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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A IMPRENSA CENSURADA




Comentário sobre a notícia:

"O Estado de São Paulo está sob censura prévia desde 31 de julho, por ordem do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que aceitou o pedido de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A família Sarney realmente manda e desmanda na República. O absurdo deste fato vem confirmar um procedimento que está se tornando comum nos últimos tempos, que é o surgimento da idéia de que a imprensa é a grande culpada pela imagem negativa do Legislativo, Judiciário e Executivo junto à opiniao pública. Um grande número de parlamentares, juizes e membros do executivo são contra a divulgação pela imprensa dos escândalos que surgem diáriamente nestas instituições da República. Com a censura imposta ao jornal O Estado de Sâo Paulo, o consenso entre este pessoal é inverter as coisas, transformando o criminoso em vítima. Mesmo denunciados pela imprensa, a maioria dos corruptos acusados de roubalheira e outros crimes, estão soltos. Imaginem se este pessoal não tivesse sido apontado pela imprensa: estariam roubando até hoje. Juizes das altas cortes brigam publicamente com juizes de cortes mais baixas. Esta bagunça jurídica tomou impulso a paritr de 1988, quando o atual ministro da Defesa, Nelson Jobim, era deputado Federal e articulou a votação das leis na nova Constituição da República. Segundo declarações do mesmo, todas leis para serem aprovadas, tinham que ser ambíguas, para que pudessem contentar todos os grupos que detinham o poder no Congresso Nacional. Como resultado deste absurdo somente foram aprovadas leis propositadamente controversas, destinadas a manter fora da cadeia todos os ladrões e assassinos ligados ao poder. E o pior disto tudo é que os donos do poder querem proibir que o povo tome conhecimento pela imprensa do assalto diário que os ladrôes de colarinho branco fazem aos cofres públicos. Qualquer tipo de censura à mídia atinge mais ao cidadão usuário desta mídia do que a própria mídia."

WILSON GORDON PARKER
wgparker@oi.com.br
Nova Friburgo (RJ)

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