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segunda-feira, 16 de junho de 2008

DIREITA, VOLVER ! ESQUERDA ! VAMOS VER ! FOGO !!!


Primeira página do jornal O Globo em 17 de junho de 2008

Comentário sobre a notícia:

Publicado no Jornal do Brasil em 17 de junho de 2008

A entrega de tres jovens do Morro da Providência para serem executados por traficantes do Morro da Mineira foi uma "operação de guerra" realizada por uma quadrilha formada por onze soldados do Exèrcito Brasileiro, e a coisa mais absurda que poderia acontecer no meio de tanta violência.

Chegamos ao fundo do poço. Parece que o CML transformou o caso em assunto de Segurança Nacional. O comando da tropa não deu a menor explicação à sociedade civil. Novos ideais, velhos métodos.

Outro dia, um brigadeiro baloeiro disse que ignora a lei que proibe fabricar, vender, transportar ou soltar balões. Disse em alto e bom som que não deve satisfação a ninguém.

A justificativa para o aquartelamento das tropas do Exército no Morro da Providência é a de dar segurança aos trabalhadores do projeto Cimento Social, que tem como padrinho o candidato a prefeito do Rio, senador Marcelo Crivella (PRB).

Resumo da origem da tragédia absurda: uma empresa privada foi contratada para fazer uma obra eleitoreira e alguém no governo determinou que as tropas do Exèrcito tomassem conta dos operários e do material de construção.

É o Exército brasileiro vigiando saco de cimento.


WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)



Bombas de gás marcam protesto em frente ao QG do Exército

Manifestantes saíram do enterro de três jovens da Providência e seguiram para Centro.Onze militares são acusados de ter entregues os rapazes para traficantes.
[CLIQUE AQUI PARA LER A NOTÍCIA NA ÍNTEGRA NO G1]

O Globo EDIÇÃO DO DIA 16.06.2008

Militares são presos por entregar jovens para o tráfico

Delegado acusa 11 homens pela morte de moradores da Providência


A Justiça decretou na madrugada de hoje a prisão temporária, por 30 dias, de 11
militares do Exército acusados do assassinato de três jovens detidos no sábado de manhã, no Morro da Providência, no Centro.Sete soldados, três sargentos e um oficial teriam “vendido” os rapazes a traficantes do Morro da Mineira, no Catumbi, de uma facção rival.

Os corpos foram encontrados ontem à tarde no Aterro Sanitário de Gramacho, em
Caxias, com vários tiros. Depois de seis horas de interrogatório no Comando Militar do Leste, alguns dos militares confessaram a entrega das vítimas aos traficantes. O Exército determinou a abertura de um IPM. Moradores da Providência fizeram manifestação na porta de unidades do Exército.A prisão foi pedida pelo delegado Ricardo Dominguez, da 4º DP (Central), que investiga o caso. Páginas 8 a 11



O Globo EDIÇÃO DO DIA 16.06.2008

Exército dava segurança a projeto de Crivella

Ministro das Cidades não soube explicar ocupação do morro por soldados, já que obra está a cargo de empresa privada


Débora Gares, Ludmilla de Lima e Zean Bravo

A presença de soldados do Exército no Morro da Providência era justificada como uma forma de dar segurança aos trabalhadores do projeto Cimento Social, fruto de emenda do senador Marcelo Crivella (PRB), do mesmo partido do vice-presidente José Alencar, que já ocupou o cargo de Ministro da Defesa no primeiro governo do presidente Lula. O projeto consiste na reforma de 780 casas e recebeu R$ 12 milhões do Ministério das Cidades.

Ontem, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, explicou que a obra foi licitada pelo Exército, que se dispôs a levar adiante o projeto do senador.

Fortes não soube explicar a ocupação da comunidade por soldados, já que uma empresa privada executa os trabalhos.

A dúvida é a mesma do deputado federal Fernando Gabeira (PV), que integra a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.

Ele promete pedir ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, ou ao comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, que compareça à Casa para dar explicações:

— Quero que o ministro ou o comandante do Exército explique essa mudança na política de ocupação dos morros. Ele tem que esclarecer essa exceção que está dando proteção a uma emenda de um político.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, deputado Alessandro Molon (PT), também questionou a política do Exército e disse que o grupo acompanhará a apuração do caso.

Crivella, Gabeira e Molon são pré-candidatos à prefeitura do Rio. Jandira Feghalli, também pré-candidata pelo PCdoB, classificou o projeto de eleitoreiro, e a pré-candidata do DEM, deputada federal Solange Amaral disse que o Exército está sendo usado politicamente.

No dia 27 de maio passado, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, atacou duramente o projeto na Comissão de Segurança da Câmara. Ele questionou o objetivo da obra e a presença do Exército na favela.

Também falou sobre denúncias de envolvimento direto da Igreja Universal no projeto.

O caso de anteontem aconteceu um dia após o ministro Jobim declarar que pretende enviar ao Congresso, até o fim do ano, um projeto criando um estatuto jurídico próprio, para que as Forças Armadas possam atuar em conflitos urbanos. Sobre os objetivos do Exército na Providência, o Comando Militar do Leste informou ontem que os militares fazem o gerenciamento do projeto e protegem o canteiro de obras utilizado na reformas das casas.

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