Quando entramos em estado de paixão, começamos a sentir uma necessidade continua da pessoa amada. A nossa referência emocional, a partir daquele momento, passa a ser o outro.

A suavidade da voz, o calor da pele, beleza dos gestos, sedução do andar, tudo isto, e muitas coisas mais, nos levam a ficar em estado de fascinação total pela pessoa que amamos.

Fico pensando em quantos bilhões de pessoas já se apaixonaram loucamente por toda a história do mundo em que vivemos. E dentro deste quadro, eu imagino quantas vêzes um caso de amor foi interrompido unilateralmente, isto é, um dos amantes, por algum motivo, ou até sem motivo algum, perdeu o pique da paixão. Se todos os que foram abandonados, tivesssem assassinado os amantes desertores, acho que poucas pessoas estariam habitando o nosso planeta.

As pessoas em geral, gostam de “sentir” o motivo do outro, para que nele possam descarregar toda a culpa do acontecido.

Precisamos ter uma cabeça muito boa, para admitir que não tivemos a capacidade necessária para satisfazer a pessoa que nos deixa, e uma visão muito ampla, de que no futuro iremos encontrar uma outra, que poderá ser a nossa alma gêmea, cujos corpos se entrelaçarão quando estas almas se beijarem.

A paixão é um sentimento forte, livre e profundo.

Um afeto violento e egoista, só é paixão no dicionário dos incompetentes, mal intencionados e ignorantes, que usam a coação física ou moral, na tentativa de obter o amor do outro.

Creio ser este o caso do assassino Antonio Pimenta Neves.

Ele retirou da sua memória, algo muito importante, que pela própria profissão que exercia, jamais deveria ter esquecido, qual seja, aquela máxima que diz “aonde não existe liberdade, não pode existir amor”.

Aonde não existe liberdade, não pode florescer nada!

Após ter cometido o crime, o assassino fugiu, fez alguns contactos importantes, homiziou-se na casa de um amigo, escreveu uma carta cheia de mentiras para a sua filha, simulou um suicídio, foi parar num hospital, prestou depoimento à policia, que logicamente foi transmitido com exclusividade pelo Jornal Nacional, e ainda bem que o foi, pois o povo em geral, pode sentir o perfil autoritário de um homem covarde.
Como sempre acontece nestes casos, quando a vítima é mulher, o assassino começou a desmontar a vida íntima da Sandra Gomide, inclusive dizendo que a mesma, quando o deixasse, iria “voltar à sua vidinha de prostituta”.

É uma espécie de “só serás santa comigo”.

Depois de muitas peripécias, sempre contando com o apoio logístico e eficiente da policia, que adora prestar favores aos poderosos, o assassino conseguiu escapar de ter que dormir naquela prisão destinada aos infratores que não fazem parte das elites, indo acomodar-se numa clínica de luxo lá em São Paulo.

Banheiro privativo, televisão, frigobar, piscina, quadra de tenis, muita árvore e silêncio, um lugar no qual muitos brasileiros, que nunca mataram ninguém, gostariam de poder passar uns dias.

Foi nesta clínica que esteve internado o estudante-assassino Mateus da Costa Meira, um ano antes dele fuzilar cinco pessoas que assistiam um filme num dos cinemas do Shopping Morumbi.

Como se vê, o ambiente é ótimo !

Para finalizar, devo dizer que o crime foi traiçoeiro, uma verdadeira tocaia, praticado por um homem covarde e mentiroso, que havia dito a seguinte frase de efeito tempos atrás:

- Fazer justiça com as próprias mãos é atributo de sociedades primitivas.

Pensando bem, talvez ele até esteja com razão, porque se olharmos friamente a nossa sociedade atual, acho que uma outra frase cairia feito uma luva:

- Fazer injustiça com as próprias mãos é atributo de sociedades avançadas.

Autor: Wilson Gordon Parker, escreveu este texto em 07 de abril de 2004

1 Comentários:

  • Wilson G. Parker já é conhecido como o autor que dá tapas nos vilões da história. Como sempre ele aqui estapeia o Pimenta Neves que covardemente mata sua ex com um tido. COVARDIA e doente mental!
    Parabéns Wilson por mais essa demonstração de quem quer justiça nesse país. Abraços, Alcina Maria S.Azevedo

    Por Blogger alcinamarias, às 17 de junho de 2008 às 05:33  

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